31 de julho de 2025
COP30

Fernando Haddad, no evento de abertura do Pré-COP30, anunciou as cinco prioridades para ampliar o financiamento ambiental dos países em desenvolvimento

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Por Política Real com assessoria
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Fernando Haddad falou no evento pré-COP30 Foto: Arquivo da Política Real

(Brasília-DF, 13/10/2025) O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta segunda-feira, 13, foi realizada nesta manhã a solenidade de abertura do evento pré-COP 30, em Brasilia, no Centro de Convenções de Brasilia. O será realizada em Belém (PA) de 10 a 21 de novembro de 2025. Espera reunir 50.000 pessoas de todo o mundo.

O ministro, em seu discurso, definiu as cinco prioridades para ampliar o financiamento aos países em desenvolvimento:

1. Aumentar os fluxos de financiamento concessional e os fundos climáticos,

garantindo previsibilidade e condições adequadas, sobretudo para adaptação e

transição justa;

2. Reformar os bancos multilaterais de desenvolvimento, tornando-os mais ágeis,

integrados e aptos a catalisar capital privado.

3. Fortalecer as capacidades domésticas e as plataformas de país, ampliando a

coordenação institucional e a atratividade de investimentos sustentáveis;

4. Promover inovação financeira e mobilizar o setor privado, com instrumentos que

reduzam riscos e multipliquem o impacto dos recursos disponíveis;

5. Aprimorar os marcos regulatórios do financiamento climático, garantindo

integridade, interoperabilidade e transparência — e fortalecendo a confiança no

sistema.

 

A Pré-COP reunirá delegados e observadores de países signatários do tratado sobre mudança do clima das Nações Unidas. É um espaço de alinhamento técnico e político entre os países e tem o objetivo de impulsionar as negociações sobre os principais desafios da agenda climática global, como financiamento climático, transição energética, adaptação e preservação da biodiversidade.

Como esse encontro não faz parte do calendário oficial do secretariado da Convenção do Clima, são priorizadas delegações que coordenam grupos regionais. Brasília deve receber cerca de 500 representantes de 50 países. São dois dias de evento, segunda e terça-feira 14.

 

Confira o discurso do ministro Haddad:

 

 

Discurso de abertura do Ministro da Fazenda Fernando Haddad

Reunião Ministerial Preparatória para a COP30

Senhor Presidente Geraldo Alckmin,

Senhoras Ministras Sônia Guajajara e Marina Silva,

Senhor Embaixador André Corrêa do Lago,

Senhor Mukhtar Babayev,

Senhor Simon Stiell,

Senhoras e senhores,

É uma satisfação participar desta Reunião Ministerial Preparatória para a

COP30.

O Círculo de Ministros de Finanças, que tenho a honra de coordenar, foi

concebido para explorar como o sistema econômico pode se tornar um motor da

transformação ecológica. Agradeço ao Embaixador André Corrêa do Lago pela

confiança em me atribuir essa missão.

Desde abril, conduzimos um processo participativo envolvendo ministérios da

Fazenda, bancos multilaterais, sociedade civil, setor privado e organismos

internacionais.

Foram realizadas mais de vinte e cinco consultas formais, apoiadas por três

grupos consultivos que ofereceram contribuições valiosas:

• O Grupo Consultivo de Especialistas, responsável por orientar tecnicamente o

desenho de instrumentos financeiros;

• O Grupo de Engajamento do Setor Privado, que buscou alinhar estratégias de

investimento aos compromissos climáticos;

• E o Grupo de Consulta da Sociedade Civil, que assegurou a inclusão de diferentes

perspectivas na governança do financiamento climático.

A partir desse diálogo, consolidamos um relatório com as principais

recomendações e caminhos de ação — fruto de mais de mil e duzentas contribuições

de países e instituições. Nosso trabalho no Círculo se apoia em três continuidades

fundamentais.

A primeira é a continuidade entre a COP30 e a presidência brasileira da trilha

financeira do G20, em 2024, que concluímos com a criação da Força-Tarefa de

Clima. Esse legado consolidou a integração da agenda climática ao centro da

governança econômica global.

A segunda continuidade é entre a agenda internacional e a agenda doméstica. O

Plano de Transformação Ecológica, lançado na COP28 de Dubai, é a expressão

dessa convergência. Instrumentos como o mercado de carbono e os títulos

sustentáveis colocaram o financiamento climático como parte integral da agenda

econômica do Ministério da Fazenda.

E a terceira continuidade está no compromisso de alinhar reflexão e

implementação — garantir que as discussões conceituais produzidas no Círculo se

traduzam em propostas concretas de política pública, muitas das quais já estão em

curso em paralelo.

O relatório do Círculo apresenta cinco prioridades para ampliar o financiamento

aos países em desenvolvimento:

1. Aumentar os fluxos de financiamento concessional e os fundos climáticos,

garantindo previsibilidade e condições adequadas, sobretudo para adaptação e

transição justa;

2. Reformar os bancos multilaterais de desenvolvimento, tornando-os mais ágeis,

integrados e aptos a catalisar capital privado.

3. Fortalecer as capacidades domésticas e as plataformas de país, ampliando a

coordenação institucional e a atratividade de investimentos sustentáveis;

4. Promover inovação financeira e mobilizar o setor privado, com instrumentos que

reduzam riscos e multipliquem o impacto dos recursos disponíveis;

5. Aprimorar os marcos regulatórios do financiamento climático, garantindo

integridade, interoperabilidade e transparência — e fortalecendo a confiança no

sistema.

Junto ao relatório, trabalhamos ao longo do ano na construção de três

iniciativas estratégicas para a Agenda de Ação da COP30:

• O Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que propõe um novo modelo de

financiamento baseado em investimento — e não apenas em doações;

 

• A Coalizão Aberta para Integração dos Mercados de Carbono, voltada à

harmonização e interoperabilidade dos mercados regulados;

• E a Supertaxonomia, destinada a assegurar comparabilidade e integridade entre

taxonomias nacionais, orientando investimentos sustentáveis.

Essas iniciativas traduzem, de forma prática, o que o Círculo tem defendido:

cooperação, inovação e escala para transformar ambição em resultados concretos.

O relatório final será apresentado nesta semana em Washington, durante os

Encontros Anuais do Banco Mundial e do FMI. Em seguida, o relatório e a Agenda

de Ação serão amplamente debatidos em São Paulo no começo de novembro. Por

fim, o documento será formalmente entregue ao Presidente da COP em Belém,

como contribuição à construção do Mapa do Caminho de Baku a Belém para 1,3

trilhão de dólares.

Às vésperas da COP30, levamos a Belém uma mensagem clara: há um caminho

comum sendo construído, com ambição e realismo, para que as finanças sirvam à

transformação ecológica que o mundo exige.

Muito obrigado.

 

 

( da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)