31 de julho de 2025
Made in Cuba

Cuba desenvolve e testa 21 fármacos próprios no combate às arboviroses dengue e chikungunya

Mesmo sob embargo, país caribenho acelera desenvolvimento de medicamentos próprios no combate a doenças transmitidas por mosquitos e carrapatos.

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Pesquisadores cubanos desenvolvem e testam 21 fármacos nacionais, incluindo anti-inflamatórios e terapias com ozônio, para combater os vírus da dengue e chikungunya que afetam o país. Prensa latina

Várias pesquisas e ensaios clínicos estão sendo realizados atualmente com fármacos desenvolvidos em Cuba para enfrentar a atual situação epidemiológica dos vírus da dengue e chikungunya, ambos com transmissão em quase todo o território nacional.

Isso foi confirmado pelo diretor nacional de Epidemiologia do ministério cubano de Saúde Pública, Francisco Durán, na mais recente edição do programa radiofônico e televisivo Mesa Redonda. "Estamos trabalhando intensamente, como trabalhamos na Covid-19", destacou ao referir-se às 21 pesquisas em curso para enfrentar este problema sanitário.

Para pacientes em fase crônica e subaguda após a infecção por chikungunya, estão sendo desenvolvidos dois ensaios clínicos sobre segurança e efeito terapêutico do Jusvinza, injetável para controlar a hiperinflamação, regular a resposta imune e reduzir o risco de mortalidade em pacientes com Covid-19 em estado grave ou crítico.

A isso soma-se outro ensaio para a avaliação de efeitos, segurança e tolerabilidade da ozonoterapia retal em pacientes com sintomatologia articular posterior à fase aguda da chikungunya, assim como o desenhado para avaliar o efeito protetor na evolução clínica dessa arbovirose com o Cumeric, gotas nasais a partir da cúrcuma como princípio ativo.

O funcionário enumerou outras ações, como a intervenção sanitária com o uso da Biomodulina T e Thymalin em população de risco em Havana, especialmente para idosos entre 70 e 74 anos, assim como em pessoas do centro de proteção social da localidade de Cotorro. Além disso, a pesquisa sobre os efeitos teratogênicos da infecção congênita por chikungunya em gestantes e recém-nascidos. Durán qualificou em sua intervenção de complexo o cenário epidemiológico pela circulação de arboviroses como a dengue e a chikungunya, embora com uma tendência à diminuição.

Entre os medicamentos em teste destacam-se o Jusvinza, um injetável originalmente desenvolvido para casos graves de COVID-19 que agora é avaliado para controlar processos de hiperinflamação em pacientes com chikungunya crônica. Paralelamente, pesquisadores testam a ozonoterapia retal para alívio de sintomas articulares persistentes após a fase aguda da doença, e as gotas nasais Cumeric, desenvolvidas a partir de curcumina, como potencial tratamento preventivo.

Cuba também realiza intervenções sanitárias com imunomoduladores como a Biomodulina T e Thymalin em populações vulneráveis de Havana, além de estudos sobre os efeitos da infecção congênita por chikungunya em gestantes e recém-nascidos. Desta forma, a experiência farmacêutica cubana representa uma frente estratégia importante no contexto regional, onde vários países da América Latina e do Sul Global enfrentam epidemias simultâneas de doenças transmitidas por arboviroses.

 

Com informações do Granma.

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