Cristiano Zanin condenou ex-presidente Jair Bolsonaro e todos os réus fechando o “placar” em 4 a 1
Para Zanin, Bolsonaro deu aval que atos violentos fossem cometidos
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(Brasília-DF, 11/09/2025) O ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira turma do STF, foi o último a votar na AP 2668 Núcleo 1. nesta quinta-feira, 11.
Zanin diz que um "universo robusto" de provas deixa clara a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro na tentativa de golpe e que ele teve "estratégia política populista" para corroer as instituições.
Ao concluir seu voto contra Bolsonaro, o ministro disse que a "procedência da pretensão punitiva é imperiosa". Isso é: as provas são claras e obrigam a condenação.
"PGR teve êxito em mostrar que discursos não representam um direito regular de crítica, mas estratégia de corrosão progressiva das instituições pública".
Para Zanin, Bolsonaro deu aval que atos violentos fossem cometidos.
"É claro que ex-presidente estava ciente de todas as ações dos outros integrantes da organização"
O ministro Cristiano Zanin condenou todos os réus da trama golpista por organização criminosa armada. Com isso, o ex-presidente Bolsonaro está condenado pelo placar de 4 a 1.
"Houve a formação de uma organização criminosa armada integrada pelos acusados que deverão ser condenados pelas circunstâncias fáticas que reputo comprovadas na forma que está descrita na denúncia e que já foi acompanhada aqui pela maioria dos votos", declarou Zanin.
Início
Zanin iniciou seu voto falando sobre a competência do STF para analisar o caso e diz que considera que a Corte e a Primeira Turma são competentes.
O ministro também rejeitou a tese apresentada por algumas das defesas de que houve cerceamento de defesa devido à grande quantidade de material probatório no processo.
Zanin disse ainda que, como advogado, já trabalhou com arquivos de até 100 TB e, inclusive, sem a disponibilização digital, mas trabalhando nas salas da PF fazendo análise. "Então aqui foi, inclusive, facilitado o trabalho das defesas a partir do encaminhamento da íntegra do material", disse.
O magistrado também rejeitou a alegação de suspeição de Moraes. "Não há qualquer indício de parcialidade".
Crimes
Crimes contra Estado democrático de Direito não ocorrem só quando ele é "impedido", mas também quando é "restringido", disse o ministro Cristiano Zanin
Zanin diz que as "ameaças públicas aos poderes tinham capacidade de afetar livre exercício do judiciário, tanto que houve um esforço muito grande para preservar o processo eleitoral".
O ministro Flavio Dino pediu a palavra para falar sobre o pedido de investigação que fez na quarta-feira a respeito de ameaças feitas nas redes, diante da repercussão dos protestos no Nepal, onde manifestantes incendiaram o parlamento e tocaram fogo na casa de políticos.
"Passaram o dia fazendo milhares de postagens que eu devia ir ao Nepal, que o Nepal vai ser aqui, que iam tocar fogo na casa das pessoas. Eu me preocupo porque essas coisas ganham materialidade", disse Dino.
( da redação com informações de agências. Edição: Política Real)