PRÉVIA DA INFLAÇÃO: Mercado prevê que IPCA-15 de dezembro deverá ficar em torno de 0,28% fechando o ano em 4,44%
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(Brasília-DF, 22/12/2025). Nesta terça-feira, 23, o IBGE irá divulgar a chamada “prévia da inflação” do mês de dezembro que deverá ficar em torno de 0,28%.
Agentes econômicos como a Warren Investimento informou a Política Real que espera essa tendência deve levar a inflação acumulada em 12 meses para +4,44%, representando uma desaceleração de 6 pontos-base frente ao resultado de novembro (+4,50%).
Entre os grupos de maior atenção, destaca-se a expectativa de forte aceleração em transportes. Alta de +0,9% (vs. +0,22% em novembro), impulsionada principalmente pelas passagens aéreas (+22%), que apresentam forte avanço em relação aos 11,87% do mês anterior. Esse movimento tende a influenciar também o IPCA cheio, devido à metodologia de repetição de preços do IBGE. Já a gasolina deve registrar deflação estimada em -0,10% (vs. -0,48%).
Vale destacar que, a partir do IPCA-15 de novembro, a Warren já esperava o efeito do reajuste de combustíveis da Petrobras, vigente desde 21 de outubro.
Vale dizer que o item seguro de automóvel que apresentou deflação em 5,95% em setembro, outubro e novembro continuou com variação negativa -2,12% e -1,49%, deve continuar mostrando deflação de -0,10%.
A projeção da Warren considera padrões históricos, nos quais quedas acentuadas não foram totalmente revertidas nos meses subsequentes. Com isso, no ano o item deve encerrar próximo ao patamar de 2023 (em -6,6%). Este item que tem peso em torno de 0,80% está dentro do grupo de serviços subjacentes.
No grupo Habitação, espera-se estabilidade com alta de +0,11% (vs. 0,09% anterior). O resultado é explicado por energia elétrica (-0,55%), refletindo a bandeira amarela em dezembro.
Aluguéis e taxas condominiais devem seguir em trajetória estável, com variações de +0,41% (vs. +0,37%) e +0,35% (vs. +0,40%), respectivamente.
Sobre os efeitos da Black Friday, estima-se nova deflação em eletroeletrônicos (-0,49%), embora menor que a de novembro (-1,03%). Coletas
proprietárias sugerem leve alta para higiene pessoal (+0,13%) e perfumes (+0,15%).
A consultoria nota, contudo, que nas últimas duas semanas os preços de eletroeletrônicos tiveram forte alta, superando os valores de 2024. Embora não esperemos a devolução total em 2025, o repasse ocorre antes do previsto, sendo um ponto de alerta altista para o IPCA-15 e, principalmente, para o IPCA cheio de dezembro.
O grupo Alimentação no domicílio deve mostrar nova deflação em -0,37% (vs. -0,15% em novembro). O destaque negativo permanece em in natura (-1,23%), com destaque para queda de tubérculos (-3,66%). Houve forte deflação recente em tomate, cenoura e batata-inglesa. Entre as leguminosas, estima-se queda de -2,32%, com novo recuo do arroz. Já as carnes devem avançar +1,20% (ante +0,72%), refletindo o início do aumento da demanda pelas festas de final de ano.
Nos serviços subjacentes, projeta-se leve desaceleração para +0,36% (ante +0,40%). A alimentação fora do domicílio deve registrar +0,51%, enquanto despesas pessoais tendem a desacelerar para +0,41% (de +0,85%). Em geral, os núcleos não dessazonalizados devem apresentar comportamento lateralizado, ainda em níveis elevados.
Em síntese, as projeções da Warren indicam um IPCA-15 de dezembro moderado, com núcleos em +0,36%. Persistem riscos altistas associados a componentes voláteis (alimentação, passagens aéreas e seguros). Mantemos nossas projeções para o IPCA em 4,2% em 2025 e 4,5% em 2026, com balanço de riscos altista para 2026. Para dezembro, mantemos a projeção de 0,30%.
(da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)