Os novos partidos e o Nordeste
A coluna de Genésio Araújo Jr é publicada todos os domingos aqui e em vários sites e jornais do Nordeste
(Brasília-DF) Estamos na contagem regressiva para o início do ano eleitoral. Na prática, 2014 vai começar a partir do dia 5 de outubro. Explica-se: dia 5 de outubro de 2014, um domingo, teremos eleições nacionais. Pelas regras em vigor no Brasil, o ano eleitoral começa exatamente um ano antes da data do pleito.
Com isso, começa a contar a roda da fortuna para(?!). Existe um grupo de 3 a 4 partidos à beira de serem criados. Se eles vierem ao mundo, como o Rede Sustentabilidade e Solidariedade deveremos ter uma revoada de políticos para este novo ninho. É incalculável, ainda, quantos políticos nos Estados irão mudar de partido. No Congresso Nacional, se especula que até 100 deputados federais estariam negociando suas saídas.
No Nordeste, este jogo deverá gerar grandes implicações. Basta ver o que se viu com a criação do PSD, que acabou não gerando grandes mudanças de patamar para seus aderentes. O PSD acabou ficando com até três vice-governadores no Nordeste. Um ex-presidente do PFL, o deputado Hugo Napoleão(PI), foi para o PSD. Isso tudo pode acontecer com os novos partidos.
Além de tudo isso, temos os abalos que estão atingindo os alicerces do PDT com a “Operação Esopo”. O Planalto conseguiu colher boas notícias nas últimas semanas, Dilma reapareceu sem aquele ar de firma quebrada -, mas este episódio o obriga a viver uma grande dificuldade política, que teima em colocar em destaque o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi.
O PDT, queira ou não os críticos deste momento, é motivo de cobiça de todos os presidenciáveis, pois apesar da história combalida, e a tem, história, representa cartorialmente muito no jogo político do tempo de televisão. Hoje, o PDT, no Nordeste está maios alinhado com o PSB e com iminente Rede. Dos nove estados do Nordeste, só na Bahia existe um alinhamento imediato com o PT de Dilma - no Sergipe e no Rio Grande do Norte existe uma potencialidade, nada mais.
O PDT é cheio de comissões provisórias que dependem do comando de Lupi, ele insatisfeito, com mão de ferro, e toda esta tendência contada no Nordeste é um problemão para Dilma. Tudo indica que Lula, sempre ele, vai cuidar disso com o maior prumo.
Se o PDT quiser sair do lado de Dilma, e do PT, será muito bem recebido pelo PSB de Eduardo Campos, o PSDB de Aécio Neves e o a própria Rede de Marina, se vingar. Dilma perderá tempo de televisão e não poderá falar do PDT e seus percalços, até porque tem os seus, que perdurarão com a iminente continuação da AP 470, o processo do mensalão, em 2014.
Tudo indica que o Solidariedade, mais até que o Rede fará misérias no PDT, como o PSD fez com o Democratas. No Nordeste, não será tudo isso, mas já se tem informações que efetuará transtornos. Isto, inegavelmente, irá gerar mudanças na conjuntura política. Será coisa para quem é do ramo, especialista em minudências e grandes estratégias. Isto é assunto para poucos no Brasil.
Este jogo dos partidos é uma jabuticaba, coisa típica do Brasil. Em alguns países surgem partidos do nada, é verdade, mas nada com nossa peculiariedade – país gigante com uma federação de araque.
Sobre a AP 470, o mensalão, o episódio onde fica evidente que alguns dos condenados deverão ter direito a recurso, confirma que se deve acabar com o foro privilegiado. Ponto.
Boa semana a todos.
Por Genésio Araújo Jr, é jornalista
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