Lula, em dia de sancionar lei que garante a presença de mulheres em postos de comando, evitou falar sobre tarifaço e Donald Trump
Autora do projeto de lei, a deputada federal Tábata Amaral(PSB-SP) destacou que a proposta é fruto da construção de movimentos da sociedade
Publicado em
(Brasília-DF, 23/07/2025). Nesta quarta-feira, 23, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve duas agendas em que poderia discursar. Ele evitou fazer qualquer comentário sobre a crise do momento do tarifaço econômico em que os Estados Unidos encaminha acordo com União Europeia e já se acertou com o Japão.
Hoje, 23, à tarde, quando falou preferiu se solidarizar com seu ex-ministro e imortal, Gilberto Gil, que perdeu a filha Petra Gil.
“Porque já estou agraciado com a fala que as companheiras fizeram, mas eu penso que merece, neste ato, em que as mulheres conquistam, sabe, um degrau a mais na luta pelas mulheres, de participação, de exercer cargos importantes em governos e empresas públicas.
Eu queria que também nesse dia as mulheres prestassem uma homenagem a uma mulher importante que se foi ontem, que foi a Preta Gil. Eu queria pedir um minuto de silêncio para a Preta Gil que será enterrada na sexta-feira a partir das dez horas da manhã.
É isso, a nossa solidariedade ao companheiro Gil e à esposa dele e aos familiares da nossa querida Preta Gil.
Obrigado.”, disse ao final de evento voltado para mulheres terem mais poder.
Como foi
Nesta quarta-feira, 23, Lula sancionou o Projeto de Lei nº 1.246/2021, que estabelece a obrigatoriedade de reserva mínima de 30% de vagas para mulheres em conselhos de administração das empresas estatais.
A medida inclui companhias abertas, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias e controladas e outras companhias em que a União, estado ou município, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.
Dos postos reservados, 30% serão destinados a trabalhadoras autodeclaradas negras ou com deficiência. Como meio de controle da observância das novas regras, o texto atribui a fiscalização do cumprimento mínimo aos órgãos de controle externo e interno das empresas públicas e sociedades de economia mista. Determina, ainda, que o conselho de administração que infringir o disposto na lei será impedido de deliberar sobre qualquer matéria.
A sanção ocorreu em cerimônia no Palácio do Planalto com a participação de ministras e outras autoridades.
Mais
Durante a solenidade, a ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, apresentou dados sobre a participação feminina no setor público. “As estatais federais, como um todo, já têm 25% de mulheres à frente dos conselhos. Porém, algumas têm mais do que 50% e outras têm bem menos do que 30%. Então, a média está em 25%, mas a gente precisa avançar”, frisou. Esther explicou que a nova lei não abarca apenas as estatais federais, mas também as estaduais e municipais, o que amplia o impacto que a norma terá na sociedade brasileira.
Janja da Silva, Lula, Tabata Amaral e João Campos posam com o documento sancionado
A adoção da cota para mulheres será gradual, ao longo de três anos. Mulheres deverão ocupar, no mínimo, 10% das vagas no primeiro ano, 20% no segundo e, finalmente, 30% no terceiro. “O presidente Lula, historicamente, é o presidente que mais incentivou a participação feminina e a presença das mulheres em cargos de comando”, pontuou a ministra da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Gleisi Hoffmann.
Autora do projeto de lei, a deputada federal Tábata Amaral(PSB-SP) destacou que a proposta é fruto da construção de movimentos da sociedade. “Esse é o primeiro passo, mas a gente não fica aqui. O mundo todo já entendeu que se a gente tiver mais mulheres em espaços de poder, isso é bom para a empresa e para a sociedade. Então, quando vem algum engraçadinho dizendo que vai ser ruim para a empresa, a gente pega os estudos e fala: ‘não, senhor, todo estudo mostra, com mais mulheres é mais lucrativo, é mais eficiente e é mais transparente’”, disse.
(da redação com informações do Planalto. Edição: Política Real)