Flávio Bolsonaro disse que Alexandre de Moraes queria humilhar o Pai, Bolsonaro, mandando prender no dia 22 e que se o ex-presidente morrer a culpa é de Moraes
Em seu canal, ele também leu um trecho da Bíblia, puxou um salmo de provérbios e chorou no final.
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(Brasília-DF, 22/111/2025) Na tarde deste sábado, 22, o o senador Flávio Bolsonaro, em transmissão ao vivo em seu canal no YouTube, comentou a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro pela Polícia Federal (PF). A medida foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo Flávio, a decisão "criminaliza o livre exercício da crença".
A decisão determinou a revogação da prisão preventiva em regime domiciliar, que estava em vigor desde o início de agosto, e atendeu a um pedido da Polícia Federal, que apontou risco concreto e iminente de fuga.
O texto descreve que o risco foi identificado após o senador Flávio Bolsonaro convocar uma "vigília" em apoio ao pai nas proximidades da residência do ex-presidente e ser detectada uma tentativa de violação da tornozeleira que ele usava.
"O que está escrito aqui nessa sentença é que eu não posso orar pelo meu pai, que eu não posso orar pelo meu país, que eu não posso pedir a um padre para rezar um pai nosso em cima de um carro de som, porque isso seria um subterfúgio e uma fuga do Bolsonaro", diz Flávio.
"Se o Bolsonaro quisesse fugir, ele nem voltado pro Brasil tinha."
O senador também disse que o pedido de prisão do pai foi "pré-fabricado" e feito para ocorrer no dia 22 para provocar, porque é o número do PL.
"Queria humilhar o Bolsonaro, no dia 22, que é o líder do partido. Isso aqui não tem nada de jurídico. Isso é uma perseguição a direita brasileira, um partido político, o maior partido político desse país."
E diz que Moraes fez "perseguição religiosa" por "criminalizar um ato religioso".
Flávio disse que a vigília convocada por ele seria para pedir saúde para o pai. "Se acontecer alguma coisa com o meu pai, Alexandre de Moraes, a culpa é sua. Se meu pai morrer lá dentro, a culpa é sua", disse. "Você quer matar o Bolsonaro, Alexandre de Moraes?"
Flávio também afirmou que se trata de perseguição contra a direita. E disse que vai manter a vigília. "Eu quero convidar todo mundo para estar hoje às 19h, onde a gente vai fazer esse grande ato religioso, essa vigília pela saúde do meu pai, por justiça nesse Brasil."
Ele também leu um trecho da Bíblia, puxou um salmo de provérbios e chorou no final.
Jair Bolsonaro foi transferido para a Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal, onde deve permanecer em uma Sala de Estado, local de detenção especial reservado para autoridades.
A decisão ainda será submetida ao referendo da Primeira Turma do STF, que deve realizar uma sessão virtual extraordinária na segunda-feira, das 8h às 20h.
Moraes também rejeitou o pedido da defesa de Bolsonaro para que ele fique em prisão domiciliar por motivo humanitário. Seus advogados argumentam que, pelas condições de saúde dele, a cadeia pode representar um "risco à vida" do ex-presidente — que, segundo eles, sofre de "doença grave de natureza múltipla (cardiológica, pulmonar, gastrointestinal, neurológica e oncológica)".
O ex-presidente foi considerado pelo STF como líder de uma organização criminosa, com militares, policiais e aliados, que atuou para impedir a transição de poder após as eleições de 2022, vencidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A investigação também levou à imposição de uma série de medidas cautelares ao longo do processo, à medida que o tribunal entendeu haver risco concreto à ordem institucional e à aplicação da lei penal.
Bolsonaro foi declarado culpado de cinco crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.
As condenações resultaram em um endurecimento progressivo de sua situação jurídica, com restrições cada vez mais severas de liberdade.
( da redação com redes sociais e BBC. Edição: Política Real)