Bolsas cai, dólar sobe no Brasil, mas o que chama atenção foi aumento do petróleo com alusão ao bloqueio na Venezuela; Maduro divulga nota falando que ações dos Estados Unidos podem afetar o comércio internacional do petróleo
As incertezas seguem no radar para as eleições presidenciais de 2026
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Com agências
(Brasília-DF, 22/12/2025). Nesta segunda-feira, 22, Ibovespa recuou no início de uma semana de baixa liquidez devido ao feriado do Natal.
O principal índice da B3 recuou 0,21%, aos 158.141 pontos.
As incertezas seguem no radar para as eleições presidenciais de 2026. Flávio Bolsonaro é visto cada vez mais como um candidato sério da direita, o que preocupa investidores para um cenário de segundo turno contra o presidente Lula.
O reflexo da incerteza política apareceu em parte no câmbio, com o dólar subindo 0,99%, cotado a R$ 5,58.
Boa parte da pressão, no entanto, veio também das remessas de investidores estrangeiros ao exterior, que costumam elevar o dólar no final de ano.
Chamou atenção o aumento do petróleo em 2,44%. Mercado sugere preocupação com as ações dos Estados Unidos no mar do caribe e no pacífico com retenção de petroleiros que buscam petróleo na Venezuela.
Maduro fala em repercussão internacional no mercado de petróleo
O presidente da Venezuela, Nicolas Madurdo, disse que a agressão dos Estados Unidos contra o comércio energético venezuelano afetará o fornecimento de petróleo e provocará instabilidade nos mercados internacionais. O alerta foi feito por Maduro em carta aberta a seus pares no mundo.
"Advertimos de forma responsável que essas agressões não impactarão apenas a Venezuela. O bloqueio e a pirataria contra o comércio energético venezuelano afetarão o fornecimento de petróleo e energia, aumentarão a instabilidade dos mercados internacionais e golpearão as economias da América Latina e do Caribe e do mundo, especialmente dos países mais vulneráveis", afirma a carta, lida pelo chanceler Yván Gil.
O presidente da Venezuela destacou que a energia não pode se transformar em arma de guerra nem em instrumento de coerção política e pediu a condenação de todas as ações de agressão, pirataria e execuções extrajudiciais, além do fim imediato do bloqueio contra a Venezuela e dos ataques armados.
"Devemos ativar os mecanismos do sistema multilateral para investigar, sancionar e impedir a repetição desses fatos. Defender hoje a Venezuela é defender a paz, a legalidade internacional e a estabilidade do mundo", ressaltou Maduro na mensagem.
O presidente voltou a pontuar que a Venezuela está preparada para defender "sua soberania, sua integridade territorial e seus recursos, conforme o direito internacional".
Navios abordados por militares dos EUA
Pelo menos três navios que transportavam petróleo venezuelano já foram abordados por militares dos Estados Unidos em águas internacionais. Além disso, Maduro também denunciou o sequestro das embarcações e o desaparecimento forçado das tripulações
Na última semana, o presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou o "bloqueio total e completo" de petroleiros que entrem ou saiam da Venezuela. Ainda assim, Maduro afirmou que o governo continuará comercializando petróleo, apesar das ameaças dos EUA de bloquear navios petroleiros que entrem ou saiam do país.
Além disso, Caracas solicitou com urgência uma reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para debater a ameaça militar dos Estados Unidos contra a Venezuela.
A operação militar dos EUA no Caribe, iniciada em agosto, inclui destróieres, um submarino nuclear, o porta-aviões USS Gerald R. Ford e mais de quatro mil militares. A justificativa de Washington é o combate ao tráfico de drogas em direção ao seu território.
Já Caracas denunciou o deslocamento como parte de uma "guerra híbrida" destinada a forçar uma mudança de liderança no país.
( da redação com Bloomberg Linea e Sputnik News. Edição: Políica Real)