31 de julho de 2025
OPINIÃO

Esse negócio chamado política

A política é uma atividade impressionante realizada pelos humanos.

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(Brasília-DF) A Política, para muitos, é um jogo de safados, mas como nem todo  mundo é parvo ou cai na esparrela dos que desejam reduzir para se apoderar do verdadeiro jogo do poder, vamos a alguns erros que confirmam a avaliação de que seja qual for o governo deve ser duramente espezinhado.

 

Os governos precisam ser controlados tanto que há quem diga que a frase de que  “deve-se  ser duro com os poderosos e terno com os humildes” seria uma corruptela da clássica “Hay que ser duro pero sin perder la ternura, jamais”, de Ernesto Che Guevara. Esse mèlange anarquista-socialista serve como uma luva ao que irei colocar por aqui, e que retrata como a política é uma atividade impressionante realizada pelos humanos.

 

O novo homem forte do Palácio do Planalto, o ministro chefe da Casa Civil, Aloízio Mercadante, há algumas semanas se reuniu com a grande maioria dos líderes da base aliada do Governo Dilma e disse para eles que seria melhor que ficassem atentos a impressionante força política da chefe do Governo, e que bastaria a eles tirarem fotos ao lado dela que seriam reeleitos! 

 

Em seguida, surgiu a notícia vinda de outros parvos que o Planalto iria isolar o líder dos insurretos e fisiológicos do Congresso - da Câmara, em especial - o deputado federal Eduardo Cunha(PMDB-RJ).  Uma estultice sem par.

 

O deputado carioca, que coloca em destaque a classe política de um estado que desde Carlos Lacerda, nos anos 60, não tinha alguém tão bem articulado no Congresso – montou no pessedista PMDB uma estrutura organizacional funcional, coisa que só o PT faz, desde os tempos em que ainda era oposição e tentava montar os “Ghost Cabinet”.  Cunha logo após eleito, agora reeleito, criou uma estrutura de 20 vice lideranças com destaque para seus vice-líderes nordestinos em postos relevantes( Marcelo Castro, Danilo Forte, Lúcio Vieira Lima, Manoel Junior e Colbert Martins). Todo mundo ocupado, sendo atendido e atendendo.

 

A formação de um blocão, ou aliança política como dizia Cunha, seria outra demonstração dos equívocos de um governo que não entende de política.  A articulação do Governo tenta esvaziar este ajuntamento, mas não terá facilidades e cai nas armadilhas da guerrilha dos partidos que são menores e menos afamados que o PMDB.

 

Veja o caso do PP, comandado pelo nordestino Ciro Nogueira(PP-PI), que não faz um discurso, não tem uma política pública e nem relata projetos importantes. Ele deu um show de micro política e ainda sai sem fama de fisiológico.

 

Vamos ao caso: Dilma queria substituir Aguinaldo Ribeiro(PP-PB), nas Cidades, por Nogueira pois queria a presença do presidente do partido no Ministério para arrefecer as lideranças insurretas do pepismo pelo país.  Não arredava o pé, Nogueira não tinha a mesma coragem de Eunício Oliveira para ser categórico em recusas.  Pois bem, o partido entrou no blocão, com a ação do deputado líder pepista Eduardo da Fonte(PP-PE).  Tudo calculado, quando convocaram o ministro pepista numa manobra do PMDB na Comissão de Fiscalização, o PP anunciou a saída e para sua tranquilidade Dilma e seu Mercadante aceitaram o nome que os pepistas queriam para o Ministério das Cidades. Ciro venceu a Presidenta sem cara feia e sem ranger de dentes.

 

Mais um traço dos nordestinos na cúpula dominada por gaúchos e sulistas que não são hábeis para o jogo da conversação.      

  

Governos sejam até o do Céu merecem ser tratados com ferro quente, pena que para isso às vezes tenhamos que nos servir de gente que não convidaríamos para um chá das cinco!  Política.

 

Por Genésio Araújo Jr, jornalista

 

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