31 de julho de 2025
Brasil e Poder

REPERCUSSÃO: Oposicionistas chamam Bolsonaro de mentiroso; governistas afirmam que discurso do presidente na ONU combateu “narrativas falsas” sobre enfrentamento a covid e as queimadas

Enquanto comunistas, petistas e socialistas lamentam mais uma “vergonha internacional” para o país; bolsonaristas e ministros do governo federal elogiam pronunciamento

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( Publicada originalmente às 16h50 do dia 22/09/2020) 

(Brasília-DF, 23/09/2.020) Após o discurso realizado pelo presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) na 75ª assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU) na manhã desta terça-feira, 22, apresentando os números e os dados do governo brasileiro no combate as “narrativas falsas” para o enfrentamento ao novo coronavírus (covid-19) e as queimadas no pantanal, os parlamentares da oposição afirmaram que a argumentação utilizada pelo presidente foi “mentirosa”.

Em contraponto, os parlamentares bolsonaristas e ministros do governo federal elogiaram o pronunciamento e saíram em defesa de Bolsonaro. Um dos mais entusiastas na defesa do presidente foi o deputado federal licenciado e atualmente ministro das Comunicações, Fábio Faria (PSD-RN). Ao contrário, comunistas, petistas e socialistas lamentaram o que chamaram de mais uma “vergonha internacional” para o país. Foi o caso do líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (SE), e do ex-líder da legenda naquela Casa legislativa, o senador Humberto Costa PE).

De acordo com os oposicionistas, Bolsonaro acusou, sem provas, a Venezuela pelo derramamento de óleo no Nordeste, ignorou o crescimento da fome no país ao afirmar que o Brasil “alimenta o mundo”, e mentir “descaradamente” ao dizer que o governo brasileiro “pagou mil dólares de auxílio emergencial aos brasileiros”. Somadas, todas as parcelas do benefício chegam a pouco mais de 700 dólares, e o valor foi reduzido à metade, com seis milhões de pessoas excluídas automaticamente.

“Todo o ridículo, toda a patifaria que comete diariamente aqui dentro, Bolsonaro internacionalizou. Ele transformou a Assembleia Geral da ONU no cercadinho do [Palácio da] Alvorada. Jamais um chefe de Estado brasileiro diminuiu tanto o nosso país como Bolsonaro fez nesta terça-feira (22). É uma vergonha histórica que o Brasil carregará para sempre”, comentou o petista pernambucano.

“Bolsonaro desrespeita indígenas e quilombolas ao tentar imputar sobre eles a responsabilidade sobre as queimadas no pantanal e na amazônia. Mais um vexame internacional. O Brasil perdeu uma grande oportunidade [de] assumir compromissos que tranquilizassem a comunidade internacional e os grandes investidores. Na ONU, Bolsonaro fez a única coisa que sabe fazer: mentir! A destruição que vemos é responsabilidade do estímulo de Bolsonaro aos setores que desejam ampliar a área desmatada”, complementou o petista sergipano.

“Em seu discurso na ONU, Bolsonaro disse que concedeu auxílio emergencial de mil dólares para 65 milhões de famílias. O dólar está R$ 5,42. Ou seja, cada família teria que ter recebido R$ 5.420 do governo. A verdade é que os pagamentos não chegam sequer a 500 dólares [na maioria dos casos]”, emendou o deputado Henrique Fontana (PT-RS).

“Na ONU, Pinóquio, perdão, Bolsonaro mente sobre a gestão da pandemia”, completou o deputado Paulo Teixeira (PT-SP).

“Bolsonaro mais uma vez voltou a mentir para o mundo ao afirmar que há uma campanha de desinformação sobre a Amazônia e Pantanal, enquanto o que há na verdade é uma ação sistemática do governo para reduzir a fiscalização, ameaçar fiscais e estimular atividades ilegais nestes biomas”, lamentou o líder do PSB, deputado Alessandro Molon (RJ).

“Na ONU, o presidente Bolsonaro fez o discurso das inverdades e da omissão. Culpou os outros pelas tragédias que ele próprio não teve coragem de enfrentar. Omitiu o descaso com que tratou as mais de 137 mil mortes por coronavírus e passou o problema para o Supremo, governadores e para a própria imprensa que, segundo ele, politizou o vírus, ao divulgar as mortes. Disse que o Brasil se destaca na questão ambiental. De fato, vem se destacando, mas negativamente, com as queimadas no pantanal e na amazônia, pelas quais ele acusou injustamente [como] culpados”, falou a líder do PCdoB, deputada Perpétua Almeida (AC).

“[Bolsonaro culpou ainda] os caboclos e índios que, para nós, são os verdadeiros defensores da floresta. O presidente delira sobre uma tal ‘campanha de desinformação’ que divulga o fumacê das queimadas no exterior. Na verdade, o presidente nos distancia cada vez mais de países com os quais precisamos cooperar. O fato é que o presidente fugiu da responsabilidade de cuidar do meio ambiente, salvar vidas, manter empregos e empresas”, finalizou a líder comunista.

Contraponto

Por outro lado, os aliados do presidente reafirmaram as declarações que foram feitas por Bolsonaro na assembleia geral da ONU.

“Excepcional discurso do presidente Jair Bolsonaro na ONU. Defendeu nossas visões e posicionamentos. Mostrou as ações do Brasil contra a Covid-19; reforçou nossa preocupação com o meio ambiente, sem desconsiderar o fator econômico; falou de liberdade, paz, democracia; Excelente mesmo! Mostrou, ainda, solidariedade com os libaneses; comemorou os avanços na busca pela paz no oriente médio; exaltou nossas participações nas missões de paz”, avaliou o ex-líder do governo na Câmara, deputado Major Vítor Hugo (PSL-GO).

“[Bolsonaro] defendeu [ainda] a liberdade religiosa e se posicionou contra a cristofobia; falou sobre a reforma da OMC [Organização Mundial de Comércio] e nossa entrada na OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico]; criticou a política do ‘fique em casa’; ressaltou a importância da preservação simultânea da vida e dos empregos, que defendeu sempre, desde o início da pandemia; lamentou todas e cada norte decorrente da Covid; ressaltou a importância das reformas administrativa e tributária”, complementou o parlamentar do PSL goiano.

“Presidente Bolsonaro discursa na Assembleia Geral da ONU combatendo as narrativas falaciosas sobre o Brasil”, destacou o deputado Carlos Jordy (PSL-RJ).

“O presidente Jair Bolsonaro criou um Conselho para atuar na proteção da amazônia e combater de verdade, pela primeira vez na história, os ilícitos ambientais. ‘Somos um Brasil que protege não só o nosso território, mas a nossa gente’, daqueles que querem que o Brasil dê errado”, completou o deputado Daniel Silveira (PSL-RJ).

“Acompanhei, junto com colegas ministros e líderes do governo, o discurso do presidente Jair Bolsonaro na 75ª Assembleia Geral da ONU. Temos um presidente que se importa com seu povo e trabalha para o bem do país [e que] acredita no Brasil. O Brasil segue mostrando as iniciativas que vem sendo feitas pelo governo brasileiro e combatendo as narrativas falsas que envolvem o meio ambiente [e] o combate à pandemia do coronavírus”, finalizou o ministro Fábio Faria.

(por Humberto Azevedo, especial para a Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)