O preço ficou alto demais
É bom ressaltar que os empresários, donos do poder econômico, vão tentar colocar em debate porque chegamos a este estados de coisas numa das maiores economias do Planeta.
(Brasília-DF) Desde sexta-feira,14 de novembro, o mundo político e econômico nacional entraram em parafuso.
A sétima fase da Operação Lava-Jato, “Juízo Final”, atingiu o comando das 9 maiores empreiteiras do país, com prisões de seus executivo e empresários - três delas tem origens no Nordeste do Brasil. Milionários, bilionários, a chamada “elite branca”, foram parar na cadeia. A tendência é que isso se projete, fortemente, sobre a cena política e social, em meio às vésperas do início do segundo mandato da Presidenta Dilma.
Goste-se deste Governo, ou não, existe uma clara sensação na sociedade que temos uma administração pública corrupta, em excesso.
Os apoiadores desta administração alegam que hoje existe uma polícia forte, livre e instrumentos de investigação, como a CGU, que agem, ao contrário do passado.
Os adversários dizem que nunca houve tanto desmando e apropriação do Estado com todos os dedos governamentais, e que isso tem que parar.
Veremos nos próximos dias diálogos frequentes, e que não devem parar um minuto sequer ,em vários níveis de nossa vida social. A imprensa, especialmente, a que vive na internet vai colaborar muito, os jornais também, com o espaço que têm.
É bom ressaltar que os empresários, donos do poder econômico, vão tentar colocar em debate porque chegamos a este estados de coisas numa das maiores economias do Planeta.
Os grandes agentes econômicos se colocaram claramente contra a reeleição deste Governo e muitos imaginavam que eles queriam mudanças pois não estariam tendo os lucros que desejavam.
Só os muito tolos, e são muitos, tinham isso como irretorquível. Muitas dúvidas surgiram entre os mais preocupados e que não se encantam com as primeiras imagens. O discurso dos cientistas políticos de plantão apontavam para uma disputa entre os modelos e políticas econômicas - cíclicas, anticíclicas, previsibilidade, política industrial equivocada, graves problemas na infraestrutura, e mais alguns pontos, ressalte-se.
A plutocracia enjaulada perderá o debate, certamente, porém colocará em questão, apuramos, uma outra questão, o custo chegou ao limite.
A sociedade toda cresceu quando no anos Lula foi montado o modelo econômico que atendeu a base da sociedade e o cume da cadeia alimentar, porém os ricos dirão que o custo para isso perdeu sua validade em momento de crise mundial, aliada a chegada, maciça de grandes jogadores internacionais que vieram participar das novas concessões abertas a partir do final de 2011 e 2012.
Ficou comum dizer que o Brasil ficou caro antes de ficar rico. Os ricos tentarão colocar isso além do óbvio, que se vê no consumo geral que qualquer brasileiro de classe média reconhece.
Existe um grupo que vai dizer que como o Brasil virou referência mundial e não dá mais para fazer as coisas como se faziam antigamente.
É arriscado, mas vão colocar fortemente em debate que não dava para o Brasil seguir adiante em momento de crise mundial se cobrando este “custo”, o preço da corrupção. A precificação da corrupção existe, e sempre existiu, porém ficou tão sofisticada no Brasil que cada setor ganhou seu perfil num assombro que importa numa cadeia final gigantesca. No final, não há diferimento, como nas operações fiscais.
Temos muitos problemas pela frente, no entanto este do vale quanto pesa da corrupção surgirá estratégico para o futuro imediato do país, mais rápido que o tão destacado freio na impunidade que tanto anima a classe média e os mais moralistas.
Vamos em frente.
Por Genésio Araújo Jr, jornalista
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