Bahia.
Cientista político diz que jeito carlista de ser tem sobrevida, apesar do declínio na força de ACM; Prefeito eleito vai Ter que ser hábil para atingir êxito, entende o observador.
( Brasília-DF,01/11/2004) O cientista político Paulo Dantas Neto, da Universidade Federal da Bahia, disse hoje, ao comentar o resultado da eleição municipal em Salvador, que o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) não teve adversários que ameaçassem seu poder ao longo dos anos 90. "Agora tem e está sendo obrigado a se reciclar, para atuar num cenário político mais competitivo", afirmou Dantas, em entrevista à Rádio Nacional AM. O candidato de Antonio Carlos Magalhães, senador César Borges (PFL), foi derrotado pelo pedetista João Henrique, no segundo turno.
Dantas ressaltou que a vitória de João Henrique não é início de uma nova era política no estado. "O poderio eleitoral e político na Bahia já vem se erodindo de modo relevante desde o início da atual década, desde pelo menos 2001", explicou.
No entanto, para Paulo, o tipo de política feita pelo senador Antonio Carlos ainda é usado na Bahia. "Há um forte equívoco em considerar que o declínio da liderança pessoal do senador ACM, que é inegável, é sinônimo de declínio da política carlista. Essa política, travestida de bons modos, permanece intacta na gestão do governador Paulo Souto", disse o cientista político.
Para ele, nem tudo será fácil na administração de Salvador. O novo prefeito da cidade deverá ter grande capacidade administrativa para garantir uma boa gestão. "Vai ser preciso muita flexibilidade política do PT, do PDT e do PSDB. Esses blocos políticos vão ter que construir um pacto forte porque o contexto político, de agora por diante, vai ser crescentemente influenciado pelas eleições nacionais", concluiu
( da redação com informações da Agência Brasil)