31 de julho de 2025
ECONOMIA

Conta da greve dos petroleiros já custa R$ 200 milhões diários; greve já tem 6 dias

Dados do SINDPETRO-Nf e Dieese

Por Política Real com assessoria
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Petrobras estaria tendo prejuízo de R$ 200 milhões por dia Foto: Arquivo da Política Real

(Brasília-DF, 22/12/2025) Nesse domingo, 21, o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindpetro-NF) em parceria com o Dieese informou que a greve nacional dos petroleiros já impõe perdas expressivas ao faturamento da Petrobrás.

A estimativa é do economista Cloviomar Cararine, do Dieese, com dados na primeira semana de paralisação dos trabalhadores, que teve início na última segunda-feira ,15, após ausência de acordo e com resistência da empresa em negociar e atender às reivindicações da categoria.

Nos seis primeiros dias de greve, a produção registrou uma queda acumulada estimada em cerca de 300 mil barris de petróleo e gás. Somente na área de Exploração e Produção (E&P), a redução é estimada em aproximadamente US$ 18 milhões por dia, o equivalente a cerca de R$ 100 milhões diários. No segmento de refino, as perdas alcançam aproximadamente R$ 90 milhões por dia. Em conjunto, os impactos em E&P e refino representam um prejuízo parcial da ordem de R$ 200 milhões diários, sem considerar os efeitos sobre áreas como Transpetro, TBG e PBio.

Embora os dados oficiais da Agência Nacional do Petróleo (ANP) sejam divulgados com cerca de uma semana de defasagem, levantamentos preliminares do Dieese e do Sindipetro-NF, com base em informações das próprias unidades, já indicam perdas expressivas.

Segundo Cararine, ao contrário do que sustenta a direção da empresa, as paralisações têm impacto direto nas receitas e evidenciam fragilidades na estratégia de contingência adotada pela gestão. Para o economista, a resposta da companhia ao movimento paredista tem sido mais prejudicial do que a própria greve. “Em quase duas décadas acompanhando a categoria, nunca presenciei uma mobilização tão rápida, coesa e expressiva diante de um chamado sindical”, afirmou.

Negociação

Para o coordenador-geral do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) e diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Sérgio Borges, a ausência de negociação efetiva por parte da diretoria da Petrobrás é o principal fator de agravamento do conflito. Segundo ele, a atual gestão da empresa se recusa a abrir um canal real de diálogo, mesmo diante dos impactos crescentes da paralisação.

“A Petrobrás escolheu não negociar. Não há proposta concreta e não há disposição de diálogo. Nessas condições, a greve tende a se prolongar, além de Natal e Ano Novo, porque a categoria está unida e disposta a sustentar o movimento pelo tempo que for necessário. E, se depender da categoria, temos muito gás e energia para continuar por tempo indeterminado”, afirmou Sérgio Borges.

Na avaliação do dirigente sindical, a gestão da companhia ignora deliberadamente os alertas feitos pelas entidades representativas e aposta no desgaste dos trabalhadores como estratégia. “A empresa prefere perder milhões por dia a sentar para negociar. Essa postura é irresponsável e empurra a greve para um cenário cada vez mais longo e mais duro”, completou.

Perdas diárias expressivas

O economista Cloviomar Cararine destacou o descompasso entre o custo diário da greve e o valor das reivindicações. A proposta apresentada pela Petrobrás prevê um reajuste de apenas 0,5%, com impacto estimado em cerca de R$ 85 milhões ao ano. “Em um único dia de greve, a empresa perde mais do que o dobro desse valor”, observou.

Segundo Cararine, o custo anual do reajuste equivale a apenas um terço do que a Petrobras deixa de faturar diariamente com a paralisação. “É um prejuízo que poderia ser completamente evitado com a abertura de uma mesa de negociação séria e efetiva”, concluiu.

O economista e os dirigentes sindicais reforçam que a insistência da gestão em não negociar tende a ampliar ainda mais as perdas da companhia ao longo de dezembro e prolongar um conflito que poderia ser resolvido por meio da negociação coletiva.

( da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)