ESPECIAL DE FIM DE SEMANA - Imbassahy quer povo mobilizado e assinando ‘petições eletrônicas’ contra Dilma “que destruiu a economia”
Em entrevista exclusiva à Agência Política Real, tucano diz que parlamentares vão analisar todos os pedidos de impeachment que existem na Câmara
(Brasília-DF, 11/09/2015) O tom de uns foram exaltados, com críticas ácidas.. Ouros preferiram jogar para a plateia, e arrancaram aplausos com palavras de efeito. Teve, no entanto, aqueles que falam pouco, voz branda, contudo com palavras fortes e contundentes. No meio das falas (e de quem não falou), imprensados por um batalhão de jornalistas e curiosos (pessoas de movimentos sociais e transeuntes do Salão Verde do Congresso), se acotovelavam deputados e senadores de partidos da base aliada, como o PMDB, de outros de legendas que estão na Oposição ao governo desde as eleições passadas, como PSDB, PPS, PSC, Democratas e Solidariedade.
Todos, no entanto, com o mesmo propósito: iniciar no Parlamento - com certo atraso, mas a tempo, o processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff do Palácio do Planalto, que desde março passado, em grandes manifestações, a população fez eclodir pelo Brasil afora.
Foi assim, nesse clima, que foi lançado esta semana (quinta-feira, 10) Movimento Suprapartidário Pró-Impeachment. O ato teve de tudo: barulho, aglomeração, barulho, distribuição de ‘pixulecos’ (pequenos bonecos infláveis caracterizando o ex-presidente Lula com roupa de presidiário), balões negros no ar, palavras-de-ordem com ‘fora PT’ e ‘fora Dilma’, bandeira brasileira e o cântico do Hino Nacional.
No meio na enxurrada de políticos, a Agência de Notícias Política Real encontrou o deputado federal Antonio Imbassahy (PSDB-BA), um com dos mais críticos do governo da presidente Dilma Rousseff no Congresso Nacional.
De acordo com o parlamentar, o objetivo o movimento é reforçar as manifestações da sociedade brasileira e iniciar, no Parlamento, o processo de análise dos pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff, que se encontram na Câmara – total de 21, tomando como base o pedido protocolado em agosto pelo jurista e um dos fundadores do Partido dos trabalhadores (PT), Hélio Bicudo.
O grupo pretende, ainda, usar a internet para mobilizar e envolver a sociedade brasileira, através de uma petição eletrônica publica, e levar o tema ao Plenário Ulysses Guimarães, e conseguir votar o impeachment - o que seria necessário o voto de 342 dos 513 deputados federais, para então depois levar ao Senado Federal.
Na entrevista que segue, Imbassahy explica como os parlamentares pretendem dar corpo ao movimento até chegar ao afastamento da presidente Dilma do Palácio do Planalto.
Deputado, foi lançado o movimento e agora, qual será o próximo passo?
ANTONIO IMBASSAHY - O próximo passo é fazer que as petições sejam cada vez motivo de assinaturas dos brasileiros que estão indignados com a presidente, incompetente, que destruiu a economia, que fraudou as eleições e foi beneficiada pela corrupção e está levando o País ao abismo. Por isso que agora lançamos esse movimento, com um site, com uma petição nas redes sociais, que certamente vai ser assinada por milhões de brasileiros, que querem o ‘fora Dilma’.
Há quem diga que este seja um ‘impeachment político’, que teria que embasamento jurídico. Tem base realmente, deputado, parasse pedir o afastamento da presidente Dilma?
ANTONIO IMBASSAHY - Evidentemente que tem base jurídica. Não há dúvida nenhuma. Aqui a Casa (Câmara) é que tem que cumprir a Constituição, até porque o Congresso Nacional fez a Constituição e a aprovou. Então tem base suficiente. Agora é o movimento crescer e seguir no processo. Na verdade esse movimento é sintonia entre o que acontece nas ruas, sendo trazida para o Congresso Nacional.
O movimento vai tomar o pedido de impeachment feito pelo jurista Hélio Bicudo? Tem 21 pedidos na Casa. Como o movimento vai analisar todos esses pedidos?
ANTONIO IMBASSAHY - Esse pedido do ex-fundador do PT, o Hélio Bicudo, será levado em consideração, porque ele tem um simbolismo muito grande e tem também fundamento jurídico razoável. Agora nós vamos juntar à esse requerimento do Hélio Bicudo outros arrazoáveis que nós estamos juntando. Nos próximos dias nós vamos dar entrada já com um pedido junto à Mesa da Câmara dos Deputados.
O movimento vai tentar convencer o presidente da Casa, Eduardo Cunha, a também endossar?
ANTONIO IMBASSAHY - Não, ele vai cumprir o que manda o Regimento da Câmara, o que manda a Constituição. É o suficiente para o impeachment chegar ao final, com o afastamento da presidente Dilma.
(Por Gil Maranhão, para Agência Política Real. Edição: Genésio Jr.)