31 de julho de 2025
ENERGIA

Lula dá largada a energização da linha Manaus-Boa Vista; Lula afirmou que, agora, Roraima tem todas as condições para impulsionar seu desenvolvimento econômico

A operação marca o início do processo de conexão eletroenergética de Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN)

Por Política Real com assessoria
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Lula discursa na ONS, em BSB Foto: José Cruz/Ag. Brasil

(Brasília-DF, 10/09/2025). Na manhã desta quarta-feira, 10, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou do início dos testes de energização da linha de transmissão entre Manaus (AM) e Boa Vista (RR). O evento com a presença do ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, se deu na sede do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), na Capital Federal.

A operação marca o início do processo de conexão eletroenergética de Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN), o último estado da federação que estava isolado. Lula afirmou que, agora, Roraima tem todas as condições para impulsionar seu desenvolvimento econômico.

“Estamos devolvendo a Boa Vista a cidadania que merece. Agora, os empresários que querem fazer investimento, Roraima tem uma possibilidade extraordinária de comércio exterior com o Suriname, Guiana, Trinidad e Tobago e com o Caribe”, disse Lula, contando que o estado poderá ter três vezes mais energia do que a consumida atualmente.

“Roraima tem essa possibilidade de ter um comércio forte com o Caribe, não apenas na venda de produtos de alimentação, mas também de produtos industrializados [...]. Significa que o empresário que quiser fazer uma fábrica em Roraima para produzir coisas e exportar para o Caribe ou exportar mesmo para o centro-sul do país, estão dadas as condições”, acrescentou.

A partir de 2001, Roraima passou a ser abastecida pela energia elétrica gerada na Venezuela, por uma linha inaugurada pelos então presidentes Hugo Chávez e Fernando Henrique Cardoso.

Porém , em março de 2019, o fornecimento foi interrompido pelo país vizinho e, desde então, o abastecimento passou a ser feito exclusivamente por usinas termelétricas a gás e óleo diesel, transportados diariamente por cerca de 120 caminhões-tanque que circulam entre Manaus e Boa Vista.

A conclusão das obras de energização permitirá a redução do consumo de combustíveis fósseis na região, com economia superior a R$ 600 milhões anuais nos custos. Esse valor é custeado pela Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), um encargo para subsidiar os sistemas isolados, pago pelos consumidores através da tarifa de energia elétrica.

A nova linha de transmissão contribuirá ainda para diminuir a emissão de gases de efeito estufa em mais de 1 milhão de toneladas de gás carbônico por ano. As diversas usinas termelétricas da região serão, agora, desligadas.

O empreendimento compreende 724 quilômetros de linhas de transmissão e três subestações — Lechuga, no Amazonas, e Equador e Boa Vista, já em Roraima. Os investimentos somam R$ 2,6 bilhões.

O ministro Alexandre Silveira destacou que a integração de Roraima simboliza não apenas um avanço técnico, mas também uma conquista estratégica para o país. “Ao conectar Boa Vista, última capital que estava fora do SIN, completamos o mapa energético do Brasil. É uma vitória social, econômica, geopolítica e ambiental. Este é o maior projeto de descarbonização da Amazônia, com a retirada gradual do diesel e a entrada da energia limpa do nosso sistema interligado”, afirmou.

América do Sul

O presidente Lula defendeu a capacidade do Brasil em dar solução aos desafios do país. “O que a gente está demonstrando aqui é que o Brasil não deve nada a ninguém em se tratando de competência, resiliência e capacidade”, disse ao defender que haja integração eletroenergética de toda a América do Sul.

“Eu acho que esse sistema interligado possivelmente seja um modelo para o mundo. E o dia em que os presidentes da América do Sul tiverem consciência da importância de um sistema como esse, a gente pode interligar todo o potencial hídrico da América do Sul e a gente pode ser uma potência muito maior, fazendo com que nenhum país mais tenha problema de falta de energia porque a gente pode fazer transmissão de um para o outro na hora em que a gente quiser”, disse.

“Eu acho que vai levar um tempo ainda, mas eu acho que os governantes do mundo terão que compreender que quanto mais a gente estiver compartilhando as coisas bem-sucedidas, melhor será para o povo da nossa região.”

A linha de transmissão Manaus-Boa Vista foi licitada em 2011 e deveria estar em operação desde 2015. O projeto enfrentou problemas no licenciamento ambiental, pois passa pela Terra Indígena Waimiri-Atroari, e por questionamentos sobre o valor do contrato.

A obra iniciada em 2021 é de responsabilidade da concessionária Transnorte Energia, formada pela Eletronorte e a empresa Alupar, que ganhou a concessão do linhão.

( da redação com informações de assessoria e da Ag. Brasil. Edição: Política Real)