31 de julho de 2025
PETROBRAS

Petrobras anuncia Plano de Negócios 2026-30 de US$ 109 bilhões; Petrobras anuncia a redução de 8,5% nos custos comparado com o plano anterior

Para garantir resiliência financeira e flexibilidade para responder às condições de mercado, o Plano introduz um novo mecanismo para a Carteira em Implantação, com duas classificações

Por Politica Real com agências
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Petrobras divuilga plano Foto: Arquivo da Política Real/ Ag. Petrobras

(Brasília-DF, 28/11/2025). Nesta sexta-feira, 28, a Petrobras anunciou o seu Plano de Negócios 2026-2030.  A Petrobras prevê investimentos totais (Capex) de US$ 109 bilhões, sendo US$ 91 bilhões em projetos da Carteira em Implantação e US$ 18 bilhões na Carteira em Avaliação, composta por oportunidades com menor grau de maturidade. A Petrobras divulgou um plano frente a  um cenário de preços mais baixos de petróleo.

“Com o Plano de Negócios 2026-30, reafirmamos a nossa ambição de crescer junto com o Brasil. Nossos investimentos somam um volume significativo para a economia brasileira, US$ 109 bilhões, que representam 5% dos investimentos totais no país. Nossos projetos têm o potencial de gerar e sustentar 311 mil empregos diretos e indiretos e vamos contribuir com R$1,4 trilhão em tributos para municípios, estados e União nos próximos cincos anos. Seguiremos nossa trajetória como empresa integrada e líder na transição energética justa, promovendo o desenvolvimento sustentável do país, contribuindo para a segurança energética nacional, gerando valor e compartilhando os resultados com a sociedade”, afirma a presidente da Petrobras, Magda Chambriard.

Para garantir resiliência financeira e flexibilidade para responder às condições de mercado, o Plano introduz um novo mecanismo para a Carteira em Implantação, com duas classificações:

• “Carteira em Implantação Base”: US$ 81 bilhões, que engloba os projetos cujo orçamento foi aprovado no Plano, mesmo que ainda não sancionados (1) 

• “Carteira em Implantação Alvo”: US$ 91 bilhões, que, além dos projetos da Carteira em Implantação Base (US$ 81 bilhões), engloba projetos (US$ 10 bilhões) cuja confirmação do orçamento está condicionada à análise de financiabilidade. Avaliações trimestrais, à luz das projeções de fluxo de caixa e estrutura de capital, determinarão o avanço desses projetos, bem como eventual priorização.

Além da maior eficiência na alocação do Capex, estão previstas medidas para otimizar custos, com economia estimada de US$ 12 bilhões nos gastos operacionais gerenciáveis entre 2025 e 2030 (2), o que representa uma redução média anual de 8,5% em relação ao Plano anterior.

Entre as iniciativas estão a redução de gastos em plataformas sem produção, otimização da logística aérea e marítima, otimização das intervenções em poços e inspeções submarinas, aproveitamento de frete de retorno, postergação de serviços não prioritários de rotina e conservação. As ações de otimização de custos são implementadas em completo alinhamento com a atenção total às pessoas, o respeito ao meio ambiente, a preservação da segurança operacional e a confiabilidade dos ativos.

O foco em óleo e gás continua como principal prioridade da Petrobras, sendo a estratégia de dupla resiliência - baixo custo e baixa emissão – fundamental para conciliar a liderança na transição energética justa com a segurança energética e o desenvolvimento sustentável do país.

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Magda Chambriard

O crescimento sustentável da companhia se reflete na sua ambição de manter a relevância na oferta de energia brasileira, preservando a representatividade atual da Petrobras de 31% da oferta primária de energia do Brasil até 2050, com maior participação de fontes renováveis. Além disso, a Petrobras reafirma a ambição de neutralizar suas emissões operacionais até 2050.

Exploração e Produção (E&P)

O PN 2026-30 destina investimentos de US$ 69,2 bilhões em projetos da Carteira em Implantação Alvo do E&P, no quinquênio.

