31 de julho de 2025
OPINIÃO

A eleição mais difícil da história

Os especialistas em pesquisas, analistas do PMDB e do PT, consultados pela agência Política Real apontam, favoravelmente a seus interesses, que a Presidenta Dilma Rousseff deverá ser reeleita, mantendo a tocada atual, com não mais de 5 milhões de votos.

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(Brasília-DF)  O vencedor das eleições presidenciais de 2014, seja qual for o vitorioso, terá que lidar com a imensa responsabilidade de ter sido eleito por uma das menores margens de votos de toda a história da democracia brasileira.

 

No século passado, vivemos duas redemocratizações. Em 1945, com o fim do Estado Novo, e que durou até 1964, e outra a partir de 1989, com a primeira eleição presidencial “solteira” desde 1961 e, ressalte-se, dura até hoje.  Em 1955, o senhor Juscelino Kubistchesk de Oliveira se elegeu com 36,35% dos votos contra os 30,27% de votos dados a Juarez Távora. Naquela época, não tínhamos dois turnos para definir a chamada maioria absoluta. Juscelino venceu com pouco mais de 400 mil votos de maioria.

 

Em 1989, o senhor Fernando Collor de Melo venceu Lula com pouco mais de 4 milhões de votos. Collor venceu numa eleição em dois turnos.

 

Os especialistas em pesquisas, analistas do PMDB e do PT, consultados pela agência Política Real apontam, favoravelmente a seus interesses, que a Presidenta Dilma Rousseff deverá ser reeleita, mantendo a tocada atual, com não mais de 5 milhões de votos. Para os padrões atuais, algo muito apertado. É como se nos 26 Estados e Distrito Federal houvesse empate e só o estado do Pará, que tem 5,1 milhões de eleitores, se desse maioria a vencedora.

 

Os analistas calculam que existe hoje um empate técnico entre a Presidenta Dilma e a ex-senadora Marina Silva. Estas serão as contendoras do segundo turno faltando duas semanas para o primeiro turno.

 

Em 2010, quando disputaram Dilma e José Serra, em segundo turno, 36 milhões de eleitores deixaram de votar nos dois candidatos. Eles calculam que Marina Silva deverá ficar com 29 milhões dos eleitores que preferiram se abster de votar. “Esse eleitorado, que não se achava representado, agora tem candidato!”, concordam alguns deles, que preferiram anonimato.  Esta é a visão da maioria dos analistas.  A diferença dos que não votaram seria dos votos nulos e brancos.

 

Eles avaliam, realisticamente, que Dilma teria condições de ter a diferença ressaltada de não mais de 5 milhões de votos. Contada a estratégia do ataque a ex-senadora assim como a articulação dos grandes partidos. Eles acham que já estão se preparando para o segundo turno, enquanto Marina Silva ainda luta para se desvencilhar do “bombardeio” duplo( Dilma-Aécio). Eles contam que o ex-presidente Lula comandará a articulação junto ao provável grande bloco de apoiadores, já eleitos no primeiro turno, muito deles do PMDB, sócio do projeto petista e que não migrou para Marina e Aécio até aqui.

 

O Nordeste e o Sul, com o Rio Grande do Sul – terra onde Dilma nasceu politicamente -, seriam os grandes fiadores da possível vitória da Presidenta Dilma, que será a menos petista desde o início dessa mais de uma década de vitórias do Partido dos Trabalhadores. Pode-se incluir neste porvir o Estado de Minas Gerais, face uma possível vitória da Presidenta na terra em que nasceu, de fato, para desgosto dos tucanos e Aécio Neves.

 

Um novo governo Dilma terá que esgrimar um novo projeto de desenvolvimento que não pode ser mais o que se viu até aqui. O processo de retomada dos países ricos deverá vir em 2016 e além disso terá que lidar com o patrimônio eleitoral da autora do fim da polarização PT-PSDB, a senhora Marina Silva.

 

Em verdade, muito trabalho pela frente, mas é bom lembrar, são prognósticos.

 

Eis o mistério da fé.

 

Por Genésio Araújo Jr, jornalista

 

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