31 de julho de 2025

Nordeste e Desenvolvimento Sustentável.

IBGE divulga números do Índice de Desenvolvimento Sustentável 2.004; Piauí, mesmo evoluindo no saneamento, ainda é referência negativa.

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( Brasília-DF,04/11/2004)  Agora há pouco foram divulgados os Indicadores de Desenvolvimento Sustentável 2004, do IBGE. Dividida em quatro áreas de interesse – ambiental, social, econômica e institucional – essa publicação contem um conjunto de 59 indicadores sobre a sustentabilidade do modelo de desenvolvimento brasileiro. Esse trabalho, cuja primeira edição foi publicada pelo IBGE em 2002, resulta de um movimento internacional – intensificado a partir da ECO 92 e coordenado pela Comissão de Desenvolvimento Sustentável da ONU – para consolidar indicadores internacionais compatíveis, permitindo o acompanhamento do tema em escala mundial.

 

 

O IDS 2004 também tem informações nas áreas social, econômica e institucional. Os indicadores demonstram que caiu o número de internações por doenças relacionadas à falta de saneamento básico, enquanto continuam a crescer o número de vítimas de homicídios e de acidentes de trânsito. O PIB per capita, o consumo per capita de energia e de minerais, a participação de material reciclado nas atividades industriais e a geração  armazenamento de rejeitos radiativos também constam do IDS 2004. Os gastos com Pesquisa e Desenvolvimento e com a proteção ao meio ambiente, bem como o número de domicílios e escolas com aceso à internet estão entre os indicadores institucionais.

 

 

A segunda edição do IDS – que tem 12 novos indicadores, em relação à primeira – traz informações sobre a balneabilidade das praias em cidades litorâneas, qualidade das águas de rios e represas, sobre queimadas e incêndios florestais, desmatamento, saneamento básico, desertificação, tráfico de animais, saneamento básico etc.

 

 

O Brasil é considerado um dos 12 países dotados da chamada megadiversidade. Estes, juntos, abrigam 70% da biodiversidade total do planeta. No entanto, existem 398 espécies de animais terrestres sob risco de extinção no País, entre mamíferos, aves, répteis, anfíbios e insetos, sem contar a fauna aquática, ameaçada pela construção de represas, pela destruição de matas e manguezais e pela poluição de rios e áreas costeiras. Além disso, estima-se que o tráfico retire da natureza, anualmente, cerca de 38 milhões de animais, em todo o mundo. No Brasil, as aves são as mais cobiçadas pelos traficantes, principalmente araras, tucanos, papagaios e emas, que representaram 82% dos animais apreendidos entre 1999 e 2000. Mas tartarugas, jabutis e serpentes também são alvo de caçadores e contrabandistas, já que a cotação internacional do veneno de cobra varia de 400 a 30 mil dólares por grama.

 

 

Cai o número de internações por doenças relacionadas à falta de saneamento

 

 

Investigando-se as internações motivadas por um grupo de doenças – agrupadas pela Fiocruz – relacionadas à falta de saneamento, como diarréias, hepatite A, febres entéricas e dengue, verifica-se que, no Brasil, em 1993 ocorreram 730 internações por cem mil habitantes, enquanto em 2002, houve 375 internações. Rondônia (1.200) e Piauí (1.198) tinham, em 2002, a pior situação, enquanto São Paulo (105) e Distrito Federal (120) tinham os melhores quadros gerais. O IDS também retrata a Oferta de Serviços Básicos de Saúde, através do número de leitos hospitalares, estabelecimentos de Saúde e postos de trabalho médico por mil habitantes, para as Grandes Regiões e Unidades da Federação.

 

 

 

Ainda na área social, outro indicador importante é Adequação de moradia, retratando o número de domicílios que tenham, simultaneamente, densidade de até dois moradores por dormitório, coleta de lixo direta ou indireta por serviço de limpeza, abastecimento de água por rede geral e esgotamento sanitário por rede coletora ou fossa séptica. Tais números melhoraram significativamente de 1992 (36,8%) para 2002 (50,6%), mas quase a metade dos domicílios do País não se enquadram nos critérios de adequação. Tocantins (14,3%) tem o percentual mais baixo e o Distrito Federal (69,9%) o mais alto.

 

 

( da redação com informações do IBGE)