31 de julho de 2025
OPINIÃO

A espera de certezas

A coluna de Genésio Araújo Jr é publicada todos os domingos aqui e em vários sites e jornais do Nordeste

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(Brasília-DF) Chegamos dezembro. Antecipamos por aqui que teríamos muitas tensões até a chegada do fim do ano. É natural que o ambiente político se congele até fevereiro. Além da parada nas casas legislativas, já é certo que não teremos reforma ministerial.

Com isso, ficamos à espera dos números econômicos sobre expectativas para o ano de 2014 assim como o balanço das vendas do varejo, que servirão como um biruta. 

Os números da economia revelam indicativos tão nebulosos como a política. Não deveria ser, política tem suas nuvens que tanto mudam, porém na economia as tendências microeconômicas se mantém com convicções macroeconômicas.

Todos os analistas evidenciam que os números de 2013 estão muito parecidos com os da crise de 2008. Eles informam que o passivo do setor público deve chegar a 60% do Produto Interno Bruto(PIB). No mercado de juros futuros os números se apresentam como os de 2009, quando os contratos com vencimentos em dois anos fecharam a 10%. Em 2010, tínhamos o Mundo rico querendo pagar para ver, pois o Brasil estava em moda, mas hoje não é a mesma coisa, dizem eles. Deveremos ter o menor superávit primário da década, em torno de 1,7%.

Vamos para o outro lado. A indústria em meio ao anúncio de crescimento de 0,5% do PIB, no trimestre passado, avançou além do que se esperava em outubro, com 0,6%.  Existe um sentimento de confiança do setor, detectado em novembro.  O desemprego continua em baixa.  É bom lembrar que ao se avançar com a indústria é porque o comércio fez encomendas. A chegada dos bilhões do leilão do pré-sal sob às condições de partilha vão dar tranquilidade na formação do superávit primário. Os números da inflação não estão ruins. A indexação econômica que se projeta ao INPC, comum nos contratos, não é assustadora.

Essa nebulosidade econômica fica evidente ao vermos os agentes econômicos gritando ,mas a sociedade ainda sem piar.  Essa contradição flagrante deixa a cena política ainda mais confusa. É bom para o Governo, pois lhe dá confiança para tentar manter seus status e é bom para a oposição pois lhe dá uma taxa de conforto para buscar representar algo novo.

A economia ganhará com a onda consumista que tomará de conta do país com a proximidade da Copa do Mundo. A atividade econômica será fundamental para dar uma cara ao final do segundo trimestre do ano que vem.  Como o segundo semestre sempre é melhor, a política vai ganhar uma cor que ainda não se sabe. Todos sabem que 2014 não terá a onda econômica que se viu em 2010, que ajudou a eleger Dilma. A Presidenta tem a seu favor o fato de ter um padrinho político ainda forte com a população, Luiz Inácio Lula da Silva, que vai andar pelo Brasil, onde ela não puder ir, especialmente onde houver vários candidatos a lhe dar apoio.     Em 2010, ela era apresentada por Lula, agora será diferente.  As pessoas sabem que Dilma não lá essas coisas, bem ruizinha, mas a oposição passa confiança?!

Será uma guerra para a oposição, no entanto o Governo vai usar uma guerra de guerrilha, inusitado. Não deveria ser o oposto!?

As pesquisas mostram que o povo está aberto para mudanças, algo que pode ficar melhor. Lula, que é quem entende disso, está preocupado com a sintonia fina do poder real.

São muitas dúvidas e nenhuma certeza.

Por Genésio Araújo Jr, é jornalista

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