ESPECIAL DE FIM DE SEMANA: Realizações de três candidatos à Presidência
Leia um resumo do que já fizeram os principais concorrentes para comandar o país: Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB)
(Brasília-DF, 04/10/20140) Diante da urna eletrônica, neste domingo, 5, o eleitor deverá exercer o direito do voto que poderá ou não mudar o rumo socioeconômico do país. A avaliação do por que votar em tal candidato é necessária. Até para não deixar para última hora. A principal escolha será o nome para Presidência da República.
A grande quantidade de indecisos, ao que parece, em conversas no quotidiano sobre o tema, é maior que os dados frios divulgados pelas pesquisas de opinião. A presidenta Dilma Rousseff (PT) lidera as pesquisas seguida pela ex-ministra da Meio Ambiente e ex-senadora, Marina Silva (PSB), e pelo ex-governador de Minas Gerais, senador Aécio Neves (PSDB). Programas de rádio e TV, o próprio programa eleitoral, os debates, enfim, servem para buscar os motivos para votar no candidato a presidente.
Os melhores quadros do país
Começando pelas propostas de Marina Silva, ela tem falado que seu governo será integrado pelos melhores quadros do país, independentemente de filiação partidária. Uma primeira lista de nomes de grande prestígio já foi divulgada pela imprensa. Marina Silva vem destacando as conquistas dos ex-presidentes Lula (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Hora da renovação
A candidata se apresenta como uma terceira via, fora da polarização PT-PSDB, partidos antagonistas que governam o Brasil há 20 anos. As críticas feitas por Marina ao atual sistema político encontram respaldo nas manifestações de junho de 2013, que ecoaram a frustração com a qualidade dos serviços públicos e o jeitinho brasileiro de fazer política.
Marina e apoios
O empresariado vê com bons olhos a candidata, devido à sua visão liberal da economia para retomar o crescimento do país. Marina Silva defende o tripé macroeconômico (superávit fiscal, câmbio flutuante e controle da inflação), a autonomia do Banco Central e o aumento de concessões públicas para obras de infraestrutura. A presença de Neca Setúbal, herdeira do Itaú, em sua campanha estreita a distância entre Marina Silva e o mercado. No caso dos empresários rurais, há resistência. Inclusive, chegaram a reivindicar mudança radical no programa de governo referente ao agronegócio.
Projeção
A atuação de Marina Silva como ministra do Meio Ambiente a projetou internacionalmente. Em 2007, ela conquistou o Champions of the Earth, principal prêmio da ONU na área ambiental. Em 2008, recebeu prêmio mais importante da Rede WWF, a medalha Duque de Edimburgo, por sua defesa da Amazônia.
Desde 2011, a ex-senadora é a única representante latino-americana no órgão da ONU que visa a alcançar os Objetivos do Milênio até 2015.
Desmatamento
A ministra do Meio Ambiente nos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entre 2003 e 2008, elaborou plano de prevenção que levou à queda no desmatamento da Amazônia Legal em 57% em três anos.
Foi na sua gestão que o governo passou a exigir, nos projetos hidrelétricos leiloados, a obtenção de licença prévia para viabilidade ambiental.
Trajetória de superação
Marina Silva começou a trabalhar ainda pequena em um seringal no Acre. Foi empregada doméstica e só se alfabetizou aos 16 anos. Superou várias doenças graves ― três hepatites, cinco malárias e uma leishmaniose.
Aproximou-se de Chico Mendes, líder seringueiro, e fundou a CUT no Acre, junto com o mentor, assassinado anos depois, em 1988.
Dilma e bolsas
A presidenta Dilma Rousseff, com o grande apoio de Lula, teve como alicerce de sua campanha, principalmente na região Nordeste, a continuidade de programas sociais. O programa de transferência de renda já tirou 36 milhões de brasileiros da pobreza extrema. Implantado em 2003 pelo ex-presidente Lula, o Bolsa Família foi mantido pelo governo Dilma e conseguiu reduzir a pobreza de forma substantiva.
