31 de julho de 2025
Nordeste e Poder

ESPECIAL DE FIM DE SEMANA: Há 11 candidatos à Presidência da República

Além de currículos e programas dos principais, Dilma Rousseff, Aécio Neves e Eduardo Campos, leia também dados e o que pretendem fazer os outros oito candidatos no caso de ganhar a eleição

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(Brasília-DF, 25/07/2014) É grande a expectativa de como transcorrerá a campanha eleitoral à Presidência da República, mas também todos querem saber quais as principais propostas dos onze candidatos.A Política Real divulga um resumo de currículos e principais pontos dos programas de todos eles.

Segundo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no dia 5 de outubro, 141,8 milhões de eleitores irão às urnas no primeiro turno do pleito geral para a escolha de deputados estaduais, federais, senadores, governadores e do presidente da República. A estimativa é que 24 mil candidatos concorram a todas as vagas em disputa.

Crescimento de 4,43%

O TSE também divulgou crescimento de 4,43% no número de eleitores aptos a votar em outubro. Nas eleições gerais de 2010, 135,8 milhões de cidadãos foram às urnas. O balanço final com o número do eleitorado e das candidaturas foi divulgado no dia 21 de julho.

Biometria

As eleições 2014 terão maior predominância do voto por meio da biometria. Em outubro, 23,3 milhões de eleitores serão identificados por meio da digital. Na eleição passada, a biometria foi usada para a identificação de 1,1 milhão de pessoas.

O TSE recebeu 11 pedidos de registros de candidatos à Presidência da República. Juntos, eles estimam gastar R$ 916,7 milhões durante a campanha eleitoral.

Confira abaixo breves currículos e propostas dos 11 candidatos à Presidência da República:

Aécio Neves (PSDB)

Mineiro de Belo Horizonte, candidato à Presidência da República, senador Aécio Neves (PSDB-MG), tem 54 anos. É neto do ex-presidente eleito Tancredo Neves,  formou-se em economia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, aos 24 anos.

Aécio Neves tem como vice-presidente na chapa o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). Ele promete mudanças “radicais” na condução do governo e uma maior aproximação com a população brasileira. Entre os pontos destacados está o compromisso de maior clareza nas regras e no controle de gastos em investimentos em infraestrutura, reformas dos serviços públicos, da segurança, as reformas política e tributária, e a defesa da independência dos poderes.

A candidatura de Aécio à Presidência da República foi aprovada há quase um mês e a escolha de Aloysio Nunes Ferreira para compor a chapa foi anunciada há pouco mais de uma semana. A chapa conseguiu reunir, numa coligação intitulada Muda Brasil, o apoio de pelo menos oito partidos, entre eles o DEM, PTB e PTdoB.

Dilma Rousseff (PT)

Mineira de Belo Horizonte, Dilma Rousseff tem 66 anos e viveu grande parte de sua vida no Rio Grande do Sul, onde participou da criação do PDT. Em Brasília, antes de chegar à Presidência da República, foi ministra de Minas e Energia (2003-2005) e da Casa Civil (2005-2010).

Em busca do segundo mandato, Dilma Rousseff e seu partido, o PT, renovaram a coligação com o PMDB, mantendo o atual vice-presidente Michel Temer na chapa. Além de enfatizar os avanços econômicos e sociais dos últimos 12 anos, o programa da coligação estabelece o chamado Novo Ciclo de Mudanças, que inclui propostas de estímulo à competitividade produtiva.

Para tanto, deve-se reduzir a burocracia estatal, com a modernização de sistemas e criação de cadastros únicos que exijam menos documentos de empresas e empreendedores. Outra meta é universalizar o Simples Nacional e concluir o processo de implantação da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (Redesim). Sete partidos fazem parte da coligação Com a Força do Povo: PDT, PCdoB, PR, PP, PRB, PROS e PSD.

Eduardo Campos (PSB)

Depois de ser deputado estadual, três vezes deputado federal, secretário estadual de Governo e de Fazenda, ministro da Ciência e Tecnologia e governador de Pernambuco por dois mandatos, aos 48 anos, o economista pernambucano Eduardo Henrique Accioly Campos, mais conhecido como Eduardo Campos concorre pela primeira vez ao cargo mais importante da política brasileira.

Com a ex-ministra do Meio Ambiente e ex-senadora Marina Silva (PSB) como vice, ele tenta chegar à Presidência da República em outubro pela coligação Unidos Pelo Brasil (PSB, PHS, PRP, PPS, PPL, PSL).

