31 de julho de 2025
Brasil e Poder

João Campos, no evento de abertura do congresso do PSB, diz que o campo progressistas vai mostrar que é o caminho para atender os desesperançosos; Alckmin destaca o lado certo da história e Casagrande fala em ganhar eleições

Campos também se disse ciente da responsabilidade que terá pela frente

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( Publicada originalmente às 10h 20 do dia 31/05/2025) 


(Brasília-DF, 02/06/2025)  Na noite dessa sexta-feira, 30, foi realizada a abertura do do XVI Congresso Nacional do PSB, em Brasília, que vai oficializar o prefeito do Recife, João Campos, como presidente nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB).  Presente ao evento ele fez o discurso no final do evento.

Campos salientou a responsabilidade de assumir o cargo e resgatou a história e os valores do PSB.

“Nosso partido nasceu da rua, da luta contra a ditadura, dos movimentos sociais, do sonho por justiça social. Essa origem está viva e é inegociável”, afirmou.

Ele falou que é fundamental mostrar ao país que o campo progressista vai saber acolher os  desesperançosos com o país.

"Vamos mostrar que o nosso campo sabe fazer, que o campo progressista vai crescer e que um partido da centro-esquerda brasileira vai poder ser uma casa para acolher aqueles que estão desesperançosos com a política em nosso país", afirmou.

Campos também se disse ciente da responsabilidade que terá pela frente. “Nada na minha vida eu construí sozinho. Ao mesmo tempo em que quero liderar, quero ser liderado pela nossa militância. Tenho noção dessa responsabilidade e sei que ela se mistura com nossa história”, destacou.

Campos prestou homenagem a Carlos Siqueira, atual presidente da legenda.

“Agradeço a Siqueira a lealdade ao nosso partido e ao país. Pode existir dirigente partidário que tenha um compromisso igual, mas não existe nenhum que tenha mais lealdade ao seu partido e país do que Siqueira”.

“Você manteve o partido erguido nos momentos mais difíceis, buscou união onde poucos acreditavam que era possível. Tenho certeza que a confiança de todos os nossos filiados na sua condução fez toda a diferença para chegarmos até aqui”.

Ao falar sobre sua futura gestão, que será iniciada no domingo ,2, Campos afirmou que o PSB “continuará em movimento, presente nas ruas e fazendo o dever de casa”.

“Contem comigo. Ao mesmo tempo que eu posso liderar, eu quero também ser liderado pela nossa militância, ser conduzido nos quatro cantos do nosso país, fazer o dever de casa bem feito. Muitas vezes me perguntam sobre o Recife. Claro que eu vou estar me dedicando muito a nossa cidade, mas eu sei que tenho um banco de horas de trabalho bem feito e nas horas vagas a gente vai estar muito presente aqui em Brasília e nos quatro cantos do país para ajudar o nosso partido”, disse.

João Campos, ao encerrar, convocou os militantes e lideranças a caminhar juntos na construção de um Brasil mais justo. “Vamos juntos fazer esse sonho coletivo avançar”, declarou.

Mais

O vice-presidente da República e vice-presidente de Relações Governamentais do PSB, Geraldo Alckmin, destacou o papel desempenhado pelo partido na defesa da democracia ao longo da história. Ele falou pouco antes de João Campos.

“O PSB tem história e tem futuro. O PSB sempre esteve do lado certo da história, defendendo a democracia. E a democracia é um valor que nós precisamos fortalecer”, disse.

Alckmin afirmou que, embora não tenha sido correligionário dos líderes socialistas Antônio Houaiss, Jamil Haddad e Miguel Arraes, ele se sente em casa dentro do PSB.

“A impressão que tenho é que sou do PSB há décadas, tal foi a maneira carinhosa e afetiva com que fui recebido aqui”.

O VP afirmou que está disposto a contribuir com a nova direção partidária que será eleita no próximo domingo.

“João Campos, conte conosco, conte com o nosso empenho para ajudá-lo na organização de um grande partido”, declarou.

