31 de julho de 2025
ESTADOS UNDIOS E SUDESTE ASIÁTICO

Tailândia e Camboja assinaram um acordo ampliado de cessar-fogo, pressionados por Donald Trump; trata-se de uma disputa secular pelo Triângulo de Esmeralda

Trump busca a marca de negociador internacional

Por Politica Real com agências
Publicado em
Hun Manet,Anutin Charnvirakul, Anwar Ibrahim e Donald Trump Foto: X da Agence Kampuchea Presse

Com agências.

(Brasília-DF, 26/10/2025).  Neste domingo, 26, em torno da Cúpula da 47ª edição da OSEA se realizou o acordo de paz entre Tailândia e Camboja intermediado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Tailândia e Camboja assinaram um acordo ampliado de cessar-fogo, suspendendo uma disputa secular pelo Triângulo de Esmeralda – área onde a fronteira dos dois países se encontra com a do Laos.

A cerimônia contou com a presença do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cujas ameaças de pressão econômica levaram os dois países a interromper os confrontos ao longo de sua fronteira disputada no início deste ano.

Alguns dos combates mais graves entre os dois países ocorreram em julho, deixando mais de 40 mortos e 300 mil deslocados.

Na época, Trump ameaçou suspender acordos comerciais caso as hostilidades não cessassem. Tailândia e Camboja, então, concordaram com uma trégua inicial no final de julho, que se manteve instável.

Como parte da primeira fase do novo acordo, a Tailândia libertará 18 prisioneiros cambojanos, e o Camboja começará a retirar sua artilharia pesada da fronteira. Observadores regionais monitorarão a situação para garantir que os combates não sejam retomados.

O texto também estabelece que os países organizarão a remoção de minas terrestres ao longo da fronteira.

"Fizemos algo que muita gente dizia ser impossível", declarou Trump. O primeiro-ministro cambojano Hun Manet chamou o momento de "um dia histórico", enquanto o primeiro-ministro tailandês Anutin Charnvirakul afirmou que o acordo cria "as bases para uma paz duradoura".

Trump aposta em imagem de negociador internacional

A cerimônia foi o primeiro evento público de Trump após sua chegada à cúpula anual da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), realizada em Kuala Lumpur.

A viagem, que incluirá visitas ao Japão e à Coreia do Sul, além de uma possível reunião com o líder chinês Xi Jinping, é vista como uma oportunidade para Trump reforçar sua imagem de negociador internacional. Também no domingo, ele se encontrou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, iniciando tratativas para aliviar o tarifaço sobre produtos brasileiros.

Logo após a assinatura do acordo entre Tailândia e Camboja, a Casa Branca anunciou acordos comerciais com os dois países, alguns voltados para ampliar o comércio de minerais críticos. Os EUA buscam reduzir sua dependência da China, que restringiu a exportação de componentes essenciais para a fabricação de tecnologia.

"É muito importante que cooperemos como parceiros dispostos, para garantir cadeias de suprimentos estáveis e seguras, beneficiando a qualidade de vida e a segurança de nossos povos", disse o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer.

Trump também demonstrou interesse em aliviar as tensões comerciais com a China, dizendo estar confiante sobre uma reunião com Xi na Coreia do Sul, ao fim da viagem.

"Eles querem fazer um acordo, e nós também queremos", afirmou. Trump reiterou seus planos de visitar a China futuramente e sugeriu que Xi poderia ir a Washington ou a Mar-a-Lago, seu clube privado na Flórida.

( da redação com informações da DW, AFP, AP. Edição: Política Real)