Para a área econômica, o programa de governo de Campos lista como diretrizes a simplificação, a transição para a economia de baixo carbono, a redução das desigualdades sociais e a incorporação da inovação tecnológica aos processos produtivos.

Eduardo Campos e Marina pretendem ainda construir um modelo de desenvolvimento para o país “mais humano, justo, solidário com as pessoas e com o planeta”. Se eleito, Eduardo Campos pretende também promover a integração do transporte urbano, priorizando investimentos no transporte coletivo, nos diferentes modais.

Eduardo Jorge (PV)

O ex-deputado federal Eduardo Jorge é o candidato do Partido Verde (PV), que concorre à Presidência da República pela primeira vez. A atual vice-prefeita de Salvador, Célia Sacramento, também do PV, complementa a chapa como vice. Médico sanitarista, 64 anos, ele nasceu em Salvador.

Ele foi um dos fundadores do PT em 1980, do qual se desfiliou em 2003, quando entrou no PV. Foi deputado estadual de 1983 a 1986, deputado federal nas legislaturas de 1987 e 2003 e secretário municipal da Saúde e do Meio Ambiente de São Paulo.

O programa de governo do PV prevê reforma política com a diminuição do número de parlamentares em nível federal, o fim das verbas de gabinete e de frotas de carros oficiais. Também propõe a extinção do Senado e a redução de 25% em cada bancada dos estados na Câmara.

O partido quer a redução do número de ministérios para 14 e a criação dos ministérios da Amazônia e dos Direitos Humanos, Gênero, Nações Indígenas e Reparação das Sequelas da Escravidão.

Everaldo Dias (PSC)

O candidato do PSC à Presidência da República, mais conhecido como Pastor Everaldo, 58 anos, nasceu no Rio de Janeiro. É formado em ciências atuariais pela Faculdade de Economia e Finanças do Estado do Rio de Janeiro e empresário. Vice-presidente do partido, Pastor Everaldo é líder da igreja Assembleia de Deus e sua candidatura tem como objetivo defender os princípios cristãos e a valorização da família. Ele terá o deputado Leonardo Gadelha com vice em sua chapa.

O programa de governo do partido apresentado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi baseado em três eixos principais: qualidade de vida, poder nacional e governança. Entre as bandeiras do partido está a luta contra o aborto, o resgate de valores familiares e a redução da maioridade penal.

O PSC defende uma economia livre a partir do empreendedorismo individual, com mínima intervenção estatal; a modernização da infraestrutura e da mobilidade urbana com parcerias público-privadas e plena concorrência. No programa de governo, também estão listadas a reforma na educação e na saúde com descentralização da gestão.

José Maria (PSTU)

O trabalhador metalúrgico e siderúrgico José Maria, candidato do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) à Presidência da República, nasceu em Santa Albertina, no interior de São Paulo, é solteiro e fará 57 anos no dia 2 de outubro, três dias antes das eleições.

Ele, que utiliza o apelido Zé Maria durante a campanha, disputará pela quarta vez a Presidência ─ concorreu ao cargo em 1998, 2002 e 2010. Ele foi um dos fundadores do PT, partido do qual foi expulso em 1992, e da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

A companheira de chapa é a servidora pública Cláudia Durans. Programa de governo apresentado pelo PSTU ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) inclui 16 propostas e tem o objetivo de “construir um Brasil para os trabalhadores”.

O PSTU propõe a estatização de todo o sistema financeiro e o rompimento da dívida pública como forma de viabilizar recursos para investir em saúde, educação e transporte público. Defende, ainda, a anulação dos leilões do pré-sal e de todos os campos entregues às multinacionais, a volta do monopólio estatal do petróleo e a Petrobras 100% estatal.

José Maria Eymael (PSDC)

José Maria Eymael disputa, pela quarta vez, a Presidência da República pelo Partido Social Democrata Cristão (PSDC). Ele concorreu ao cargo em 1998, 2006 e 2010. O candidato a vice na chapa é o presidente da legenda em Roraima, Roberto Lopes.

O PSDC não está coligado a nenhuma legenda. Além de fundador do PSDC, Eymael é advogado, nasceu em Porto Alegre e tem 74 anos. Sua trajetória política começou na capital gaúcha, onde foi um dos líderes da Juventude Operária Católica.

Em 1962, filiou-se ao Partido Democrata Cristão (PDC) e atuou como líder jovem do partido. O programa de governo do PSDC tem 27 diretrizes, em referência ao número da legenda. Entre elas, cumprir e fazer cumprir a Constituição, resgatar e proteger os valores éticos da família, simplificar a política tributária e reduzir a carga dos impostos.

