Uma pena!
Até o momento, os que foram indicados estão em menor número que no primeiro governo. Haverá mais nomes, é possível, que avancem em número, porém no núcleo mais próximo das decisões, os nordestinos não serão decisivos.
(Brasília-DF) Nesta semana a Presidenta Dilma deverá concluir a indicação do Ministério para o segundo mandato.
A Política Real, agência de notícias especializada em Nordeste, foi um dos muitos observadores desse momento de montagem de novo governo(?!). Foram muitas as avaliações de diversos veículos, sobre se Lula estaria ganhando ou perdendo, se este ou aquele mais próximos de Dilma estaria se credenciando mais, se a equipe era ruim, se o petista de cá estaria perdendo para o petista de lá, se isso ou aquilo, mas a referida agência se dedicou a avaliar o fato de que os políticos nordestinos terão ou não terão proeminência no segundo mandato da Presidenta Dilma.
Até o momento, os que foram indicados estão em menor número que no primeiro governo. Haverá mais nomes, é possível, que avancem em número, porém no núcleo mais próximo das decisões, os nordestinos não serão decisivos.
O Nordeste junto com Minas foram decisivos para a reeleição da Presidenta Dilma. Seria natural que essa gente que é receptiva ao modelo de poder que está aí fosse melhor ouvida, e especialmente, fossem decisivas na melhoria das políticas públicas que por lá são mais bem avaliadas. Em tese, se eles que sabem tirar o melhor disso pudessem aprimorá-las, muito provavelmente, poderiam ajudar a melhorar a inserção para outras regiões do país, que são mais insensíveis aos avanços das políticas exitosas.
Em tese, repito, os movimentos sociais dessas regiões nominadas são específicos como os ligados aos recursos hídricos e quanto a inserção em políticas públicas mais básicas. É sabido que o Nordeste não tem a mesma proeminência nos movimentos de ocupação urbana e nem nos mais sofisticados envolvimentos com a terra rural.
Dilma, em seu grupo palaciano, tende a privilegiar os oriundos de sua terra de formação política, o Rio Grande do Sul. A tendência natural serão perdas na articulação política, porém vamos no deter às políticas públicas, algo que não foi abordado pela coordenação de edição da Política Real e nem, acredito, pelos blogs e sites petistas.
A se confirmar isso verificamos que o Governo que virá está convencido que de nada adianta investir em novas políticas para a região, pois, no pior momento do Governo, conseguiram amealhar uma maioria de mais de 12 milhões de votos sobre o adversário tucano de segundo turno.
O pior seria começarmos a crer que o Governo que virá não se sente obrigado a ousar com um plano claro de desenvolvimento regional e ficaria cada vez mais crível imaginar que a Presidenta Dilma está convencida que o Nordeste não precisa de uma política específica, mas que o importante, sim, é fazer a economia crescer como um todo que as coisas se resolvem de per si.
Dilma Rousseff tem razões para crer, face o sucesso eleitoral, que sua política de aumentar o bolo para que ele sirva a todos, no tamanho de cada um, é o melhor para o País. As melhores mentes que pensam o Nordeste, sejam conservadores ou progressistas, não vêm isso como o melhor para a região.
Dilma ao não dar proeminência a nenhum nordestino em sua equipe mais próxima nos dá razão para crer que não teremos nada de novo para o Nordeste como pensou Lula em seus melhores momentos. Uma pena.
Por Genésio Araújo Jr.
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