O deputado federal Pedro Campos, líder do PSB na Câmara, que falou antes de Alckmin, lembrou de momentos marcantes e decisivos para o partido em que o atual presidente Carlos Siqueira atuou de forma decisiva, como na perda do líder socialista e então presidente do partido Eduardo Campos num trágico acidente aéreo em 13 de agosto de 2014 e na união da chapa Lula-Alckmin nas eleições de 2022 para combater o negacionismo que assolou o Brasil.

“Naquele dia em 2014, o Brasil perdeu um líder em ascensão, o nosso partido perdeu o seu presidente e a nossa família perdeu um pai e um companheiro. Mas também tivemos muito carinho e força vindos de todos os correligionários, do povo pernambucano, de todo o povo brasileiro e de Deus, que nos manteve de pé e de cabeça erguida para enfrentar os desafios”, disse.

Naquele momento, afirmou Pedro, o PSB enfrentou momentos desafiadores e precisou recorrer a, talvez, o seu mais abnegado filiado e militante político, Carlos Siqueira, para presidir o nosso partido. “Todos nós aqui somos muito gratos a ele por ter mantido a bandeira do PSB de pé e ter feito o nosso partido crescer e também se reestruturar e debater novamente o seu projeto, suas propostas através da Autorreforma”, ressaltou.

Governador

O governador do Espírito Santo e secretário-geral do PSB, Renato Casagrande, também participou da cerimônia de abertura do Congresso e destacou o momento de renovação e fortalecimento do partido após os desafios enfrentados nas eleições de 2022.

Casagrande defendeu a importância da autocrítica como ferramenta de evolução partidária e apontou a necessidade de conquistar novas lideranças e militantes que tragam diversidade e renovação para as fileiras do partido. “Precisamos ter emoção na política. Isso só se conquista quando atraímos pessoas diferentes para o movimento”, declarou.

Ao citar João Campos, Casagrande relembrou sua convivência política com Miguel Arraes e Eduardo Campos e celebrou o papel de João como nova liderança socialista.

O governador também prestou homenagem ao presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, que encerra seu ciclo à frente da legenda. Casagrande agradeceu pela firme condução do partido e celebrou a continuidade de sua atuação na Fundação João Mangabeira.

Para o líder do PSB na Câmara, não há dúvidas de que foi Deus quem quis que no dia de hoje, dez anos depois da partida de Eduardo Campos, todos estivessem reunidos no XVI Congresso Nacional para começar a reescrever a história do partido e para poder escolher João Campos como um novo jovem líder com capacidade de trabalho, de fazer política e de tirar do papel toda a discussão que foi feita na Autorreforma, sob a gestão de Carlos Siqueira.

“Eu tenho certeza, João, que você fará muito bem as lutas do nosso partido. Tenho certeza também que você já se apresenta hoje como um líder nacional, um líder que junto com outras lideranças tem dado sustentação ao projeto político do presidente Lula e do vice-presidente Alckmin de consolidar a democracia do nosso país e não deixar o retrocesso voltar. Mas eu tenho certeza, João, que você poderá ainda, junto com esse partido, fazer muito mais pelo nosso país, porque nós precisamos encontrar novas soluções para os velhos problemas que deveriam ter sido resolvidos no século passado”.

“João, nós vamos juntos contigo nessa missão, todos os filiados e filiadas aqui presentes, todo o povo que vê em você uma esperança e que vê no nosso partido um caminho e uma direção apontada. E talvez a gente possa, com toda essa luta, cumprir alguns sonhos que o nosso pai sonhou, de ver o Brasil chegar a um dia ser o país onde o filho do rico e do pobre possam estudar na mesma escola, que possam se desenvolver gerando oportunidade, que possam ser generosos com as suas diferenças e a gente vai seguir firme sem nunca desistir do nosso Brasil”, finalizou.

( da redação com assessoria. Edição: Política Real)