31 de julho de 2025
CRIME ORGANIZADO

André Mendonça disse, em evento da Lide em São Paulo, que o Brasil está "doente e enfermo"; ele falou de crime organizado e criticou o ativismo judicial

André Mendonça, para uma plateia de empresários, defendeu a livre iniciativa

Por Politica Real com agências
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André Mendonça. fala no evento Lide Foto: Evandro Macedo/ LIDE

Com Agências.

(Brasília-DF, 17/11/2025) Nesta segunda-feira, 17, o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal, André Mendonça, em evento do Lide Empresarial realizado em São Paulo, afirmou que o país está "doente e enfermo", referindo-se a um quadro crítico de insegurança jurídica, fragilidade institucional e falhas na segurança pública.

Para ele, o enfrentamento ao crime organizado tem sido tratado com soluções superficiais e insuficientes.

Durante almoço empresarial promovido pelo grupo, Mendonça criticou o estado atual da governança no Brasil. Ele afirmou que a nação vive "um quadro grave" de deterioração institucional, instabilidade legal e crescimento do crime organizado.

"Nós estamos doentes e enfermos, só não nos demos conta", afirmou Mendonça, parafraseando sua visão de que os problemas estruturais do país têm sido negligenciados. Ele usou a metáfora para ressaltar que a crise de segurança pública exige tratamento urgente e profundo, não paliativos, ao dizer que o país tem um câncer, mas que vem sendo tratado com aspirina.

Ao tratar de segurança pública, Mendonça foi enfático ao afirmar que o Brasil vive um quadro preocupante, apresentando alguns dos piores indicadores da América Latina de terrorismo e violência.

“Estamos enfermos e não nos demos conta”, declarou, observando que o tema é uma das maiores demandas sociais e deve ser encarado com prioridade e responsabilidade constitucional.

O ministro também se posicionou contra o ativismo judicial, argumentando que a Constituição não confere ao Judiciário o poder de atuar além de suas funções. Para ele, o desenvolvimento sustentável da próxima década dependerá de um grande consenso nacional, construído por meio do diálogo e da pacificação institucional. “Cooperar e contribuir não significa abrir mão das essências. Com colaboração, entregamos melhores resultados do que competindo”, afirmou.

André Mendonça fez uma defesa contundente da livre iniciativa como fundamento do desenvolvimento nacional. Para ele, a Constituição vincula diretamente o trabalho e o empreendedorismo como valores sociais essenciais, e sem liberdade econômica não há bem-estar, qualidade de vida ou avanço sustentável. Citando o artigo 174 da Carta Magna, Mendonça ressaltou que cabe ao Estado fiscalizar, incentivar e planejar a atividade econômica — funções que, segundo afirmou, ainda carecem de maior eficiência no Brasil.

No encontro, o ministro destacou que o país enfrenta entraves significativos, entre eles o excesso de burocracia, a baixa qualidade regulatória e a insegurança jurídica.

“Se estamos precisando falar de segurança jurídica, é porque estamos vivendo um estado de insegurança jurídica”, disse. Ele defendeu que o fortalecimento de regras claras, previsibilidade e respeito aos contratos é fundamental para atrair investimentos e destravar oportunidades de crescimento.

Encerrando sua fala, Mendonça reforçou a necessidade de que o país assuma seu protagonismo e supere o histórico de promessas não cumpridas. “Esperem de mim equilíbrio”, disse aos empresários, completando: “O Brasil não pode mais ser o país do futuro. Precisa ser o país do presente.” Ao final do evento, o ministro recebeu uma homenagem especial das mãos do ex-governador João Doria, co-chairman do LIDE.

( da redação com informações da Lide e Sputnik Brasil. Edição: Política Real)