CORREIOS: Petistas saem em defesa dos 35 dias de greve dos funcionários dos Correios contra a política de privatização da empresa
Parlamentares do partido chamaram de “absurda” a decisão do TST que determinou fim da greve; Alexandre Padilha quer saber por que o Ministério da Agricultura requereu mudanças no Guia Alimentar da população brasileira
( Publicada oiginalmente às 17 h 59 do dia 23/09/2020)
(Brasília-DF, 24/09/2.020) A bancada de deputados federais do Partido dos Trabalhadores (PT) saíu em defesa nesta quarta-feira, 23, dos 35 dias de greve praticada pelos funcionários dos Correios contra a política de privatização da empresa levada a cabo pelo governo brasileiro.
Na oportunidade, os petistas chamaram de “absurda” a decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que determinou fim a greve nesta última segunda-feira, 21, concedendo reajuste de 2,6% a categoria, metade do que era reivindicado. Em nota, os parlamentares da legenda afirmam que faltaram “critério técnico e sobrou política na decisão do TST contra os trabalhadores” da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT).
“A Bancada do PT na Câmara manifesta de maneira irrestrita toda a solidariedade aos trabalhadores e trabalhadoras dos Correios por sua luta em defesa de direitos e contra a privatização da empresa pretendida pelo governo Jair Bolsonaro. A heroica greve durante 35 dias contra a intransigência e autoritarismo da direção da empresa e do governo Bolsonaro evidenciou a capacidade de resistência da categoria em defesa de sua dignidade e interesses profissionais. Ao mesmo tempo, a Bancada do PT contesta a absurda decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) de dar apenas 2,6% de reajuste salarial aos funcionários dos Correios – a categoria pleiteava 5% – e de manter a exclusão das cláusulas do atual acordo coletivo de trabalho que estaria em vigência até 2021”, comentaram os petistas.
“[Isso] significa retirar direitos e reduzir a remuneração dos trabalhadores da empresa pública. Ao mesmo tempo, a Bancada do PT contesta a absurda decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) de dar apenas 2,6% de reajuste salarial aos funcionários dos Correios – a categoria pleiteava 5% – e de manter a exclusão das cláusulas do atual acordo coletivo de trabalho que estaria em vigência até 2021, o que significa retirar direitos e reduzir a remuneração dos trabalhadores da empresa pública. Trata-se de um frontal ataque aos direitos da classe trabalhadora e revela, ao mesmo tempo, um Judiciário profundamente separado da busca de justiça social e de dignidade aos trabalhadores. Em ambos os casos – o autoritarismo e arrogância da direção da ECT e do governo Bolsonaro e a decisão do TST de retirar direitos da categoria – revelam-se uma grave ameaça à democracia e a interferência do atual governo no Judiciário, em defesa de uma política neoliberal, antinacional e frontalmente contra a classe trabalhadora”, complementaram.
Mudanças no Guia Alimentar
O ex-ministro da Saúde do governo Dilma Rousseff (PT), deputado Alexandre Padilha (PT-SP), apresentou nesta quarta-feira, 23, requerimento de informações em que quer saber por que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) requereu ao Ministério da Saúde mudanças no Guia Alimentar da população brasileira elaborado à época de sua gestão a frente daquela pasta, em 2.013.
Segundo ele, os motivos que o levaram a apresentar o requerimento de informações é baseada em um manifesto de entidades da sociedade civil, que acusa a nota técnica do MAPA de usar argumentos artificiais para tentar ocultar os impactos negativos que os alimentos ultraprocessados podem gerar à saúde da população.
“Usei minha prerrogativa de deputado federal para pedir informações do Ministério da Agricultura e tirar a limpo essa nota técnica que pede a revisão do Guia Alimentar, criado pelo Ministério da Saúde durante a minha gestão. Esse guia, reconhecido internacionalmente, é uma forma muito simples de orientar a população sobre a melhor forma de alimentação para que se tenha uma boa saúde. O Guia Alimentar fala que quanto mais consumirmos alimentos in natura, ou minimamente processados, teremos uma saúde melhor”, explicou o ex-ministro da Saúde.
“[O Guia Alimentar] contraria o interesse da grande indústria de alimentos ultraprocessados, que fazem por exemplo, suco de uma fruta que não contém nada de fruta, apenas a cor e o sabor, mas que tem muitos outros ingredientes em sua composição que impactam negativamente nossa saúde, nos levando a obesidade, doenças cardíacas, pressão alta e [até mesmo o] câncer”, complementou o petista paulista.
(por Humberto Azevedo, especial para a Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)