31 de julho de 2025
OPINIÃO

O estresse do jogo antecipado

A coluna de Genésio Araújo Jr é publicada todos os domingos aqui e em vários sites e jornais do Nordeste

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(Brasília-DF) O ano eleitoral começou no dia 5 de outubro - estamos à beira do final do mês de outubro com a nítida sensação de que o mundo político viverá intensamente os próximos dias.

Muitos dizem: “Calma, as coisas vão se resolver só a partir de março do ano que vem!”  Outros dizem: ”Dilma já está no segundo turno, resta saber quem vai com ela”.  Este espaço publicou na semana passada avaliando o cenário geral: “A verdade é que neste primeiro momento em que todas as luzes se voltaram para a união Campos-Marina, cheia de contradições, passados os primeiros dias – os envolvidos na disputa presidencial parecem ter o que comemorar”, escrevi, sobre o fato de que todos os envolvidos não tinham que reclamar tanto assim.

Os dias que virão se voltarão para as arrumações nos Estados.  Isto irá realimentar, fortemente, os ajustes em Brasília. Isto terá implicação na reforma ministerial.

No Nordeste, do Maranhão a Alagoas as variáveis se avolumam.  Flávio Dino, forte candidato no Maranhão enlouquece a família Sarney que fará mudanças na equipe de Roseana Sarney ainda este ano para enfrentar uma onda que estará em destaque até abril, comandando a pequena Embratur, mas reluzente em ano de Copa do Mundo.

No Piauí, a possibilidade do senador Ciro Nogueira assumir o Ministério das Cidades no ano que vem, com a saída do ministro Aguinaldo Ribeiro, deputado licenciado que vai às urnas na Paraíba, terá implicações no acordo de apoiadores de Dilma no Piauí.  Isso terá implicações sobre o futuro do PP como um todo, visto que Nogueira é o presidente nacional da sigla, que ainda não fechou com Dilma.

No Ceará, o fator Gomes faz especulações pulularem: dizem, no Ceará, que o Estado poderá ter dois Ministérios!  Isso terá influência direta no acordo PT-PMDB nacional. O líder do PMDB, senador Eunício Oliveira(PMDB-CE), forte na Executiva Nacional  não vai sair por baixo nisso.

No Rio Grande do Norte, o senador e ministro Garibaldi Alves Filho é Pule de 10 para o Governo do Rio Grande do Norte.  O estado tem uma estrela socialista que precisa ser podada pelo Planalto, Wilma de Faria, também em ascensão.

Ainda sobre a Paraíba, os tucanos poderão impor uma autofagia no PSB. O senador e um dos coordenadores da campanha de Aécio Neves no Nordeste, Cássio Cunha(PSDB) que elegeu o governador Ricardo Coutinho(PSB) devem se impor um rompimento, que deverá ir além dos limites do Estado.  Em Pernambuco, Eduardo Campos terá que se dedicar a enfrentas os ex-aliados, PTB-PT, porém fará abalos com a aliança virtual montada com o PMDB do senador Jarbas Vasconcelos.

Alagoas deverá ter um embate entre apoiadores de Dilma, PMDB e PP. O PSB e o PSDB poderão ganhar com isso.  No Sergipe, outro Estado que junto com Alagoas não é de dar grandes votações a Dilma e o PT - deveremos ver o inusitado de PMDB-PSB-PT, unidos, mas dando jeito para atender suas necessidades nacionais.

A Bahia é uma pérola para as vitórias de Lula e Dilma, uma referência petista.  Hoje, se percebe que Dilma e PT continuarão ganhando por lá, mas as margens prometem ser menores.

Tudo isso veio para cima dos jogadores da política nacional. Muita gente foi e está sendo obrigada a se antecipar.  Para o Planalto esta antecipação é boa, mas os Estados vão conseguir deter esta onda!?

Resta aguardar!

Eis o mistério da fé.

Por Genésio Araújo Jr, é jornalista

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