Ao Nordeste, resta o Mundo!
A Presidenta Dilma não costuma dizer em público mas adora a forma como conduziu estrategicamente o país o general Presidente, Ernesto Geisel. Ele tinha o monetarista Mário Henrique Simonsen, na Fazenda, e o desenvolvimentista João Paulo dos Reis Veloso, n
(Brasília-DF) A confirmação da equipe econômica para o segundo governo da Presidenta Dilma Rousseff gerou muita repercussão tanto nos meios econômicos como políticos.
Ao falarem à imprensa na semana que passou – Joaquim Levy, Nélson Barbosa e Alexandre Tombini – deram clareza ao que teremos pelo menos pelos próximos dois anos. Os estados do Nordeste têm mais motivos para se preocuparem.
A busca de um encolhimento nos gastos da ordem de R$ 70 bilhões em 2015, com um superávit primário de 1,2% do PIB(50 bilhões se comparado com o superávit de 2014) importa em mais juros e mais tributos. Tombini disse que a luta é buscar a inflação dentro da meta de 4,5%. Em 2015, certamente, Tombini não vai conseguir o que pretende, mas será o período mais duro para quem pretende sorrir com sucessos ao final de 2016.
A meta é econômica mas não deixa de ser política. Em 2016, teremos eleições municipais. Costuma-se dizer que eleições municipais não são referência para eleições nacionais, no entanto não deixa de ser um cartão de visitas, pois os aliados têm o humor mais controlado tanto quanto mais satisfeitos ao final desses pleitos. Os vetustos senhores da economia podem garantir a festa dos políticos. Foi sempre assim. Adam Smith deu garantias a Rainha Vitória! John Maynard Keynes deu certezas a Franklin Delano Roosevelt ou o pensamento de F. A. Hayek deu certezas a Ronald Regan.
A Presidenta Dilma não costuma dizer em público mas adora a forma como conduziu estrategicamente o país o general Presidente, Ernesto Geisel. Ele tinha o monetarista Mário Henrique Simonsen, na Fazenda, e o desenvolvimentista João Paulo dos Reis Veloso, no Planejamento. Geisel era um apaixonado por questões energéticas e estratégicas. Dilma seria também, mas sem o mesmo brilho( informo que não sou saudoso dos militares!).
Nélson Barbosa e toda a equipe econômica têm um compromisso, isso é evidente. Tirar o Brasil deste momento de falta de credibilidade internacional, porém é evidente que Barbosa vai travar um batalha com os outros dois membros da equipe. Barbosa, um desenvolvimentista como foi J.P dos Reis Veloso - foi o responsável por montar ainda em 2013, quando ainda era o secretario executivo do Ministério da Fazenda, uma proposta de redução das alíquotas de ICMS com pum fundo de compensação. Era uma pequena Reforma Tributária que está empacada no Senado por ação do próprio Governo Federal que a encaminhou. Os senadores nordestinos mais preparados defendem que a proposta seria um bom caminho para região e o País.
Os estados do Nordeste devem ganhar algo com a redução nas desonerações, porém vão perder com os juros, com a redução do tamanho de BNDES, Caixa e Banco do Brasil, sem mais espaço fiscal e vão ficar dependentes do capenga PAC 2 e PAC 3. Não vejo que Barbosa possa impor sua proposta agora o que ajudaria a reduzir esse sufoco. São muitas dificuldades ao mesmo tempo.
A tal busca da credibilidade serviria para convencer o setor privado a investir mais. Os governos dos estados nordestinos, dessa forma, deveriam conversar mais com o Mundo e não tanto com Brasília. A chamada integração nacional ganha contornos de busca com a integração internacional.
Boa semana a todos!
Por Genésio Araújo Jr, jornalista
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