Desta carteira, 62% correspondem ao Pré-Sal, 24% em campos do Pós-Sal, 10% estão alocados em Exploração e cerca de 4% relacionados a Terra, Águas Rasas, ativos no Exterior, tecnologias ou projetos de descarbonização.

A companhia eleva o patamar da curva de produção de óleo e gás no curto e médio prazo em relação ao Plano anterior, por meio de uma melhor gestão dos reservatórios, novos poços complementares e entrada de novos sistemas de produção, além de uma disponibilidade crescente de gás natural frente à oferta atual.

Os projetos continuam se destacando pela dupla resiliência (econômica e ambiental) e pelo alto valor econômico, compondo um portfólio viável a cenários de baixos preços de petróleo no longo prazo, com Brent de equilíbrio prospectivo da carteira, em média, de US$ 25 por barril e intensidade de carbono de até 15 kgCO2e por barril de óleo equivalente no quinquênio.

A companhia ainda prevê uma média do Custo Total do Petróleo Produzido (CTPP) - que inclui custo de extração (abaixo de US$ 6/barril), participações governamentais e depreciação e depleção - de US$ 30,4/boe no quinquênio 2026 a 2030, considerando participações governamentais de acordo com o Brent médio estimado como premissa do planejamento, o que representa uma redução de cerca de US$ 6/barril em relação à estimativa de CTPP do Plano anterior.

Serão implantados 8 (oito) novos sistemas de produção até 2030, sendo que 7 (sete) já estão contratados. Além disso, há outros 10 (dez) projetos a partir de 2030. A Petrobras atua como operadora de todos esses campos, com exceção do Raia, operado pela Equinor.

No Campo de Búzios, no pré-sal, destaca-se a previsão de concluir a implantação de 11 FPSOs até 2027, com entrada em operação das plataformas já contratadas P-78, P-79, P-80, P-82 e P-83, além de estar em licitação uma 12ª unidade de produção, a P-91.

Devido ao aumento de eficiência operacional e maiores entregas de produção ao longo do ano, a atual projeção de produção de óleo para 2025 é de cerca de 2,4 milhões de barris por dia (bpd), com expectativa de fechar o ano na banda superior da meta projetada de 2,3 milhões de bpd, com variação de +/- 4%.

No PN 2026-30, a Petrobras prevê atingir, no quinquênio, o pico de produção de óleo de 2,7 milhões bpd em 2028 e pico de produção total de 3,4 milhões de barris equivalentes de óleo e gás por dia (boed) em 2028 e 2029. Para o acompanhamento do Plano, consideram-se as projeções anuais conforme gráfico a seguir, com uma margem de variação de +/- 4%.

Para enfrentar os desafios de reposição de reservas, o PN 2026-30 direciona US$ 7,1 bilhões para atividades exploratórias no quinquênio, com destaque para as bacias do Sul e Sudeste, Margem Equatorial e ativos exploratórios em outros países como Colômbia, São Tomé e Príncipe e África do Sul.

Em paralelo, a Petrobras mantém projetos que visam a aumentar a disponibilidade de gás e dedica atenção especial aos ativos maduros, com o objetivo de avaliar as possibilidades de prolongamento da vida produtiva desses ativos e seus sistemas de produção e, em último caso, iniciar as atividades de descomissionamento, seguindo as melhores práticas de sustentabilidade na destinação de ativos em final de ciclo de vida. A destinação sustentável de equipamentos e o abandono de poços demandarão dispêndios de US$ 9,7 bilhões nos próximos cinco anos.

Refino, Transporte e Comercialização + Petroquímica e Fertilizantes (RTC)

O PN 2026-30 destina US$ 15,8 bilhões em investimentos na carteira em Implantação Alvo para o segmento de Refino, Transporte, Comercialização, Petroquímica e Fertilizantes (RTC).

