O ano político está a mil rotações
A Politica Real está atenta e teve acesso
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(Brasília-DF) O mês de janeiro caminha para o seu último decêndio cheio de novidades ,especialmente para quem acha que o ano só começa quando os políticos voltam das férias.
Oficialmente, o ano político só se inicia após o primeiro de fevereiro, quando se define para onde vai o comando do Legislativo, ora com a escolha de seus novos presidentes ou secretários, ora quando se define os novos presidentes de Comissões Permanentes, onde se amadurecem projetos que podem mudar o país.
O ano político começou bem antes. Primeiro, foi o encontro da Presidenta Dilma com o governador Eduardo Campos, de Pernambuco, presidente nacional do PSB, na Base de Aratu, na Bahia. Depois vieram as especulações. Houve uma segunda reunião entre os dois, menos de quinze dias de iniciado o ano. Para completar, houve a repercussão extremamente negativa sobre a “contabilidade criativa” que antes era restrita a censura de economistas tucanos, ganhou dimensão estrondosa quando o economista, professor e ex-ministro, Delfim Netto, fez uma dura crítica a equipe econômica. Delfim era, junto com Luiz Gonzaga Beluzzo, também ex-ministro e respeitado no mundo econômico, os dois maiores interlocutores da Era Lula nos meios econômicos. Eram conselheiros de Lula e de Dilma. A Presidenta voltou a deixar claro que o seu Guido Mantega não sai, e pronto.
O mundo político ficou em polvorosa quando novamente Dilma se encontrou com Eduardo Campos. A Presidenta tinha começado uma série de consultas a empresários sobre um diagnóstico sobre o ano econômico. A postura de Campos dizendo, tal qual um mantra, que para falar de 2014 é fundamental se cuidar de 2013, e que Dilma tem que vencer este ano – é emblemática. Era a política casada com a economia. A economia andava e a política disparava.
Esta última quinta-feira,17, foi histórica ao vermos a Presidenta Dilma Rousseff metendo um gibão de couro e exagerando quase no estilo Lula, ao falar do papel estratégico do Piauí para o Nordeste, coisa que se sabe que o Estado não tem pelo fato do Governo Dilma estar incentivando as desigualdades inter-regionais com sua pouca atenção para políticas de desenvolvimento regional integrado.
É muita política para 20 dias de janeiro!
Tem gente dizendo que este último movimento, em que o prefeito de São Julião, José Neci(PT) cidade piauiense onde a Presidenta esteve por conta da construção de uma adutora do PAC, lançou Dilma ao segundo mandato, dá atestado de que todos(?!) querem que chegue logo 2014. Os políticos ao demonstrarem tanta ânsia declaram que este Governo Dilma está ficando velho. A população apoia a Presidenta, ela tem ampla popularidade, então porque tanta convicção entre os meios econômicos e políticos de que algo tem que andar mais rápido, mesmo que não seja o ano? Boa pergunta.
Quando políticos e a economia começam a pensar igual alguém sai perdendo. Quando a nossa democracia era mais frágil e não tínhamos uma economia tão complexa e grandiosa poderíamos dizer, sem cinismo, que o povo sairia perdendo, certamente. Os tempos são outros: desde que Lula se transformou no que vemos hoje, um Totem, não se faz política no Brasil sem as ruas. A economia precisa crescer tanto para fora como para dentro. A plutocracia brasileira em tempos de crise internacional precisa que o povo esteja bem. Quem tende a perde aí seriam alguns políticos.
Dilma não está sozinha nesta, mas sabe que não pode errar mais. É hora da confiança e da ação.
Eis o mistério da fé.
Por Genésio Araújo Jr, coordenador editor
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