Não dá para ser feliz sozinho com nossa bandeira!
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(Brasília-DF) O jornalismo está em crise, como tudo no mundo neste início de milênio, porém nossa missão de puxar a cortina e mostrar o que os poderosos fazem por trás continua intacta, mesmo tendo que esgrimar as fake-news e o falso jornalismo que reluta em não ver os dois lados!.
Antes desse último final de semana de outubro chegar a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva, ao comentar em artigo no Blog do FMI o relatório que eles fizeram para ser entregue ao grupo do G-20 que se reuniria em Roma, na Itália, defendia, entre outras coisas, que se combatesse a desigualdade pelo acesso das vacinas. Ele destacava que o planeta para avançar economicamente teria que vacinar 40% de todo a população até o final de 21 e ao menos 70% ao final de 22. Existiam outras recomendações no relatório, claro.
Em Roma, já na sexta-feira,29, de outubro, o secretário geral das Nações Unidas(ONU), Antonio Guterres, que iria participar do evento como convidado, claro - dizia que era fundamental se recuperar a confiança entre os lideres do planeta. Existia uma perigosa desconfiança, disse ele. Ele disse que para confiança voltar era fundamental, também, distribuição de mais vacinas para atingir ao menos 40% da população neste ano. Ele disse que existia uma disparidade na oferta de recursos para a retomada econômica, pois os países ricos estavam investindo 28% do PIB enquanto os menos desenvolvidos estavam investindo só 2% do PIB.
O FMI e as Nações Unidas são a cara do chamado multilateralismo planetário. Quando este texto tiver sendo visto, definições do G-20 já estarão postas e o foco será o encontro do clima, COP-26 que vai seguir até 11 de novembro. Só depois terá o pacote completo do fortalecimento das teses multilaterais globais, gostem os nacionalistas ou não.
O presidente Jair Bolsonaro(sem partido), em Roma, durante um intervalo nas conversas multilaterais do encontro, preferiu, e foi pego no flagra, falando mal do nosso país para os outros. Uma pena. Um dos males do nacionalismo é ver os seus problemas acima de todos os outros. O que é significativo, destaque-se, é o que o nosso chefe de Governo e Estado falou aos lideres quando teve oportunidade.
Ele defendeu a tese multilateralista do FMI e das Nações Unidas. De fato, ele não foi a preciosidades, mas disse que no Brasil mais de 94% de nossa gente já tinha recebido ao menos uma dose de vacina contra o covid-19 e afirmou a partir de texto previamente preparado que “para o Brasil, os esforços do G20 deveriam concentrar-se no combate à atual pandemia, que continua a assolar muitos países. Entendemos, portanto, caber ao G20 esforços adicionais pela produção de vacinas, medicamentos e tratamentos nos países em desenvolvimento.”, disse.
Para um Governo que surgiu combatendo o multilateralismo esse foi mais que um aceno, foi uma rendição necessária, visto que o Mundo soube do resultado da CPI da Pandemia no Senado. É bom sempre lembrar que a CPI da Pandemia no Brasil foi a única investigação de fôlego feita em meio a crise planetária entre todos os países do G-20. Não é inglório dizer e se perguntar se a declaração de Bolsonaro era de fato uma rendição ao multilateralismo que ajuda, também, na busca para entrar de vez na OCDE, ou era uma resposta a investigação feita pelos senadores do Brasil!
O que se sabe até agora é que o nosso presidente além de ter interagido pouco, quase nada, com os líderes internacionais do G-20 também não participou ativamente dos eventos. Ele não teve encontros bilaterais com outros líderes do G-20, algo comum nesses eventos. Não dá para vivermos sozinhos no Planeta, Presidente. A felicidade só é completa e real se é compartilhada.
Por Genésio Araújo Jr, jornalista
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