31 de julho de 2025
Brasil e Economia

INFLAÇÃO: Campos Neto disse que está tranquilo com a inflação que deve ficar abaixo da meta para o ano; trecho do relatório destaque que já tendência, no curto prazo, de aumento nos preços livres

Veja trechos do relatório trimestral

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( Publicada originalmente às 15 h 00 do dia 24/09/2020) 

(Brasília-DF, 25/09/2020) O Banco Central(B) divulgou nesta quinta-feira, 24, o Relatório Trimestral de Inflação. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, deu uma entrevista virtual no final da manhã, em Brasilia. Mesmo todo mundo fala do aumento dos preços, Campos Neto ao apresentar o o Relatório destacou a projeção do BC de que a inflação termine este ano em 2,1%. Para 2021, as projeções estão em torno de 3%. Ele se disse tranquílio, pois a tendência é que o índice ficará abaixo da meta de 4%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2,5% e o superior, 5,5%.

“O Banco Central tem situação de absoluta tranquilidade em relação à inflação. Existem efeitos provenientes das subidas de preços de commodities e o efeito do pagamento do auxílio emergencial. Também mostramos relação do IPA [Índice de Preços ao Produtor Amplo] e do IPCA [Índice de Preços ao Consumidor Amplo] e possível contaminação. A mensagem geral é que estamos tranquilos e entendemos que existia uma pressão em 2020, mas não entendemos que esses reajustes recentes vão contaminar as inflações futuras”, disse Campos Neto.

Campos Neto disse que o BC considera como “horizonte relevante” ao definir a taxa básica de juros, a Selic. Para Campos Neto, a atuação recente do BC mira a inflação em 2021.

Ele lembrou que na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), responsável por definir a Selic, o BC destacou que o espaço atual para reduzir os juros é “pequeno ou nulo”.

Veja duas páginas do Relatório Trimestral de Inflação do BC, um documento de 74 páginas divulgados hoje :

Revisões e Projeções de Curto Prazo

No trimestre encerrado em agosto, a inflação ao consumidor, medida pelo IPCA, situou-se apenas 0,01 p.p. abaixo do cenário básico apresentado no Relatório de Inflação anterior. O resultado confirmou a perspectiva de inflação mais alta comparativamente ao trimestre anterior, quando do momento mais agudo da pandemia, com recuperação no preço dos combustíveis e ocorrência de reajustes de alguns preços administrados que haviam sido postergados.

A composição da inflação no período foi diferente do que se projetava. Por um lado, a inflação de serviços surpreendeu para baixo, com destaque para subitens do grupo educação, passagem aérea e empregado doméstico. Por outro, houve alta mais forte do que a antecipada nos preços de vários alimentos, com carnes exercendo a maior influência, e nos preços administrados, refletindo o impacto da depreciação do real e da alta do petróleo sobre os preços domésticos dos combustíveis.

As projeções de curto prazo no cenário básico do Copom consideram variações de 0,40%, 0,30% e 0,27% para os meses de setembro, outubro e novembro, respectivamente. Caso se concretize, a inflação de 0,97% no trimestre implicará aumento da inflação acumulada em doze meses, de 2,44% em agosto para 2,85% em novembro. Em dezembro, a inflação acumulada em doze meses deve recuar acentuadamente, para cerca de 2,1%, com o descarte da alta atipicamente elevada observada em dezembro de 2019, na esteira do choque nos preços das carnes.

O cenário projetado para os próximos meses contempla alta relevante dos preços livres e variação contida dos preços administrados. Nos preços livres, destacam-se a pressão sobre o preço dos alimentos e a reversão da queda nos preços de serviços. O aumento dos índices de mobilidade deve resultar em elevação de preços que ainda estão deprimidos, como os de passagem aérea, hospedagem, alimentação fora do domicílio e vestuário. Nos preços administrados, destaca-se o recuo que será registrado nas tarifas de plano de saúde em setembro, refletindo a suspensão dos reajustes no ano de 202018, e a projeção de redução no preço da gasolina a partir de outubro.”

( da redação com informações de assessoria. Edição: Genésio Araújo Jr)