CMPI do INSS cancelou trabalho nesta segunda-feira, mas ouvirá empresários nesta terça-feira
Veja mais
Publicado em
(Brasília-DF, 17/11/2025) A CPMI do INSS estava programa para ouvir nesta segunda-feira, 17, os depoimentos de duas pessoas investigadas por envolvimento no esquema de fraudes contra aposentados e pensionistas: o ex-coordenador de Pagamentos e Benefícios do INSS Jucimar Fonseca da Silva e o empresário Thiago Schettini.
Jucimar Fonseca da Silva apresentou atestado médico e, embora a junta médica tenha concluído pela possibilidade de sua presença, o investigado adiantou que não compareceria à CPMI.
Thiago Schettini obteve um habeas corpus — permitindo o seu não comparecimento à CPMI — por decisão do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal.
Novo dia
Nesta terça-feira, 18, a CPMI irá ouvir a empresária Cecília Rodrigues Mota, responsável por associações que podem ter obtido mais de R$ 400 milhões por meio dos descontos fraudulentos de aposentados e pensionistas. Também deverá prestar depoimento o empresário João Carlos Camargo Júnior, da MKT Connection Group.
A investigada também presidiu a Associação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (AAPB); as duas entidades são investigadas na Operação Sem Desconto, da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU), por terem sido beneficiadas com descontos irregulares de aposentados e pensionistas.
Autor de um dos dez requerimentos de convocação, o senador Izalci Lucas (PL-DF) diz que a Aapen e a AAPB foram alvo de um pedido de bloqueio de bens de R$ 2,56 bilhões solicitado pela Advocacia-Geral da União (AGU) por “infrações gravíssimas à Lei Anticorrupção”. Para ele, ouvir Cecília Rodrigues Mota é “essencial para dissecar o modus operandi e a cadeia de comando de entidades que, sob sua gestão, teriam atuado como engrenagens centrais na bilionária espoliação de beneficiários vulneráveis”.
Amar Brasil
A CPMI também ouvirá João Carlos Camargo Júnior, sócio administrador da Mkt Connection Group. O deputado Paulo Pimenta (PT-RS), autor de um dos requerimentos de convocação, cita a transferência de valores elevados da entidade Amar Brasil — investigada por descontos não autorizados em benefícios do INSS — para a empresa de Camargo.
“Além dos valores, chama atenção o fato de a empresa ter sido criada em 12 de dezembro de 2022, um mês após a assinatura do ACT [acordo de cooperação técnica] da Amar Brasil com o INSS”, acrescenta o parlamentar.
Em outro requerimento, o deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES) afirma que os documentos apontam “indício de lavagem de capitais, ocultação de bens e utilização de pessoas jurídicas para dissimular a origem de recursos ilícitos”.
(da redação com informações e textos da Agência Senado. Edição: Política Real)