Bolsa no Brasil sobe 1,69%, passa de 137 mil pontos e dólar cai a R$ 5,39; veja análise do mercado sobre a inflação em documento que a Política Real teve acesso
As ações do BTG Pactual subiram 13,12% após o banco divulgar balanço do segundo trimestre apontando lucro líquido recorde de R$ 4,2 bilhões
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(Brasília-DF, 12/08/2025). Nesta terça-feira, 12, o pregão foi de otimismo nos mercados após a divulgação de dados de inflação no Brasil e nos Estados Unidos, que alimentaram as expectativas de cortes de juros nos dois países.
O resultado foi uma alta de 1,69% no Ibovespa, aos 137.914 pontos.
As ações do BTG Pactual subiram 13,12% após o banco divulgar balanço do segundo trimestre apontando lucro líquido recorde de R$ 4,2 bilhões.
O dólar caiu 1,06%, para R$ 5,39 – menor valor desde 24 de junho de 2024.
Nas bolsas americanas, os principais índices fecharam em alta. O S&P500 e o Nasdaq atingiram novos recordes de pontuação.
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O Mercado avaliou os números da inflação que surpreenderam. A Política Real teve acesso a documento da Warren Investimentos.
Veja a íntegra:
Estratégia Inflação - IPCA de julho - 12/08/2025
Da feira ao posto: foram os itens voláteis que seguraram os preços no IPCA de julho
O IPCA de julho registrou alta de 0,26%, surpreendendo para baixo tanto nossa projeção quanto o consenso de mercado (ambos em 0,36%). Em 12 meses, a inflação desacelerou para 5,23%, recuo de 12 pontos-base em relação a junho. Vimos uma leitura de continuidade de um cenário estrutural benigno para a inflação de 2025. Os núcleos, que são mais relevantes para a tendência de médio prazo, mantiveram bom comportamento, sinalizando continuidade da desinflação nos próximos meses, conforme nossos modelos apontam. A nossa projeção é de 4,8% ao final do ano saindo de 4,90%. E, para 2026 seguimos 4,50%.
Do lado baixista, o destaque foi a deflação de alimentação e bebidas (-0,27%), que contribuiu com -3 pontos-base para o desvio em relação à nossa projeção. Alimentos no domicílio recuaram -0,69%, enquanto alimentação fora do domicílio avançou 0,81%. Dentro do grupo, os alimentos in natura mantiveram protagonismo na queda, com -2,90% após -1,61% em junho e -2,05% em maio. Nossas coletas proprietárias de alimentos no domicílio no varejo indicam que essa tendência de recuo deve se prolongar no curto prazo. No caso da alimentação fora do domicílio, a alta de 0,81% veio em linha com o esperado, sem pressões adicionais. E para o próximo mês, vemos em torno de 0,3% devolvendo parte da alta vista hoje
O grupo de habitação (+0,91%) contribuiu com -2 bps para o desvio baixista. O subgrupo de energia elétrica avançou 3,04%, refletindo reajustes tarifários em cidades de referência da coleta. No grupo de transportes, a gasolina recuou 0,51%, em linha com nossas estimativas.
Entre as pressões localizadas, jogos de azar subiram 11,17% após o reajuste promovido pela Caixa Econômica Federal, alta menor que a projetada (+12,5%). No grupo de vestuário, a queda de -0,54% superou nossa expectativa (-0,13%), com recuos em roupas femininas (-0,98%) e masculinas (-0,87%). Entendemos que parte desta pressão baixista pode ser de excesso de oferta de produtos asiáticos e o início de repasse da ajuda do câmbio em patamares mais baixos.
Em saúde e cuidados pessoais (+0,45%), a alta foi menor que o esperado, com destaque para planos de saúde (+0,35%) e higiene pessoal (+0,98%). Perfumes, item volátil, subiram 0,77%, movimento parcialmente captado pela nossa coleta. O comportamento deste grupo também é favorecido pela valorização cambial, que reduz preços de importação. Estamos monitorando essa tendência nos IGPs, no PPI da China e no PPI de Taiwan, que sinalizam possível excesso de oferta global e, consequentemente, desinflação de bens.
No grupo de transportes (+0,27%), a surpresa foi a deflação de transporte por aplicativo (-3,41%) após dois meses de fortes altas (+13,77% em junho e +5,00% em maio). Acreditamos que o movimento possa estar relacionado à introdução de tarifas fixas pela Uber, permitindo valores permanentes para trajetos específicos em determinados horários.
Nos componentes mais estruturais da inflação, o quadro é positivo. A alimentação no domicílio subjacente desacelerou de 9,45% para 6,35% em julho; os serviços subjacentes caíram de 6,16% para 5,96%; bens industriais recuaram de 3,46% para 1,68%; e serviços intensivos em trabalho caíram de 5,99% para 5,58%.
Esses resultados reforçam o alívio no cenário inflacionário e sustentam nossa visão de que a inflação de 2025 pode encerrar abaixo de 4,8%. Porém para a inflação de 2026 (em 4,5%) segue com riscos altistas.
( da redação com Bloomberg Linea e assessoria. Edição: Política Real)