31 de julho de 2025
OPINIÃO

O ingrato dia seguinte!

Seja Bolsonaro ou Lula eleito essas cascaduras vão estar aí para se tratar!

Publicado em
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(Brasília-DF) Situação ingrata escrever sobre o Brasil antes do resultado das urnas deste domingo, 30 de outubro.

A vida é feita mais de ingratidões e ingratas atitudes, infelizmente, do que da gratidão e de boas ações. O mundo é muito mais por suas maldades que suas bondades. Em tempo, que o diga o pecado original!

Talvez, o mais ingrato de tudo é que o vencedor terá o que comemorar,  mas, certamente, o povo brasileiro ,envolto em disputa fraticida, vai penar muito antes de voltar a sorrir de si próprio, uma característica bem nossa.

Para você aí ter uma ideia, ninguém sabe o tamanho da conta que vamos enfrentar depois de tantas benesses dadas neste ano. O chamado buraco orçamentário precisa ser estimado com cuidado demasiado. Os candidatos à presidente cansaram de afirmar que iriam dar isso e aquilo. Manter auxílio emergencial( ou retorno do Bolsa Família) em R$ 600,00 com acréscimos por filhos na escolas, já se fala de salário mínimo a R$ 1.400,00, depois de anos seguidos, só corrigindo com a inflação,  assim como no final do ano se encerram as reduções do ICMS e retirada da cobrança de diversos tributos federais nos combustíveis.

Seja Bolsonaro ou Lula eleito essas cascaduras vão estar aí para se tratar!  O Mundo promete estar em recessão em 2023 e nossa estimativa de crescimento econômico não chega nem a 1% no novo ano.  Baixa arrecadação será a tônica, mesmo com o retorno das tributações adiadas, simplesmente porque a atividade econômica não será lá essas coisas.  Todo mundo sabe que ano eleitoral tem laxismo fiscal para animar o respeitável público, que pena, irremediavelmente, no ano seguinte.  Tudo romance eleitoral, pior que romance de Carnaval!

Certamente, mais complicado que esta questão econômica será a tal busca de unir o país.  A princípio parece uma tarefa inglória. O Brasil onde nasceu o país pensa de uma forma e o Brasil onde a economia é mais forte pensa doutra forma.

Os petistas afirmavam que Bolsonaro não se comunica, nem tem condições de conversar com quem pensa diferente, por outro lado os bolsonaristas afirmam que os petistas merecem ser extirpados pois não entendem que o Brasil é o da pátria, Deus e família.  Como imaginar que o eleito vai se prestar a unir esses brasis?!

Não há condições de voltarmos a crescer, e avançar, se o eleito não entender que é necessário que esses brasis se comuniquem. É fundamental uma sinergia entre as regiões brasileiras para montarmos a chamada intermodabilidade.

Temos problemas generalizados montados entre todas as classes sociais e não só nas regiões. Não basta o presidente eleito tentar compensar os problemas eleitorais que teve nas regiões, a questão é ainda mais complexa.  As pesquisas estão mostrando mais que isso.  Um dissenso dentro das classes mais básicas da sociedade, gerado com a chegada da nova classe média, surgido ainda nas primeiras décadas deste século.  Isso ficou mais flagrante durante a crise da pandemia.

Os muito pobres precisam do Estado e os remediados (dentre 2 e 5 salário mínimos) avaliam que o Estado atrapalha em sua caminhada. Na prática, os remediados não querem saber dos muito pobres e os muito pobres querem tomar o canto dos remediados.

O novo (ou velho) presidente vai ter muitas tarefas. A mais difícil, arrisco dizer, será essa, que não se resolverá num mandato eletivo, mas numa geração. Há quem diga que o crescimento econômico seria o bálsamo para esta doença social. Duvido!

Por Genésio Araújo Jr, jornalista

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