Mais Médicos
O governo Dilma lançou, no ano passado, o Programa Mais Médicos, contratando cerca de 14 mil médicos, entre estrangeiros e brasileiros.
Esses profissionais de saúde foram alocados para o interior e municípios pobres, onde faltavam médicos, e atenderam 50 milhões de brasileiros em um ano. A humanização do atendimento é um dos mais recorrentes elogios feitos ao Mais Médicos.
Minha Casa Minha Vida
Também iniciado no governo Lula, o programa serve para financiamento de moradias para famílias com renda de até R$ 5 mil, com taxa de juros mais baixas que as do mercado. Já foram construídas um milhão de casas, na primeira etapa, e a meta é atingir 2,75 milhões até o fim deste ano.
Crescimento do Agronegócio
O agronegócio brasileiro é líder no cenário internacional. Segundo o Palácio do Planalto, a safra 2013/2014 do país deve colher 191,2 milhões toneladas de grãos. O governo Dilma elevou a oferta de crédito para os produtores rurais e investiu em pesquisas para aumentar a produtividade.
PEC das Domésticas
O governo Dilma trabalhou para que fosse aprovada no Senado a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) das Domésticas. A PEC estende aos empregados domésticos os direitos dos trabalhadores que têm carteira assinada.
Ensino superior
Os mecanismos de acesso ao ensino superior foram reforçados durante os três mandatos presidenciais do PT. Como resultado, o número de matrículas nas universidades e faculdades, públicas e particulares, saltou de 3,7 milhões, em 2002, para mais de 7 milhões, em 2014.
O governo Dilma manteve o ProUni, fortaleceu o financiamento estudantil e diz ter consolidado do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) como forma de seleção dos novos universitários.
Aécio Neves
O candidato à presidência, Aécio Neves, cumpriu dois mandatos como governador de MG, de 2003 a 2009. Foi considerado o governador mais bem avaliado do país, segundo pesquisa Datafolha durante o último ano de gestão.
Ele deixou o governo com mais de 70% de aprovação. Tamanha popularidade pode refletir a qualidade do governo dele em Minas.
Controle de gastos
Como governador de Minas, Aécio Neves conseguiu reduzir gastos públicos ao implementar em 2003 o programa Choque de Gestão. Ele diminuiu o número de secretarias do Estado de 21 para 15, e cortou em 45% o salário dele, do vice-governador e dos secretários. Também extinguiu três mil cargos em comissão que não estavam preenchidos por concurso.
Educação mineira
Durante a gestão Aécio Neves, Minas foi o primeiro Estado a incluir mais um ano de estudo na rede pública, em 2004. Dez anos depois, 93% das crianças de oito anos leem e escrevem adequadamente ― a taxa era de 48,7% em 2006. Minas passou a liderar o ranking do ensino básico no Brasil: é o Estado com melhor Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
Criminalidade
As ações de Aécio Neves no combate à criminalidade em Minas Gerais resultaram na redução de 36% na taxa de criminalidade de 2003 a 2008. Ele integrou a atuação das polícias Civil e Militar e instituiu o programa Fica Vivo!, com oficinas de cultura e esporte para adolescentes e jovens marginalizados ou de áreas violentas.
Esse programa tornou-se modelo de prevenção à violência, de acordo com o Programa das Nações Unidas pelo Desenvolvimento (Pnud).
Juventude
Um dos principais parceiros de Aécio Neves hoje é o AfroReggae, ONG que busca promover inclusão social por meio da arte e cultura afro-brasileira e afastar jovens da periferia do tráfico de drogas.
O fundador do grupo, José Junior, recebeu incentivo de Aécio em 2004, quando implementou um projeto em favelas de Minas para aproximar jovens e policiais. Hoje, é autor das políticas para juventude do programa de governo do tucano.
(Por Maurício Nogueira, especial para Agência Política Real, com edição de Valdeci Rodrigues)