31 de julho de 2025
Mundo e Poder

Primeira vez uma mulher e europeia vai comandar a Assembleia Geral da ONU, Annalena Baerbock

Ela foi eleita para liderar a 80ª sessão do órgão, com início em setembro. Baerbock obteve 167 votos

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( Publicada originalmente às 14h 00 do dia 02/06/2026) 

(Brasília-DF, 03/06/2025). Nesta segunda-feira, 02, pela primeira vez uma mulher europeia foi eleita presidente da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). A ex-ministra alemã do Exterior Annalena Baerbock que é filiada ao Partido Verde alemão e integrou o gabinete do ex-chanceler federal e social-democrata Olaf Scholz, terá mandato de um ano na ONU e assume o cargo em 9 de setembro.

Ela foi eleita para liderar a 80ª sessão do órgão, com início em setembro.  Baerbock  obteve 167 votos.

Essa é a quinta vez que o órgão deliberativo conta com uma liderança feminina. A última foi a presidente María Fernanda Espinosa, do Equador, há exatos sete anos.

Em seu discurso, ela disse que servirá a todos os 193 Estados membros da ONU de forma “unificadora” e sempre de “portas abertas”.

Ao se apresentar como a quinta mulher no cargo em 80 anos, a presidente-eleita declarou que a “paz e o desenvolvimento só podem ser sustentados quando as mulheres, que são metade da população mundial, têm lugar equitativo nas mesas de decisão”.

Eleição de novo secretário-geral

Ela disse que o mundo caminha em uma “corda bamba de incerteza”, mas que os princípios fundadores e a visão comum propagados pelas Nações Unidas devem servir para criar unidade entre as nações.

Baerbock afirmou que vai “focar no que é possível realizar juntos ao invés de questionar o que gera divisões”.

A seleção de um novo secretário-geral será um dos momentos mais relevantes da 80ª Sessão. De acordo com Annalena Baerbock, “inclusão e transparência” serão cruciais nesse processo.

A diplomata alemã reconheceu que a ONU está “sob enorme pressão política e financeira” e disse que muitas metas da organização, como evitar conflitos e cumprir os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, estão defasadas.

Fala de Annalena Baerbock

Prioridades do mandato

Ela revelou que uma de suas prioridades será garantir que a organização esteja melhor preparada para o século 21, com financiamento adequado e atuando com mais eficiência.

Annalena Baerbock também destacou o multilinguismo como uma das prioridades de seu mandato, afirmando que terá uma equipe multilíngue, com representações de todos os grupos regionais.

A diplomata disse que quer usar o “potencial máximo do papel da Assembleia Geral”, como principal órgão deliberativo e legislativo da ONU, para que pessoas ao redor do mundo sintam que o trabalho do órgão faz uma “diferença real” na vida delas.

“Compromisso inabalável com o multilateralismo”

O atual presidente da Assembleia-Geral, Philémon Yang, parabenizou a sucessora afirmando que ela tem uma carreira marcada por um “compromisso inabalável com o multilateralismo”.

Já o secretário-geral da ONU também participou da cerimônia, afirmando que a visão da presidente eleita, sintetizada no slogan "Melhores Juntos", é um “chamado inspirador” para o mundo.

António Guterres destacou que a nova líder da Assembleia Geral traz uma “vasta experiência governamental e diplomática”, incluindo o cargo de ministra das Relações Exteriores da Alemanha.

O chefe das Nações Unidas afirmou que oferece todo seu apoio à Annalena Baerbock no cumprimento das suas funções à frente do órgão deliberativo da ONU.

O secretário-geral declarou que a passagem da 79ª sessão da Assembleia Geral para a 80ª é um momento para resgatar os valores de “solidariedade e colaboração que definiram as Nações Unidas desde o início”.

Carreira política

Annalena Baerbock estudou ciência política e direito público em Hamburgo e é mestre em direito internacional pela London School of Economics.

Em 2013 foi eleita para o parlamento alemão, onde atuou em temas como economia, energia e políticas climáticas. Em 2021 foi candidata a chanceler nas eleições federais alemãs. De 2021 a 2025 atuou como ministra das Relações Exteriores do país.

(da redação com informações da DW e da ONU News. Edição: Política Real)