Senado aprova o nome de onze autoridades para embaixadas e organismos internacionais e nacional em sessão semipresencial realizada durante a pandemia
Eliziane Gama que nesta segunda-feira, 21, criticava a falta de nomes femininos indicados pelo Itamaraty, comemorou a aprovação do nome de Maria Thereza de Assis Moura para a corregedora-geral do CNJ
( Publicada originalmente às 19h48 do dia 22/09/2020)
(Brasília-DF, 23/09/2.020) O Senado Federal aprovou na noite desta terça-feira, 22, o nome de onze autoridades para embaixadas e organismos internacionais e nacional em sessão semipresencial realizada no plenário da Casa. Esta foi a primeira vez que os senadores se reuniram durante a pandemia do novo coronavírus (covid-19) que afeta o Brasil e o mundo desde março. A doença já matou 138.108 brasileiros. A deliberação aconteceu em sessão semipresencial por que é exigido votação secreta para a escolha dos indicados.
As onze indicações de autoridades aprovadas pelos senadores reúnem os novos e futuros embaixadores do Brasil nos Estados Unidos, Argentina, Líbano, Israel e África do Sul. Além de Norberto Moretti como novo delegado permanente do país junto à Organização de Aviação Civil Internacional (OACI) e a indicação de Maria Thereza de Assis Moura, comemorada por Eliziane, para a corregedora-geral do CNJ.
A líder do Cidadania, senadora Eliziane Gama que nesta última segunda-feira, 21, criticava a falta de nomes femininos indicados pelo Ministério das Relações Exteriores para ocupar os postos em algumas embaixadas do país, comemorou a aprovação do nome de Maria Thereza de Assis Moura que aconteceu por unanimidade para assumir o cargo de corregedora-geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
“Infelizmente, o que vemos em vários setores da sociedade, se repete em órgãos de excelência do serviço público como o Itamaraty. Isso comprova o problema camuflado da sociedade brasileira, que persiste enraizado tanto na iniciativa privada quanto no setor público. Sabemos que vários países combateram essa discriminação estabelecendo como prioridade reduzir tal diferença nos próximos anos. É isso que o Itamaraty precisa fazer. O nosso Brasil é um dos países que têm a menor participação das mulheres na representação política brasileira. Ou seja, a participação das mulheres brasileiras é significativamente menor em relação a todos os países de todas as Américas, do Sul, Central e do Norte”, comentou a senadora maranhense.
Servidor do Senado á suporte aos senadores em tempo de pandemia
“[Isso] É a demonstração clara da necessidade de evoluirmos na nossa política e na nossa legislação para garantirmos, através de elementos mais impositivos, e aí eu apresento a questão das cotas na participação no Legislativo e também no Executivo brasileiros. E, no mesmo sentido, o Judiciário, assim também como a diplomacia, é um órgão dominado por homens. [Essa votação] é a demonstração do Senado Federal de que todos nós estamos coesos no objetivo único que é a valorização das mulheres e a demonstração, através da ministra Maria Thereza de Assis Moura, de que nós realmente apoiamos as mulheres para ocuparem os mais altos cargos do nosso país. E ainda [assim é preciso diminuir] com a progressão na carreira, pois as mulheres ocupam apenas 23% das vagas de desembargadores e apenas 16% de ministros dos tribunais superiores. Ou seja, é muito pouco”, complementou a líder do Cidadania.
Demais votações
Também foram aprovadas duas Medidas Provisórias (MPs) e uma autorização de empréstimo para o Rio Grande do Sul. Foram aprovadas a MP 971/20, que concede aumento salarial retroativo a janeiro de 2020 para os policiais civis, militares e bombeiros militares do Distrito Federal e que altera as regras de cessão desses trabalhadores, além do Projeto de Lei de Conversão (PLV) 38/20 a MP 974, que prorroga os contratos de trabalho de 3,5 mil profissionais temporários de saúde no Rio de Janeiro.
As demais deliberações em plenário continuam nesta quarta-feira, 23, com sessão deliberativa extraordinária a partir das 10 horas, onde os senadores apreciarão mais 38 indicações, sendo que 32 delas foram recentemente aprovadas num mutirão das comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN) e de Constituição e Justiça (CCJ).
(por Humberto Azevedo, especial para a Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)