No Refino, os recursos se concentram na expansão e na adequação do parque de refino, visando à produção de combustíveis de alta qualidade e de baixo carbono. Com esses projetos, a companhia prevê ampliar sua capacidade instalada de processamento de 1,8 milhão bpd para 2,1 milhões bpd até 2030, um acréscimo de 320 mil bpd, incluindo os projetos em avaliação. Essa ampliação será suportada por projetos dentro das plantas existentes, sem necessidade de construção de novas refinarias.

Board da Petrobras fala em coletiva em sua sede no Rio

Além disso, até o fim do quinquênio do PN 2026-30, o perfil da produção também será aprimorado, com maior participação de produtos de alto valor agregado. A produção do diesel passará de 40% para 45% do total, com redução do teor de enxofre e melhoria da qualidade. Os investimentos em Refino, com destaque para a conclusão do Trem 2 da RNEST e o projeto Refino Boaventura, devem resultar em um aumento de 307 mil bpd na capacidade de produção de Diesel S-10 até 2030 (incluindo projetos da Carteira em Avaliação), sendo 134 mil bpd de volume adicional e 173 mil bpd provenientes da substituição do Diesel S-500 pelo Diesel S-10.

Estão incluídos também investimentos em biorrefino para a produção de combustíveis com conteúdo renovável, como a construção, na RPBC, da planta dedicada de Bioquerosene de Aviação - BioQav (SAF) e Diesel 100% renovável (HVO) via rota HEFA (Hydroprocessed Esters and Fat Acids) e adaptações na REGAP e na REPLAN para produção de SAF via coprocessamento. Há ainda outros projetos e estudos envolvendo produção de bioprodutos nas refinarias da companhia.

A Petrobras também investirá US$ 1 bilhão em iniciativas para aumentar a eficiência operacional e energética das suas refinarias, por meio do Programa RefTop. Essas iniciativas contribuirão para alcançar a meta de intensidade de emissões de suas operações de refino e garantir uma disponibilidade operacional igual ou maior que 97% até 2030.

Os investimentos em Comercialização e Logística (C&L) têm como objetivos principais ampliar a presença da companhia em mercados em crescimento, como o Centro-Oeste e o Arco Norte; aumentar a frota de navios e embarcações; e otimizar os ativos logísticos, buscando maximizar a eficiência operacional. Essas iniciativas resultarão em redução de custos logísticos e da pegada de carbono, capturando mais mercado para a Petrobras.

A renovação e a ampliação da frota de navios de cabotagem para classes de baixa liquidez e o afretamento de embarcações de apoio offshore trarão novas oportunidades para a indústria naval. O PN 2026-30 inclui a construção de 20 navios de cabotagem e de 18 barcaças, com investimento de US$ 2 bilhões no período e afretamento de 40 novas embarcações de apoio para renovação da frota de suporte às atividades de E&P.

No segmento de Fertilizantes, o principal projeto de investimento é a conclusão da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN-III), em Três Lagoas (MS). Para os demais ativos, que são as Fábricas de Fertilizantes Nitrogenados da Bahia e de Sergipe (Fafen-BA e Fafen-SE, respectivamente) e a Araucária Nitrogenados S.A. (ANSA), o foco dos investimentos é na continuidade operacional.

Além disso, a Petrobras dispõe de recursos destinados a estudo e pesquisa para projetos em Petroquímica, reafirmando seu interesse nesse segmento, considerando o potencial de geração de valor e sinergias com suas operações atuais.

Gás e Energias de Baixo Carbono

Estão planejados investimentos de US$ 4 bilhões na Carteira em Implantação Alvo do segmento de Gás e Energias de Baixo Carbono (G&EBC). Em gás natural, os projetos visam a aumentar a oferta de gás nacional por meio da produção própria e desenvolver novos produtos comerciais competitivos.

A Petrobras mantém a intenção de instalar novas usinas termelétricas (UTEs) no Complexo de Energia Boaventura, em Itaboraí (RJ), sendo a implementação desses projetos condicionada ao sucesso em leilões futuros de reserva de capacidade de energia.

