31 de julho de 2025

Os novos ares de agosto e o Nordeste

A coluna de Genésio Junior é publicada todos os domingos neste espaço

Publicado em

(Brasília-DF) Agosto engrena sob novos ares.  O Supremo Tribunal Federal, na decisão que condenou pela primeira vez uma senador da República, Ivo Cassol(PP-RO) – dá sinal de que tomará novo rumo em decisões sobre cassação imediata de mandato eletivo, com evidente implicação no futuro do julgamento da AP 470, conhecida como Mensalão. 

O caso que envolve as investigações que revelaram um cartel nas licitações do Metrô de São Paulo nas administrações tucanas, desde Mário Covas, atinge, duramente, a fortaleza paulista do PSDB e deverá criar uma guerra política com proporções imprevisíveis.

Para completar, foi divulgada pesquisa do instituto Datafolha em que revela alguma recuperação na popularidade da Presidenta Dilma Rousseff.  O Governo Dilma subiu em avaliação positiva de 30% para 36%.  Na pesquisa em que são avaliados os pré-candidatos Dilma estaria com 35% e teria que disputar um segundo turno com Marina Silva, que chegou agora a 26%.  Lula foi colocado como pré-candidato e venceria todos ,fácil,  num primeiro turno, com 51%.

Quais as avaliações sobre os três novos cenários e a política nordestina?! Não dá para analisar nada estanque no Brasil, especialmente face ao nosso modelo, único, e a federação capenga que temos.  Apesar disso, vamos nos esforçar. 

Na questão da Justiça, é bom que se atente que vem a ser no Nordeste que existem mais condenações de homens públicos, no exercício dos mandatos, apesar dos condenados do mensalão serem do Sudeste do Brasil, prioritariamente.  Nas condenações dos Tribunais de Contas chama atenção os muitos casos na Bahia e Maranhão.  O Tribunal Eleitoral do Piauí é o que mais afasta prefeitos, proporcionalmente, no país. As manifestações que virão em setembro deverão, provavelmente, incluir agora as insatisfações com o Supremo. Agora, a Deusa Thêmis vai ter que se virar com ovos podres, também!

Quanto ao escândalo dos tucanos paulistas, tudo indica que o tradicional conservadorismo paulista não será afetado, a sociedade continuará dividida. A campanha para as eleições estaduais por lá deverá gerar mais dúvidas que certezas ao Governo Alckimin.  Os paulistas sempre influenciaram as eleições nordestinas, pois quem ocupava o Palácio Bandeirantes trazia para perto as lideranças nordestinas que estavam abatidas, temporariamente. A aflição do momento não dará espaços para tal beneplácito.  O ex-governador José Serra, que terá que dar explicações, também, apesar de uma postura menos contraditória que os outros tucanos, poderá perder o ímpeto de sair candidato à Presidência da República pelo  PPS de Roberto Freire ou o PSD de Gilberto Kassab.

Eduardo Campos adoraria a candidatura de Serra e vem conversando muito com Freire. Serra recluindo, o quadro se altera e ele poderia ser acusado de, ao sair do barco tucano, dar aval ao surgimento de uma onda de fôlego petista em São Paulo.

Os números da pesquisa Datafolha dão ânimo, neste momento, aos petistas e aliados mais fiéis. Dilma ainda tem muito popularidade e venceria no primeiro turno em várias e importantes cidades nordestinas. Não vejo mudança de estratégia das muitas lideranças nordestinas importantes no Congresso, especialmente, com esses números divulgados.  Eduardo Campos, ao dizer que a hora de decisões será em janeiro, permite esta avaliação.  Sua decisão, esperada, mudará os ânimos mais até lá haverá monitoramento nada obsequioso.

Boa semana a todos!

Por Genésio Araújo Jr, é jornalista

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