Governo já estima IPCA de 2025 em 4,6% e 2026 com inflação em 3,5%, informa boletim Macrofiscal da SPE
No Brasil, indicadores coincidentes sugerem que a atividade seguiu desacelerando no terceiro trimestre
Publicado em
( reeditado)
(Brasília-DF, 13/11/2025). Nesta quinta-feira, 13, a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda divulgou o seu Boletim Macro Fiscal. O documento tem 15 páginas, mas a Política Real ressalta um sumário em que chama atenção que o Governo já trabalha que o IPCA deverá fechar abaixo do que se esperava antes.
Para o IPCA, a projeção para 2025 foi revisada de 4,8% para 4,6%. A perspectiva de menor inflação no ano reflete efeitos defasados do real mais apreciado; a menor inflação no atacado agropecuário e industrial; e o excesso de oferta de bens em escala mundial como reflexo dos conflitos comerciais. Essa estimativa considera bandeira amarela para as tarifas de energia elétrica em dezembro.
Para 2026, a projeção para a inflação medida pelo IPCA caiu de 3,6% para 3,5%, atingindo 3,2% no segundo trimestre de 2027, horizonte relevante de política monetária. Para o INPC de 2025, a projeção de inflação caiu de 4,7% para 4,5%, enquanto para o IGP-DI, caiu de 2,6% para 1,4%.
Globalmente
O crescimento global tem se mostrado resiliente, porém incertezas comerciais e geopolíticas seguem como riscos relevantes para a atividade à frente. O crescimento tem surpreendido positivamente nos Estados Unidos, refletindo a expansão da absorção doméstica e de setores ligados à inteligência artificial, apesar do menor dinamismo no mercado de trabalho. Em contrapartida, diante da efetiva implementação das tarifas e do arrefecimento dos impulsos associados à antecipação de importações, outras economias já vêm sendo afetadas pela menor demanda por exportações e investimentos.
No Brasil, indicadores coincidentes sugerem que a atividade seguiu desacelerando no terceiro trimestre. Essa desaceleração já era esperada, repercutindo efeitos defasados e cumulativos da política monetária restritiva em vigor. Na comparação trimestral, as concessões reais de crédito dessazonalizadas já apresentaram contração em setembro e, no mercado de trabalho, já se verifica redução da população ocupada e desaceleração no ritmo de expansão dos rendimentos, ainda que a taxa de desemprego tenha seguido em patamar historicamente baixo.
Com base nesse cenário, a perspectiva de crescimento para 2025 foi revisada de 2,3% para 2,2%. A revisão está relacionada à menor projeção de expansão para o PIB do terceiro trimestre, impactando também as previsões para o trimestre à frente. Por setor produtivo, a projeção de crescimento foi revisada de 8,3% para 9,5% para a agropecuária, caiu de 1,4% para 1,3% para a indústria e recuou de 2,1% para 1,9% para serviços. Para 2026, a previsão de crescimento permaneceu em 2,4%, repercutindo desaceleração da atividade agropecuária, mas maior expansão da indústria e dos serviços comparativamente a 2025.
No Prisma Fiscal de novembro, a projeção mediana para o déficit primário de 2025 subiu marginalmente quando comparada à de setembro, permanecendo, no entanto, acima do limite inferior da meta de resultado primário após exclusão dos precatórios. Em novembro, o déficit primário mediano projetado para 2025 foi de R$ 70,64 bilhões, superior ao projetado em setembro (R$ 69,99 bilhões). A mediana das expectativas de novembro para a DBGG em 2025 ficou em 79,54% do PIB, ante 79,74% em setembro.
Veja AQUI a íntegra do documento.
( da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)