Nordeste e Investimentos.
BNDES assina com BID convênio que abre linha de US$ 3 bilhões para micros, pequenas e médias empresas; Banco informou que já repassa mais de 12 por cento dos recursos para o Nordeste, região que representa pouco mais de 13 por cento do PIB.
(Brasília-DF, 12/08/2005) O vice-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Demian Fiocca, e o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Enrique Iglesias, assinaram nesta sexta-feira, dia
12, convênio pelo qual o BID abre uma linha de crédito no valor de US$ 3
bilhões, destinada a financiar programas do BNDES de apoio a micro,
pequenas e médias empresas (MPMEs). O presidente do BNDES, Guido Mantega,
que estava em São Paulo, participou da cerimônia através de
vídeoconferência. Na sede do Banco, também estiveram presentes o diretor da
Área Social, Maurício Borges Lemos, e da Área Financeira, Carlos Kawall.
Esse convênio define as condições gerais dos empréstimos a serem
contratados entre as duas instituições, tornando bem mais simples e rápidas
as futuras negociações. Além disso, sinaliza para o BNDES que o BID está
disposto a manter, por um longo período, seu apoio financeiro às empresas
de menor porte do Brasil.
A nova linha de crédito é a primeira a ser aberta pelo BID nessa
modalidade, e o BNDES foi o escolhido para inaugurá-la, dentre todos os
demais parceiros daquela instituição, em função de sua comprovada
competência para executar programas dessa natureza. O primeiro empréstimo
a ser contratado dentro da nova linha, de US$ 1 bilhão, foi aprovado esta
semana pelo Senado e deverá ser assinado nos próximos dias.
O valor total do programa é de US$ 6 bilhões, sendo 50% compostos
pelo BID e a outra metade pelo BNDES. Os recursos permitirão que as
empresas de pequeno porte tenham acesso a financiamento de longo prazo para
seus projetos de investimento e, com isso, ganhem competitividade e
capacidade para ampliar o número de empregos gerados. Atualmente, as MPMEs
respondem por cerca de 60% da contratação de mão de obra no Brasil.
A nova linha de crédito contribuirá para que o Banco atinja os
objetivos de ampliar as alternativas de acesso ao financiamento para as
empresas de menor porte. Com isso, permitirá um maior crescimento do
setor, a redução das taxas de mortalidade, a ampliação da participação
dessas empresas no comércio exterior.
O prazo de utilização da nova linha será de nove anos e a liberação
dos recursos pelo BID ocorrerá a partir da assinatura de contratos de
empréstimos entre as duas instituições. O valor de cada operação não poderá
ultrapassar US$ 1 bilhão. A utilização dos recursos dependerá da
solicitação do BNDES e da aprovação simplificada da operação pela Diretoria
Executiva do BID. As condições do financiamento serão as mesmas definidas
nas políticas operacionais do BNDES para estes segmentos.
Desde o primeiro contrato assinado entre o BID e BNDES, há mais de 40
anos, já foram contratadas 18 operações de financiamento. Para as MPMEs, os
quatro últimos empréstimos contratados somaram US$ 3,5 bilhões. O último
programa, de maio de 2002, ilustra o êxito do relacionamento entre as duas
instituições para o desenvolvimento econômico e, em especial, para a
modernização industrial das empresas de menor porte.
Na ocasião, o BNDES contratou US$ 900 milhões e desembolsou, em
apenas 23 meses, o total de recursos previsto para serem liberados em até
quatro anos. Foram mais de 29 mil operações, sob a responsabilidade de 87
agentes financeiros. Com base numa amostra de 219 empresas visitadas, os
consultores do BID concluíram que 95% dos projetos apresentaram qualidade
satisfatória ou muito satisfatória.
Houve, ainda, uma desconcentração regional dos recursos, uma vez que
30,9% das liberações se destinaram à Região Sul (17,8% do PIB), 8,2% à
Centro-Oeste (7,2% do PIB) e 44,3% à Região Sudeste (57,1% do PIB). O
Nordeste recebeu 12,3% (13,1% do PIB) e o Norte 4,2% (4,8% do PIB).
Atualmente, em consonância com as diretrizes do Governo Federal, o
apoio às micro, pequenas e médias empresas está entre as prioridades do
BNDES. Em 2003, o Banco financiou mais de R$ 10 bilhões, em 96.486
operações, para este segmento, o que correspondeu a cerca de 30% dos
desembolsos do Banco. Em 2004, foram mais de R$ 12 bilhões, em 128.374
operações, mantendo a tendência de crescimento de participação com 32%. De
janeiro a julho de 2005, o BNDES liberou para a MPMEs R$ 7,2 bilhões, em
76.733 operações.
( da redação com informações do BNDES)