Imprensa Internacional repercute a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro
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Com agências.
(Brasília-DF, 22/11/2025). Neste sábado, 22, assim que foi divulgada a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, em Brasilia, por determinação do STF a pedido da Polícia Federal a imprensa internacional começou a dar destaque.
O jornal americano The Washington Post destacou que "assim como a maioria de seus colegas" do STF, Moraes "raramente toma decisões aos sábados, a menos que haja riscos de segurança envolvidos".
"A prisão preventiva deste sábado não significa que Bolsonaro permanecerá na sede da Polícia Federal para cumprir sua pena. A lei brasileira exige que todos os condenados iniciem suas penas na prisão", diz a reportagem do Post sobre a prisão.
O jornal britânico The Guardian destaca o caso com uma matéria intitulada "Ex-presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro preso no Brasil".
"Em setembro, Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão por arquitetar um golpe para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, vencedor das eleições de 2022. No entanto, o tribunal ainda não decretou a prisão de Bolsonaro por esses crimes, enquanto uma série de procedimentos e recursos judiciais estão em andamento", contextualiza a reportagem.
O diário ainda destacou o fato de que apoiadores de Bolsonaro estavam planejando uma "vigília" para a noite deste sábado.
"O protesto havia sido convocado pelo filho de Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro, em um vídeo publicado nas redes sociais", diz o Guardian.
O New York Times afirma em sua reportagem sobre a prisão do ex-presidente que em agosto, a polícia afirmou ter apreendido um documento que sugeria que Bolsonaro planejava pedir asilo na Argentina no ano anterior. O suposto plano de pedir asilo, diz a reportagem, seria pouco depois de as autoridades realizarem uma grande operação contra o ex-presidente, confiscando seu passaporte e prendendo alguns de seus aliados próximos.
Dias após essa operação, diz o jornal americano, Bolsonaro passou duas noites na embaixada da Hungria no Brasil, "numa aparente tentativa de obter asilo num país liderado por um aliado de direita, o primeiro-ministro Viktor Orbán". Numa entrevista concedida no início deste ano, Bolsonaro recusou-se a explicar por que havia dormido na embaixada, afirmou o NY Times.
A agência Reuters lembra que Bolsonaro estava há mais de 100 dias em prisão domiciliar "por violar medidas cautelares em um caso separado, por supostamente buscar a interferência dos EUA para interromper o processo criminal contra ele."
Em sua reportagem a respeito do caso, o argentino Clarín destaca a ocorrência de uma violação da tornozeleira eletrônica identificada pelo sistema de monitoramento do ex-presidente: "relatos indicam que ele tentou romper sua tornozeleira eletrônica", diz o jornal.
A decisão do STF sobre a prisão não detalha que a violação foi registrada por volta da meia-noite de sábado. "A informação constata a intenção do condenado de romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua fuga, facilitada pela confusão causada pela manifestação convocada por seu filho", diz o documento.
O também argentino La Nación destacou os problemas de saúde enfrentados por Jair Bolsonaro nos últimos anos e os pedidos de sua defesa para cumprimento da pensa em regime domiliciar por "razões humanitárias".
"O ex-presidente sofre de sequelas permanentes da facada que recebeu no abdômen em 2018, durante um evento de campanha. Na petição apresentada ao juiz, sua equipe de defesa listou as inúmeras cirurgias pelas quais ele passou desde o incidente, a mais recente em abril", diz a reportagem do jornal argentino.
Na página principal de seu site, o espanhol El País destaca a reportagem intitulada "Polícia prende o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro após meses de prisão domiciliar"
"O ex-presidente da ultra direita estava em prisão domiciliar há vários meses, após ter sido condenado em setembro pelo Supremo Tribunal Federal a 27 anos de prisão por uma tentativa fracassada de golpe de Estado em 2022, depois de perder as eleições presidenciais para o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva", diz a notícia.
A rede de televisão americana CBS News também noticiou a prisão.
Em um texto em seu site, o canal também lembrou que Bolsonaro é aliado do presidente americano Donald Trump, que classificou seu julgamento pelo STF como uma "caça às bruxas".
"Bolsonaro foi mencionado em uma ordem executiva de julho do governo dos EUA que aumentou em 50% as tarifas sobre diversas exportações brasileiras. Na sexta-feira, Trump revogou a maior parte dessas tarifas mais altas", diz a CBS.
"Ex-presidente do Brasil Bolsonaro preso dias antes de começar a cumprir sua pena de 27 anos de prisão", diz ainda o título da reportagem reproduzida pelo israelense The Times of Israel.
( da redação com informações de assessoria e redes sociais. Edição: Política Real)