Alagoas.
Líder da Minoria opina sobre Política Cambial; Confira artigo.
(Brasília-DF,30/11/2004) A Política Real teve acesso a artigo assinado pelo deputado José Thomaz Nonô(PFL-AL), líder da Minoria na Câmara. O deputado alagoano faz uma análise que foi editada pelo informativo da liderança na Câmara dos Deputados, hoje. a que a Política Real teve acesso. Confira:
“ Política Cambial
Quero adotar postura diferente da usual no exercício da liderança da Minoria. Quero elogiar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela medida acertada, tomada pelo Banco Central no que diz respeito a sua política cambial. Vamos discutir um pouco do mundo real. Na Câmara dos Deputados, freqüentemente, fazemos digressões sobre coisas que às vezes são politicamente importantes, mas que dizem pouco respeito à totalidade da sociedade brasileira.
O dólar está em queda livre em relação ao euro, e isso já traz uma série de conseqüências para a nossa economia. No caso específico do Brasil, o ingresso maciço de dólares, pelos êxitos na exportação, confrontado com a saída modesta dos numerários despendidos na importação fizeram com que houvesse, digamos assim, uma sobra de dólares, estimada em alguma coisa em torno de cinco bilhões de reais. Evidentemente que por haver excesso de oferta de moeda norte-americana e pouca procura, o preço daquela moeda cai.
A queda determinada pela situação do mercado brasileiroe a queda do dólar em relação ao eurofazem com que produtos brasileirosexportados tenham seu contravalor em realclaramente depreciado.
A persistir essa situação,evidentemente, a curto prazo o Brasil já iria começar a ter problema quanto às suas dívidas externas.
O presidente da República fez muito bem quandosinalizou que o ponto de equilíbrio do dólar seria alguma coisa em torno de R$ 2,90 ou de R$ 3,00. Alguns comentaristas apressadamente disseram que foi um equívoco do presidente, que o presidente não deve falar. Mas, nesse casoespecífico — e digo isso como representante da Minoria que sou —,S. Exa. fez muito bem, porque sua palavra tem grande impacto.
Quando o presidente da República diz uma impropriedade — e tem dito algumas com lamentável freqüência —, há um impacto negativo. Quando S. Exa. diz alguma coisa acertada, há um impacto positivo. No mesmo momento, ou melhor, 15 minutos depois da fala presidencial, o dólar já dava sinais de valorização frente ao real.Isso é importante, repito. Ao apresentarmos nosso balanço de pagamentos numa feição claramente exportadora, é importante que o contravalor em reais gerado pelas exportações em divisa estrangeira seja evidentemente favorável não apenas às nossas empresas, mas sobretudo ao próprio Tesouro Nacional .
Então, nós gostaríamos de fazer esse registro com a mesma veemência com que criticamos a abusiva permissão dos spreads obscenos que os bancos brasileiros praticam nanossa praça.
Há uns 15 dias, tive oportunidade de tratar sobre isso. Lamentavelmente, o Banco Central do nosso blindado presidente Meirelles faz ouvido de mercador e olho de cego, pois nãoouve nem vê, e permite que sejam cobrados os spreads quando cresce a taxa de adimplência. Os bancos dizem que a justificativa dos exorbitantes spreads é a grande inadimplência. Nos últimos tempos, os devedores dos bancos, tanto os privados quanto os públicos e pessoas físicas, têm cumprido seus contratos. Quanto mais se cumprem contratos, estranhamente mais altos são os spreads cobrados pelos bancos brasileiros.”
( da redação com informações da Liderança do PFL, na Câmara)