Em Energias de Baixo Carbono, serão priorizados, neste quinquênio, etanol, biodiesel, biometano, diesel R, SAF e biobunker, em linha com o avanço regulatório e o mercado, aproveitando as sinergias com as operações da companhia.

Em relação às cadeias de etanol, biodiesel e biometano, a Petrobras buscará atuar nos segmentos preferencialmente por meio de parcerias estratégicas minoritárias ou com controle compartilhado, com players relevantes do setor.

Adicionalmente, a Petrobras continua a buscar parcerias para projetos de energia solar fotovoltaica e eólica onshore, com o objetivo de capturar oportunidades comerciais e ampliar sua capacidade de autogeração de energia renovável.

A companhia também segue avaliando projetos em Carbon Capture, Utilization and Storage (CCUS), Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono e Armazenamento de Energia, além do projeto de Corporate Venture Capital (CVC).

Transição energética

Considerando todas as iniciativas de baixo carbono (escopos 1, 2 e 3), o investimento em transição energética alcança US$ 13 bilhões, englobando projetos em Energias de Baixo Carbono, bioprodutos, ações para descarbonização das operações e Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) presentes em todos os segmentos. Esse montante representa 12% do investimento Total e 8% do investimento em Implantação.

Em relação aos compromissos de descarbonização (escopos 1 e 2) estabelecidos no Plano anterior, o compromisso de reinjeção de CO2 em projetos de Carbon Capture, Utilization and Storage (CCUS) se encerra em 2025, com a perspectiva de atendimento da meta de 80 milhões tCO2 este ano. Os demais cinco compromissos permanecem com metas até 2030, a saber:

- Redução das emissões absolutas operacionais totais em 30% em relação a 2015

- Zero queima de rotina em flare

- Intensidade de Gases de Efeito Estufa (GEE) no E&P de 15 kgCO2e/boe

- Intensidade de GEE no Refino de 30 kgCO2e/CWT (3)

- Intensidade de emissões de metano no segmento upstream de 0,20 t CH4/mil t hidrocarboneto

No que se refere às ambições associadas à redução da pegada de carbono, estão mantidas (i) a busca pela neutralidade das emissões operacionais até 2050 e (ii) “Near Zero Methane 2030”, alinhada à iniciativa Aiming for Zero Methane Emissivos, promovida pela Oil and Gas Climate Initiative (OGCI), da qual a Petrobras é signatária. A ambição relacionada ao patamar de emissões foi ajustada para (iii) manter as emissões anuais abaixo de 55 milhões tCO2e até 2030.​​​​​​​​​​​

Financiabilidade

O estudo de financiabilidade do PN 2026-30 resultou na consolidação de medidas de disciplina de capital focadas na otimização de custos, aumento da produtividade e eficiência operacional, em benefício da sustentabilidade da companhia no longo prazo.

As premissas de preço médio do Brent, taxa média de câmbio e crackspreads adotadas para planejamento foram consideradas conforme tabela abaixo:

As principais premissas para financiabilidade do Plano, relativas à Carteira em Implantação Alvo são: (i) Caixa mínimo de US$ 6 bilhões; (ii) Dividendos conforme política vigente; (iii) limite de Dívida Bruta de US$ 75 bilhões, com convergência ao patamar de US$ 65 bilhões.

O Plano prevê um fluxo de caixa resiliente, com Brent de equilíbrio para neutralidade da dívida líquida de US$ 59 por barril em 2026 e US$ 48 por barril em 2030. O PN 2026-30 considera as seguintes projeções anuais para Fluxo de Caixa Operacional (FCO), Fluxo de Caixa de Investimentos (Investimento Caixa) e Arrendamentos, referentes à Carteira Total de Investimentos (US$ 109 bilhões):

( da redação com informações de assessoria e Ag. Petrobras. Edição: Política Real)