DESTAQUES DO DIA: Mercados globais em queda e no Brasil mercado ainda avaliando sobre o boletim Focus e o IBC-Br de setembro
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(Brasília-DF, 18/11/2025) A Política Real teve acesso ao relatório “Moorning Call” da XP Investimentos apontando que os mercados globais estão em queda e no Brasil o Mercado ainda avalia tanto o boletim Focus que sugeriu inflação no teto da meta e a queda do PIB que poderáindicar uma futuro de recessão técnica.
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Mercados globais
Nesta terça-feira, os futuros nos EUA operam em queda (S&P 500: -0,3%; Nasdaq 100: -0,3%), mesmo após as perdas expressivas da véspera, quando o setor de tecnologia voltou a pressionar os índices em meio à expectativa pelos resultados da Nvidia e pela divulgação dos dados de emprego atrasados pelo shutdown. Nvidia recuou quase -2% antes do balanço de quarta-feira, permanecendo no centro do debate sobre valuations elevados e dúvidas sobre fundamentos da tese de IA. O Nasdaq caminha para encerrar uma sequência de sete meses de alta, e o S&P 500 acumula -2,5% em novembro. Além da Nvidia, investidores acompanham as atas do Fed e o payroll de setembro, além dos balanços de Walmart, Home Depot e Target.
Na Europa, as bolsas operam em forte queda (Stoxx 600: -1,2%) em um movimento global de aversão a risco, seguindo o tom negativo nos EUA e a reprecificação de empresas ligadas à inteligência artificial. Intermediate Capital Group disparou 8% após a francesa Amundi anunciar a compra de quase 10% da gestora britânica, enquanto Amundi recua 3,2%. Roche salta 6,3% após resultados positivos de seu novo comprimido para câncer de mama, e Novo Nordisk cai 1,6% depois de antecipar o corte de preço do Wegovy nos EUA, de US$ 499 para US$ 349 ao mês. O setor de saúde é o único em alta na Europa, enquanto recursos básicos e bancos lideram as quedas.
Na China, os mercados seguiram a liquidação global e fecharam no negativo (HSI: -1,7%; CSI 300: -0,7%), pressionados por nova rodada de vendas em ações de tecnologia. O Nikkei 225 despencou 3,2% e o Topix caiu 2,9% com perda generalizada entre empresas expostas a IA. O movimento refletiu o receio crescente com valuations e a expectativa pelos resultados da Nvidia e pelo payroll.
IBOVESPA -0,47% | 156.992 Pontos. CÂMBIO +0,68% | 5,33/USD
O Ibovespa encerrou a segunda-feira em queda de 0,5%, aos 156.993 pontos, em linha com os mercados globais (S&P 500, -0,9%; Nasdaq, -0,8%).
O destaque positivo do dia foi MBRF (MBRF3, +4,9%), após uma elevação de recomendação por parte de um banco de investimentos. Na ponta negativa, Rumo (RAIL3, -9,1%) recuou após divulgar resultados mistos referentes ao 3T25 (veja aqui o comentário completo dos nossos analistas).
Nesta terça-feira, a agenda econômica inclui a divulgação dos dados de produção industrial de outubro nos EUA. Na temporada internacional de resultados do 3T25, teremos o balanço de Baidu. O mercado permanece no aguardo dos resultados da Nvidia, na quarta-feira (19), e da divulgação do relatório de empregos de setembro nos EUA, na quinta-feira (20), após um período prolongado de suspensão da publicação em razão do shutdown do governo federal americano.
Renda Fixa
As taxas futuras de juros encerraram a sessão desta segunda-feira com abertura ao longo da curva, em meio a noticiários esvaziados e ambiente global de maior aversão ao risco. Esse cenário estimulou os mercados de renda fixa, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, com os investidores atentos às expectativas pelos leilões do Tesouro Nacional e pela divulgação do payroll nos EUA. Além disso, no campo doméstico, o IBC-Br apontou retração de 0,2% em setembro na comparação mensal, resultado alinhado às estimativas do mercado, com pouca relevância para os preços e sem alterar a dinâmica da curva. Assim, o DI jan/26 encerrou em 14,9% (+0,2bps vs. pregão anterior); DI jan/27 em 13,67% (+5,1bps); DI jan/29 em 12,92% (+9,4bps); DI jan/31 em 13,24% (+7,3bps). Já os rendimentos das Treasuries de dois anos terminaram o dia em 3,606% (+4,64bps vs. pregão anterior); enquanto os de dez anos em 4,1318% (+3,13bps).
IFIX
O Índice de Fundos Imobiliários (IFIX) encerrou a sessão de segunda-feira estável, acumulando alta de 0,64% em novembro e de 16% no ano. Os fundos de tijolo registraram leve valorização de 0,06%, enquanto os fundos de papel apresentaram queda marginal de 0,06%. Entre as maiores altas do dia, destacaram-se RBFF11 (1,9%), BRCR11 (1,6%) e KFOF11 (1,6%). Já entre as principais quedas, figuraram DEVA11 (-1,8%), BROF11 (-1,7%) e SNCI11 (-1,2%).
Economia
No Brasil, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) – proxy mensal do PIB – caiu 0,2% em setembro contra agosto, em linha com as expectativas. Com isso, o indicador declinou 0,9% no 3º trimestre em relação ao 2º trimestre de 2025. Este resultado marcou a primeira contração desde o 3º trimestre de 2023. Os dados desagregados mostraram enfraquecimento disseminado da atividade doméstica.
Conforme divulgado ontem no Boletim Focus, a mediana das expectativas para o IPCA de 2025 recuou de 4,55% para 4,46%, abaixo do topo do intervalo de tolerância da meta de inflação (4,50%) pela primeira vez no ano. Esse movimento refletiu o resultado do IPCA de outubro aquém do esperado, com destaque ao alívio adicional nos grupos de preços de alimentos e bens industrializados. Olhando adiante, o mercado continua a projetar inflação de 4,20% em 2026 e 3,80% em 2027. A melhora no cenário inflacionário de curto prazo respalda nossa expectativa de que o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) iniciará um ciclo de corte de juros em março. Prevemos redução da taxa Selic dos atuais 15,00% para 12,00% no final do próximo ano.
( da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)