Fernando Haddad disse que ao longo do dia haverá uma solução para o IOF, não quis afirmar sobre apresentação de projetos estruturantes, mas que a meta fiscal será mantida
Veja mais
( Publicada originalmente às 09 h 32 do dia 03/06/2025)
(Brasília-DF, 04/06/2026) No início da manhã, desta terça-feira, 03, o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, ao chegar na sede do Ministério da Fazenda, falou aos jornalistas, novamente, como fez nessa segunda-feira. Ele disse que ao longo do dia haverá uma solução sobre o futuro do IOF.
Ele não garantiu que projetos estruturantes de mudança serão apresentados.
Confira a íntegra da coletiva do ministro Fernando Haddad ao chegar ao Ministério da Fazenda, nesta terça-feira:
Jornalista: Ministro, o senhor teve uma reunião ontem lá na Residência da Câmara, o senhor discutiu as medidas, foi bem recebido, como é que foi, por favor?
Olha, foi uma excelente conversa, foi na casa da Residência Oficial do Presidente da Câmara com a presença do Presidente do Senado. Estávamos também, além de mim, a ministra Gleisi participou, o líder Zé Guimarães, e nós conseguimos, com dois técnicos, um da Fazenda e um da Casa Civil, o Bruno Moretti estava presente e o Dario Durigam aqui da Fazenda, nós conseguimos apresentar ponto por ponto daquilo que já tinha sido sugerido por alguns parlamentares, dentre os quais os próprios presidentes das duas casas, já com uma estimativa de impacto sobre as contas públicas, benéfico para as contas públicas e estrutural, ou seja, não é uma coisa para resolver 25, é uma coisa que tem impacto duradouro ao longo do tempo. E creio que hoje nós vamos ter uma reunião com o Presidente da República bastante produtiva, porque nós chegamos a um entendimento, pequenos detalhes para serem arbitrados, de fato pequenos, eu peço que o plano de voo está bem montado, vamos todos hoje, antes da viagem do Presidente, apresentar a ele todos os pontos.
Jornalista: No fim do dia, ministro?
Não, não, não deve ser no fim do dia que tem viagem, hoje a noite. Então, nós vamos aguardar o chamado dele, eu acredito que no máximo no começo da tarde, porque a partir do meio da tarde ele vai estar nos preparativos para voar. Essa agenda já estava pré-fixada durante o final de semana, queria que na terça-feira as coisas se resolvessem, para que ele pudesse viajar mais tranquilo, já com essas coisas endereçadas.
E eu acredito que, se o plano de voo está bom, acredito que até superior ao que nós fizemos no ano passado, um alcance ainda maior do que no ano passado. Do meu ponto de vista, dá uma estabilidade duradoura para as contas de um próximo período.
Jornalista: Ministro, uma dúvida.
O ministro de Minas e Energia, o ministério, falou sobre um possível pacote, apresentação de um pacote arrecadatório, em cima de novidades no setor de óleo e gás. Questão de leilão, mudanças regulatórias na ANP, isso chegou a ser discutido com a sua equipe? Essas medidas que a gente vai ver anunciadas em breve, discussão no Congresso, contemplam esse pacote de R$ 35 bilhões do M&E?
Não. Vou explicar porquê.
Primeiro que já tem uma lei no Congresso, que já foi encaminhada pela área econômica por provocação do Ministério das Minas e Energia. Já está lá. Pelo menos metade desse valor anunciado pelo ministro já está contabilizado para este ano para fechar a meta fiscal que nós vamos manter, como fizemos no ano passado.
Mantivemos a meta fiscal e cumprimos. Tem uma outra parte que pode ser utilizada ainda este ano, mas eu quero te lembrar que nós temos que melhorar o centro da meta. Então, ela não é aquilo que os presidentes das duas casas estão propondo.
Medidas estruturais para dar um conforto para o país, de média a longo prazo, para que nós tenhamos um bom ano de 2026, um ano em que nós possamos discutir o país, possamos discutir e não ficar, como aconteceu em 2022, aquela situação de desorganização das finanças, de desorganização das contas públicas. Temos que garantir um ambiente político de qualidade. Para garantir um ambiente político de qualidade, nós precisamos de reformas estruturais.
O Congresso pediu, a Fazenda organizou, apresentou. Obviamente, isso vai depender agora de uma avaliação dos partidos políticos, mas só o fato de nós termos o aval do presidente das duas casas, que o caminho é esse, já é uma coisa muito significativa. Antes mesmo da remessa das medidas, já está havendo um acolhimento dos presidentes.
Agora nós vamos, evidentemente, negociar com as bancadas. Mas é um gesto que não pode deixar de ser considerado da parte dos dois presidentes. Eu tive uma reunião ontem.
Há muito tempo eu não vejo. Já tive várias oportunidades de ter reuniões desse tipo, mas já fazia alguns meses que nós não tínhamos uma reunião decisiva para colocar mais ordem naquilo que precisa organizar, sem prejudicar a população, respeitando os direitos, mas avançando na estabilidade da população.
Jornalista: Vai ter mudança nos pisos de saúde e educação, ministro? Vai ter mudança na desvinculação do salário mínimo? São pontos que os analistas sempre pedem.
Veja bem, eu estou tentando respeitar um protocolo, justamente porque as coisas terminem bem.
Jornalista: Qual é o protocolo?
Fechar primeiro com o presidente das duas casas o que é essa estruturação e, respeitando o presidente da República, apresentar ele. Vocês vão saber da decisão em algumas horas, sem que ele validar as medidas.
Agora, se eu desrespeito esse protocolo, eu coloco em risco o próprio objetivo de atingir uma estabilidade maior. Então, vamos aguardar um pouquinho. Eu compreendo que é um dever informar, mas eu tenho que informar quando a decisão estiver tomada.
Eu vejo circular muitas notícias que não têm correspondência, às vezes, com o que está sendo discutido. Muita gente, não por parte da imprensa, gostaria de frisar, mas tem muita gente no mercado que fica especulando e não é bom especular sobre temas sérios. Nós temos muitos erros em relação às informações prestadas para depois não acontecer da pessoa se sentir frustrada com o anúncio.
Então, vamos ter cuidado. Hoje, no máximo até três horas da tarde, nós vamos ter uma definição. O fato da ministra Gleisi, do líder Guimarães e do líder Jacques Wagner, que também estava, isso nos dá um conforto de que esse plano tem um respaldo político importante.
Tecnicamente, ele é robusto. Politicamente, ele está amparado. Vamos seguir agora.
Pode ser muito bom. Pode ser uma coisa boa. O Congresso vai ter uma oportunidade muito interessante de avançar naquilo que está todo mundo pedindo para que haja avanço.
Isso dá conforto, inclusive, porque os governos duram quatro anos. Nós temos que fazer coisas para o país. Tem que ter uma agenda de Estado no Brasil.
Tem agenda de governo, que cada um tem uma opinião, mas tem uma agenda que é de Estado para colocar as coisas em ordem.
Jornalista: A gente pode esperar, então, propostas de emenda constitucional, projetos de lei... Medidas provisórias começam a valer logo de cara. ...MP, PEC, projetos de lei. O que o senhor pode dizer nesse sentido?
Ele prevê, pelo menos, uma emenda constitucional, uma proposta de emenda constitucional e um projeto de lei relativamente amplo. Dois diplomas legais, com certeza. Mas eu posso precisar, para questões tópicas de uma medida provisória que entre em vigor imediatamente, para determinadas correções que eu possa ter que fazer.
Mas isso não está ainda decidido. Vai ser decidido depois da reunião.
( da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)