As campeãs e a animação.
Hoje, nenhuma das campeãs tem a mínima certeza de que vão levar no primeiro turno. Que campeãs são essas? É isso mesmo. Tudo é muito relativo, em 2014.
(Brasília-DF) Bem, finalmente, começou a campanha! Para alguns, os menos preciosos, ela, de fato, só começará no dia 19 de agosto, quando a TV e o rádio começarem a divulgar a propaganda eleitoral gratuita.
Pois bem, vamos lá. No Nordeste, existem algumas campanhas campeãs, para usar um termo tão comum no esporte, no popular e tão usado para divulgar as empresas preferidas do BNDES no recebimento de grandes somas de recursos, especialmente nos anos Dilma. São destacadas, de norte a sul da região, as candidaturas do ex-deputado Flávio Dino(PC do B), no Maranhão, do senador Wellington Dias(PT), no Piauí, do senador Eunício Oliveira(PMDB, no Ceará, do senador Cássio Cunha Lima(PSDB), na Paraíba, do senador Armando Monteiro(PTB), em Pernambuco, e do ex-governador Paulo Souto(DEM), na Bahia.
O Nordeste tem 9 estados. Destacamos 6. Desses, estão os quatro principais colégios eleitorais: Bahia, Pernambuco, Ceará e Maranhão. Só um desses “grandes” é de um partido de oposição. A maioria tem partidos da base e da oposição compondo suas chapas majoritárias, com exceção de Pernambuco. Entre os menores colégios eleitorais citados, temos um totalmente focado com o Palácio do Planalto(PI) e outro efetivamente focado na oposição(PB).
Observamos que, bem diferente de 2010, temos uma divisão de poder entre as campeãs. Naquele ano, sabíamos que os principais estados tinham favoritos, todos ligados ao Governo Lula, que crescia naquele ano a 7,5% do PIB. Para quem era do “mercado do poder” era flagrante que os governistas do Maranhão, Ceará, Pernambuco e Bahia iriam vencer com folga. Assim foi no primeiro turno no Ceará, Pernambuco e Maranhão.
Hoje, nenhuma das campeãs tem a mínima certeza de que vão levar no primeiro turno. Que campeãs são essas? É isso mesmo. Tudo é muito relativo, em 2014.
As dificuldades da candidata à reeleição ao Palácio do Planalto justifica este cenário, para muitos. O alto nível de rejeição da Presidenta Dilma, 35%, enquanto os outros mais destacados têm bem menos – Aécio Neves tem 15% e Eduardo Campos fica com 12%. O percentual “ótimo-bom” do governo federal caiu 3% enquanto o índice “ruim-péssimo” cresceu 3%. O governo tem apenas 32% de aprovação, 38% de regular e 39% de ruim e péssimo. Esses números são da última pesquisa Datafolha, no entanto a pesquisa Isto-Sensus, que saiu no fim de semana, não muda muito.
O momento é complexo, neste início de campanha. Seria leviano dizer que essa “insegurança” das campeãs se manterá mesmo com as dificuldades da candidata à reeleição ao Planalto. Naquele 2010, os vitoriosos, previsíveis em primeiro turno, se mantiveram unidos para o apoio a então candidata Dilma. Existe a possibilidade real e concreta, no segundo turno, que algumas campeãs mudem de lado. O caso que chama mais atenção seria no Ceará. Os rearranjos de segundo turno são naturais, porém, nunca, tão abissais.
Isso é marcante, pois, apesar dos políticos ficarem nervosos com suas instabilidades, para o distinto público pode ser bom, pois eles, os poderosos ou pretensos ao posto, poderão inovar em propostas. É verdade que o risco da demagogia estará presente, porém os limites são grandes para o exercício de tal estratagema.
Enfim, não dá para ter dúvidas: vai ser animado.
Por Genésio Araújo Jr, é jornalista
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