31 de julho de 2025
ARGENTINA

Javier Milei tem vitória surpreendente nas eleições de meio de mandato e dá segurança ao resto do mandato; imprensa internacional repercute

o Libertad Avanza, partido governista, obteve 40,84% dos votos, com vitórias contundentes na cidade de Buenos Aires e nas províncias de Córdoba e Santa Fé.

Por Politica Real com agências
Publicado em
Javier Milei comemorou na noite desse domingo Foto: imagem de streaming

Com agências.

(Brasília-DF, 27/10/2025) Na noite desse domingo, 26, foi divulgado que o  presidente da Argentina, Javier Milei, teve uma sólida vitória nas eleições nacionais de meio de mandato

Foi visto como surpreendente após meses de incertezas — incluindo uma derrota nas eleições legislativas da província de Buenos Aires em 7 de setembro, escândalos de corrupção e uma crise econômica que exigiu a ajuda de Donald Trump.

De acordo com os resultados iniciais, com 91% dos votos apurados, o Libertad Avanza, partido governista, obteve 40,84% dos votos, com vitórias contundentes na cidade de Buenos Aires e nas províncias de Córdoba e Santa Fé.

A coalizão opositora Fuerza Pátria + aliados vinha em segundo, com 31,66%.

"Hoje foi um dia histórico. O povo argentino deixou a decadência para trás e optou pelo progresso. Hoje passamos por um momento decisivo. Hoje iniciamos a construção de uma grande Argentina", afirmou Milei em seu bunker eleitoral após o anúncio dos resultados.

O jornal argentino Clarín classificou o resultado como um "triunfo surpreendente" do presidente, que "ganhou em quase todo o país". Analistas diziam acreditar que a sigla do presidente teria um desempenho inferior ao que foi registrado.

A maior surpresa foi como o partido de Milei diminuiu a diferença na província de Buenos Aires, principal distrito eleitoral do país, onde há quase um mês e meio havia perdido por 14 pontos para a oposição peronista e agora está à frente por menos de um ponto.

O pleito também foi marcado pela grande abstenção.

A Câmara Nacional Eleitoral informou que neste domingo, em um país onde o voto é obrigatório, apenas 66% do eleitorado votou.

Tradicionalmente, as eleições legislativas argentinas são consideradas um plebiscito do eleitorado ao governo, que busca ampliar o número de cadeiras no Congresso.

Com a vitória, Milei põe fim ao que analistas consideravam o pior momento de seu governo desde que assumiu a Presidência, em dezembro de 2023.

Repercussão

A imprensa internacional destacou a vitória do presidente da Argentina, Javier Milei, nas eleições nacionais de meio de mandato realizadas neste domingo ,26.

O jornal britânico Financial Times diz que Milei obteve uma "grande vitória, dando um novo impulso à sua campanha de reformas de livre mercado, após uma crise no mercado financeiro ter ameaçado inviabilizá-las."

Para o jornal, o resultado "reforçará a posição de Milei no Congresso e o ajudará a levar adiante sua reforma radical da economia argentina há muito tempo em crise, que vacilou após uma série de erros do seu governo."

O Financial Times avalia que "o nervosismo dos investidores em relação ao enfraquecimento do apoio às reformas de Milei provocou uma corrida ao peso argentino no mês passado."

O jornal inglês The Guardian diz que embora o resultado ainda não seja suficiente para dar a Milei a maioria no Congresso – que continua nas mãos dos peronistas –, "ele está sendo amplamente descrito como surpreendente pelos analistas argentinos, dados os recentes golpes à popularidade do libertário, desde as acusações de corrupção envolvendo sua irmã até a crise econômica em curso."

A reportagem destaca que Milei começou seu governo com "cortes drásticos nos gastos, eliminando dezenas de milhares de empregos públicos e congelando investimentos em infraestrutura, saúde, educação e até mesmo no fornecimento de medicamentos para aposentados."

E que conseguiu reduzir a inflação de mais de 200% em 2023 para cerca de 30% em setembro, "alcançando o primeiro superávit fiscal do país em 14 anos."

O espanhol El País disse que "o governo construiu sua campanha em torno do medo de um retorno do peronismo em sua forma kirchnerista", em referência à ex-presidente Cristina Kirchner.

O veículo afirma que Milei colocou a disputa como uma "batalha entre o bem, representado por ele mesmo, e o mal, representado pelo kirchnerismo", que se provou "bem sucedida."

O jornal americano The New York Times destacou que a eleição foi um "teste crucial" para o seu governo e que, segundo o presidente americano, Donald Trump, "decidiria se os EUA concederiam ajuda financeira ao país."

"A vitória dá a Milei apoio suficiente no Congresso para impedir que seus vetos sejam derrubados, colocando-o em uma posição forte para levar adiante sua ambiciosa agenda", disse a publicação.

O jornal afirma que a vitória também é de Donald Trump, que apoiou Milei. "Milei é um entusiasta apoiador de Trump e do movimento MAGA [Make America Great Again], e sua fortuna é vista pelo governo Trump como uma forma de reforçar a influência americana na América do Sul e contrariar a expansão da China na região."

( da redação com agências. Edição: Política Real)