Lula comenta julgamento de Bolsonaro e defende direito à presunção de inocência
Em conversa com jornalistas nesta terça-feira, o presidente brasileiro também voltou a criticar o tarifaço, afirmando que Trump ''não foi eleito para ser imperador do mundo''
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(Brasília-DF, 02/09/2025). Nesta terça-feira, 02, em conversa com jornalistas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que espera que o julgamento de Jair Bolsonaro seja conduzido com base nos autos do processo, sem interpretações pessoais.
"O que eu espero é isso, é que seja feita justiça. Respeitando o direito da presunção de inocência de quem está sendo julgado. É só isso que eu desejo. Eu desejo para mim e desejo para qualquer inimigo meu".
Trump
Em conversa com jornalistas nesta terça-feira,02, o presidente brasileiro também voltou a criticar o tarifaço, afirmando que Trump ''não foi eleito para ser imperador do mundo''
''Vamos utilizar todos os mecanismos legais [para recorrer ao tarifaço]'', prometeu.
Início do dia
No início da manhã, o presidente Lula divulgou uma nota de pesar após a confirmação da morte do jornalista Mino Carta, um amigo pessoal dele que comandou diversas revistas, a última foi a Carta Capital
Veja a nota:
Recebi com muita tristeza a notícia da morte de meu amigo Mino Carta, ocorrida na madrugada deste 2 de setembro. Ele fez história no jornalismo brasileiro: criou e dirigiu algumas de nossas principais revistas (Veja, Isto é, Quatro Rodas, Carta Capital, Jornal da Tarde, Jornal da República) e formou gerações de profissionais e, sobretudo, mostrou que a imprensa livre e a democracia andam de mãos dadas. Em meio ao autoritarismo do regime militar, as publicações que dirigia denunciavam o abuso dos poderosos e traziam a voz daqueles que clamavam pela liberdade.
Conheci Mino há quase cinquenta anos, quando ele, pela primeira vez, deu destaque nas revistas semanais para as lutas que nós, trabalhadores reunidos no movimento sindical, estávamos fazendo por melhores condições de vida, por justiça social e democracia. Foi ele quem abriu espaço para minha primeira capa de revista, na Istoé, em 1978. Desde então, nossas trajetórias seguiram se cruzando. Eu, como liderança política, ele, como um jornalista que, sem abdicar de sua independência, soube registrar as mudanças do Brasil. Vivemos juntos a redemocratização, as Diretas Já, as eleições presidenciais e as grandes transformações sociais das últimas décadas.
Estas décadas de convivência me dão a certeza de que Mino foi – e sempre será – uma referência para o jornalismo brasileiro por sua coragem, espírito crítico e compromisso com um país justo e igualitário para todos os brasileiros e brasileiras. Se hoje vivemos em uma democracia sólida, se hoje nossas instituições conseguem vencer as ameaças autoritárias, muito disso se deve ao trabalho deste verdadeiro humanista, das publicações que dirigiu e dos profissionais que ele formou.
Em sua memória, estou declarando três dias de luto oficial em todo o país.
À sua filha Manuela e a todos os seus familiares e os inúmeros amigos que construiu ao longo de sua vida, deixo um forte e carinhoso abraço.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Presidente da República
( da redação com informações de assessoria e redes sociais. Edição: Política Real)