Ele destaca a intenção de desenvolver a política nacional de segurança, com a criação do Ministério de Segurança Pública. Também propõe a redução no número de pastas no governo federal, mas ressalta a necessidade de implementar o Ministério da Família.

Levy Fidelix (PRTB)

Pela terceira vez disputando a eleição a presidente da República o mineiro Levy Fidelix, 62 anos, concorre pelo Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), do qual é um dos fundadores. Fidelix concorreu ao cargo nas eleições de 2010 e de 1994. O indicado a vice na chapa é o militar reformado José Alves de Oliveira, também do PRTB.

O partido não fez coligação com nenhuma legenda. No programa de governo, Fidelix apresenta dez propostas. Uma delas prevê que toda criança, ao nascer, tenha uma caderneta de poupança no valor de quatro salários mínimos, que será resgatado quando o beneficiado completar 21 anos de idade.

Entre outros projetos, está o repasse de parte dos recursos com a exploração do petróleo do pré-sal para a ampliação dos postos de saúde e prontos-socorros e a informatização do ensino. As propostas também incluem a criação de um banco para financiar a entrada no mercado de jovens recém-formados ─ por exemplo, na abertura de um escritório de advocacia ou de uma empresa de engenharia ─, além da construção de presídios de segurança máxima em ilhas e navios.

Luciana Genro (PSOL)

Filha do atual governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), a candidata do PSOL à Presidência da República, Luciana Genro, nasceu em Santa Maria, tem 43 anos, e disputará o cargo pela primeira vez. O professor Jorge Paz completa a chapa, como candidato a vice.

No programa de governo encaminhado ao TSE, o PSOL diz que vai apresentar ao povo um programa de esquerda, que enfrente os problemas históricos do país, centrado em três eixos: superação da atual política econômica e do modelo de desenvolvimento que depreda o meio ambiente e as riquezas naturais, transformação do sistema político e ampliação dos direitos e das liberdades dos trabalhadores.

No documento, o PSOL critica o atual modelo de desenvolvimento e a política econômica, por entender que “que beneficiam o grande capital”, e propõe mudanças estruturais na economia, uma auditoria independente, que deverá resultar na suspensão do pagamento dos juros e da amortização da dívida pública, a desregulamentação da economia e a abertura financeira e comercial.

Mauro Luís Iasi (PCB)

O candidato do Partido Comunista Brasileiro (PCB) à Presidência da República, Mauro Iasi, nasceu em 10 de fevereiro de 1960, em São Paulo, é professor da Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Sofia Manzano, que também é professora universitária, completa a chapa de Iasi, concorrendo à vice-Presidência. A eleição deste ano será a primeira na qual Mauro Iasi participa como cabeça de chapa ─ em 2006, ele foi candidato a vice-governador de São Paulo, também pelo PCB. No programa de governo apresentado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foram colocados 21 pontos como propostas iniciais do PCB.

O documento, intitulado Programa Anticapitalista, o Poder Popular e a Alternativa Socialista, diz que o Brasil tem hoje uma série de problemas estruturais advindos da opção capitalista, que beneficia uma pequena parte da população – os monopolistas, que controlam os principais meios econômicos e dominam toda a vida pública do país. A proposta de Mauro Iasi defende mudanças profundas no atual sistema capitalista.

Rui Costa Pimenta (PCO)

O jornalista paulista Rui Costa Pimenta disputa o cargo de presidente da República pelo Partido da Causa Operária (PCO) pela quarta vez. O bancário Ricardo Machado (PCO) completa a chapa, como vice-presidente. O partido não fez coligação com nenhuma legenda. O presidente nacional do PCO tem 57 anos.

Segundo o programa de governo, o partido decidiu participar do processo eleitoral deste ano para defender “um programa revolucionário e socialista em oposição a todos os demais candidatos e seus programas burgueses e de defesa do capitalismo, lançando candidatos que sejam a expressão da luta do povo, em particular da luta operária, às eleições em todos os níveis e em todos os lugares, de deputados à Presidência da República”.

O lema da campanha é a defesa da “Revolução, do governo operário e do socialismo”. Entre os pontos centrais do programa estão a proposta de salário mínimo de R$ 3,5 mil, a jornada máxima de trabalho de 35 horas semanais, a isenção de pagamento de todos os serviços públicos para os desempregados, um imposto único sobre o capital e as grandes fortunas.

(Por Maurício Nogueira, especial para Agência Política Real, com edição de Valdeci Rodrigues)