31 de julho de 2025
FRAUDES FISCAIS

Operação Poço do Lobato, só em São Paulo, mira uma dívida fiscal de R4 9,6 bi; Tarcisio de Freitas diz que fraude compromete os investimentos públicos em São Paulo

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Por Politica Real com agências
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Tarcisio de Freitas Foto: Arquivo da Política Real

(Brasília-DF, 27/11/2025) Só no Estado de São Paulo, a “Operação Poço de Lobato”

O esquema de fraude fiscal envolvendo um dos maiores grupos empresariais do país no setor de combustíveis, mira dívida de R$ 9,6 bilhões.

De acordo com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o valor compromete investimentos públicos.

“São R$ 9,6 bilhões que deixaram de entrar nos cofres do Estado. Para se ter uma ideia do que isso significa, aumentamos o custeio da saúde em R$ 10 bilhões por ano e isso fez com que duplicássemos a quantidade de cirurgias eletivas no Estado de São Paulo. Essas pessoas fraudam R$ 350 milhões por mês. É como se tirássemos um hospital de médio porte do cidadão por mês. Ou como se impedíssemos a construção de 20 escolas”, comparou o governador Tarcísio de Freitas durante coletiva de imprensa nesta quinta, na sede do Ministério Público de São Paulo (MP-SP).

Em São Paulo, o Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos de São Paulo (CIRA/SP)  coordenou ações da Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo (Sefaz/SP), além de órgãos como a Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo (PGE/SP) e o Ministério Público de São Paulo (MPSP).

Mais de 190 alvos, entre pessoas físicas e jurídicas, são suspeitos de integrar organização criminosa e de praticar diversos crimes contra a ordem econômica e tributária, além de lavagem de dinheiro e outras infrações. As investigações apontam que a fraude já causou prejuízo estimado em mais de R$ 26 bilhões em débitos inscritos em dívida ativa no país.

O governador Tarcísio de Freitas enfatizou que a operação é direcionada aos devedores contumazes no estado de São Paulo.

“É uma operação histórica, mais um passo importante contra aqueles que não cumprem as regras do jogo. Nós vamos trabalhar em conjunto sempre para que quem opera dentro do jogo seja beneficiado e que o cidadão tenha acesso aos serviços de qualidade”, disse Tarcísio.

De acordo com o Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, procurador-geral de Justiça, a operação é uma das 200 que já foram realizadas há mais de dois anos envolvendo vários órgãos. “Somente com esse esforço colaborativo a gente tem tido avanços”, afirmou.

Tarcísio de Freitas também ressaltou a importância da colaboração de vários órgãos.

“Nada resiste à atuação institucional, à cooperação, à colaboração. Quando sentam na mesa a Procuradoria Geral do Estado, a Receita Estadual, o MP, a Polícia Civil, a Receita Federal, essa atuação colaborativa ganha muita força no Judiciário. E é o que nos permite agir contra esses alvos e isso nos dá esperança de fazer a recuperação desses ativos”, diz.

Esquema sofisticado

As autoridades apontaram ainda a sofisticação do esquema de fraude e a necessidade do trabalho em conjunto de vários órgãos para desmantelá-lo.

De acordo com Paulo Ribeiro Pacello, subsecretário-adjunto da Fazenda, trata-se da primeira operação que envolve Estado, União e Município.

“O sistema era muito sofisticado, pois envolve diversas fases, empresas, trabalha com fintechs, com paraísos fiscais, com substituição permanente de sócios, empresas e nossa equipe de inteligência tem trabalhado cada vez mais para esclarecer essas ligações”, explicou Pacello.

“Os órgãos de controle também precisaram se sofisticar de maneira colaborativa, compartilhar dados e informações e fazer um trabalho conjunto e é assim que vamos conseguir combater a sonegação e a fraude fiscal”, informou Inês Coimbra, procuradora-geral do Estado de SP.

As autoridades ressaltam que a megaoperação Poço de Lobato não é uma continuação da Carbono Oculto e não foi identificado qualquer indício que haja participação de facção criminosa dentro do esquema investigado.

“Eram dois grupos empresariais diferentes e concorrentes. Atuam no mesmo mercado de combustíveis e chegaram a realizar alguns negócios em comum, mas pontuais. Para nós, não se trata de um mesmo grupo”, explicou o promotor do MP-SP Alexandre Castilho.

Segundo ele, a operação é um sucesso porque foi possível arrecadar documentos que demonstram que todas as suspeitas eram verdadeiras.

“É um grupo empresarial extremamente organizado, é uma estrutura assustadora por conta do tamanho que esse grupo empresarial tem e como eles conseguiam atuar no país sem grandes problemas”, disse Castilho.

( da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)