31 de julho de 2025
TARIFAÇO

TARIFAÇO: CNI lidera missão empresarial aos EUA na semana decisiva da investigação do Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR)

Por meio do embaixador Roberto Azevêdo, a CNI participará da audiência pública relacionada ao processo aberto pelo Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês) com base na Seção 301 da Lei de Comércio de 1974

Por Política Real com agências
Publicado em
Imagem e ângulo do prédio sede da CNI, em BSB Foto: Arquivo da Política Real

(Brasília-DF, 01/09/2025)   Numa semana tida como decisiva para os empresários exportadores do Brasil nos Estados Unidos, cerca de 130 empresários e representantes de associações de setores industriais participam da missão da Confederação Nacional da Indústria (CNI), entre 3 de 4 de setembro, em Washington (EUA) com o objetivo de abrir canais de diálogo para reverter ou reduzir as taxas adicionais de importação sobre produtos brasileiros impostas pelo governo dos Estados Unidos

A agenda inclui reuniões com empresários e parlamentares norte-americanos, encontros bilaterais com instituições parceiras e uma plenária com representantes do setor público e privado dos dois países para fortalecer o diálogo e avaliar os impactos comerciais e estratégias para aprofundar a parceria econômica entre os dois países. Também está prevista reunião com a embaixadora do Brasil nos EUA, Maria Luiza Ribeiro Viotti.

“Precisamos de todas as formas manter a firme e propositiva relação de mais de 200 anos entre Brasil e Estados Unidos. Nosso propósito com esta missão é aprofundar o diálogo e contribuir para as negociações, por meio de argumentos técnicos que demonstrem a relevância e as vantagens mútuas dessa parceria para os dois países. As economias brasileira e americana são complementares”, destaca o presidente da CNI, Ricardo Alban.

Já o presidente da FIERN informa que levará aos EUA a pauta dos setores mais impactados pelas tarifas do RN.

“Integramos a comitiva da CNI em Washington, junto com o presidente do Sindipesca, Arimar França, levando a pauta dos setores que estão sofrendo maior impacto, em especial o pescado e o sal. Teremos reuniões com empresas que importam esses produtos, em busca de soluções que assegurem a competitividade da produção potiguar no mercado internacional”, destaca Roberto Serquiz.

Entre os setores industriais brasileiros representados na missão estão alguns dos mais afetados pelo tarifaço nos diversos estados, como máquinas e equipamentos, madeira, café e cerâmica. A lista das associações e empresas que compõem a comitiva inclui: Abimaq (máquinas e equipamentos); Abrinq (brinquedos); Abal (alumínio); Abiec (carnes); Abimci (madeiras); Cecafé (café); ABFA (ferramentas); Anfacer (cerâmica); CentroRochas (Rochas); CICB (couro). Entre as empresas participantes estão Tupy, Embraer, Stefanini, Novelis e Siemens Energy.

Além de Roberto Serquiz, dirigentes de mais 7 federações estaduais da indústria integram a comitiva: Goiás (Fieg), Minas Gerais (Fiemg), Paraíba (Fiepb), Paraná (Fiep), Rio de Janeiro (Firjan), Santa Catarina (Fiesc) e São Paulo (Fiesp).

Como vai ser

Na quarta-feira,3, por meio do embaixador Roberto Azevêdo, a CNI participará da audiência pública relacionada ao processo aberto pelo Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês) com base na Seção 301 da Lei de Comércio de 1974, que permite investigar se políticas ou práticas de outros países são injustas, discriminatórias ou restritivas ao comércio norte-americano.

No caso do Brasil, a investigação foi aberta em 15 de julho e abrange temas como comércio digital, serviços de pagamento eletrônico, tarifas preferenciais, proteção de propriedade intelectual, acesso ao mercado de etanol e questões ambientais (como desmatamento ilegal).

Como representante oficial da indústria brasileira, a CNI apresentou posicionamento técnico argumentando que o país não aplica práticas desleais ou discriminatórias que prejudiquem a competitividade das empresas norte-americanas e, portanto, as preocupações identificadas pelo USTR não justificam medidas restritivas ao comércio nos termos da Seção 301.

A instituição destaca que não há base jurídica ou factual para a imposição das tarifas adicionais, que o comércio bilateral entre Brasil e EUA é mutuamente benéfico, com superávit para os EUA e tarifas baixas, e que medidas unilaterais enfraquecem essa parceria estratégica. A instituição recomenda, ainda, que as preocupações sejam resolvidas por meio de diálogo bilateral e cooperação técnica, que abordagens colaborativas continuam sendo o meio mais eficaz de alcançar objetivos mútuos.

“A nossa contribuição nesse processo busca reforçar a necessidade de que Brasil e Estados Unidos utilizem os canais estruturados de cooperação existentes para garantir que as relações comerciais e de investimento permaneçam justas, recíprocas e benéficas para ambos os países”, diz o presidente Ricardo Alban.

( da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)