Israel faz ataque estrutura de petróleo e gás do Irâ; Um general iraniano, Esmail Kosari, disse que Teerã está avaliando se deve fechar o Estreito de Ormuz
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( Publicada originalmente às 08h 20 do dia 15/06/2025)
Com agências.
(Brasília-DF, 16/06/2025). Nesse sábado, 14, Israel bombardeou o Irã pelo segundo dia consecutivo ampliando sua ofensiva militar e mirando pela primeira vez a indústria de petróleo e gás do país, vital para a economia iraniana.
Segundo a mídia iraniana, Israel atingiu a refinaria de gás South Pars, no Golfo Pérsico. A agência Tasnim informou que parte da produção de gás foi suspensa após o ataque. A South Pars é um dos maior campo de gás natural do mundo e é fundamental para a produção energética do Irã.
A Companhia de Gás de Fajr Jam e uma refinaria de petróleo na cidade de Asalouieh, ambas no sul do Irã, também sofreram bombardeios. Uma nuvem de fumaça foi vista próxima à refinaria de petróleo de Abadan.
Um general iraniano, Esmail Kosari, disse que Teerã está avaliando se deve fechar o Estreito de Ormuz, que controla o acesso ao Golfo para os petroleiros.
Os temores com uma possível paralização das exportações de petróleo da região já haviam elevado o preço do barril em cerca de 7% na sexta-feira, quando ataques israelenses atingiam apenas instalações nucleares e alvos militares. O temor é que uma guerra mais ampla também tenha efeitos devastadores sobre a economia global.
Ataques israelenses, ao longo do dia, também atingiram cidades como Tabriz, no noroeste do país, Kermanshah, Khorramabad e Teerã. Na capital, autoridades iranianas disseram que cerca de 60 pessoas, incluindo 29 crianças, foram mortas em um bombardeio a um prédio residencial de 14 andares. Israel afirmou ter atingido mais de 150 alvos até o momento.
O Irã, por sua vez, respondeu lançando uma nova leva de mísseis contra Israel, atingindo cidades como Haifa e Jerusalém.
Na noite de sexta-feira, o país já havia disparado projéteis contra seu rival, matando pelo menos três pessoas e ferindo mais de 170. Sirenes de alerta aéreo levaram israelenses a se abrigarem enquanto uma bateria de mísseis cruzava o céu.
Apesar de a retaliação iraniana ter causado danos em centros urbanos, como Tel Aviv, a maioria dos projéteis e drones disparados contra Israel foi interceptada antes de atingir seus alvos.
Nada de recuo
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em um discurso em vídeo,
rejeitou os apelos internacionais por moderação no conflito.
"Vamos atingir cada local e cada alvo do regime dos aiatolás. O que eles sentiram até agora não é nada comparado ao que está por vir nos próximos dias", afirmou.
Os militares israelenses prometeram estender a ofensiva e disseram que seus caças estão "prontos para retomar os ataques a alvos em Teerã". Na primeira onda de ataques, as Forças Armadas utilizaram aviões de guerra e drones para atacar instalações importantes e matar generais e cientistas de alto escalão, incluindo o chefe do Estado-Maior do Exército e o chefe da Guarda Revolucionária paramilitar do Irã.
O embaixador do Irã na ONU disse que 78 pessoas foram mortas e mais de 320 ficaram feridas nos ataques. Neste sábado, autoridades iranianas atualizaram o número de oficiais e cientistas envolvidos em pesquisas nucleares mortos: mais dois generais, além dos três anunciados ontem, e um total de nove cientistas.
Israel afirmou que o bombardeio era necessário antes que o Irã se aproximasse da construção de uma arma atômica. Um dia antes, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) advertira o país por não cumprir à risca o tratado para impedir o desenvolvimento de armas nucleares.
( da redação com DW, AP, EFE. Edição: Política Real)