31 de julho de 2025

PSDB e PMDB: olho no Nordeste

A coluna de Genésio Araújo Jr é publicada todos os domingos neste espaço

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(Brasília-DF)  O PSDB caminha para eleger mais um nordestino para comandar o partido a partir do ano que vem.

A questão avança neste sentido.  Existe muita gente querendo que o senador mineiro Aécio Neves(PSDB-MG) assuma o comando nacional do partido, porém, há informações consistentes de que o governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho(PSDB-AL), será o próximo comandante do partido.

 
Os nordestinos estiveram em baixa durante toda a campanha presidencial de José Serra. Os paulistas e paulistanos tratavam de desancar o então senador Sérgio Guerra(PSDB-PE),presidente nacional do partido -, agora deputado federal.  Não por acaso, a despeito do sucesso de Lula na região – Serra perdeu a eleição no Nordeste com larga desvantagem.
 
Passados dois anos, Serra perde para um outro poste de Lula, em São Paulo, e Sérgio Guerra festejou o renascimento dos tucanos no Nordeste, apesar das dificuldades nos grandes centros da região, como Fortaleza, Recife e Salvador.  É verdade que o partido tem condições de se reconstruir em Salvador face a parceria com o Democratas e tem um sopro de renovação vista em Recife.
 
O que os últimos anos apontam: Sérgio Guerra, e as suas e seus , estava certo - paulistas e paulistanos estavam errados. É impressionante como o Nordeste é um farol tanto para os governistas como para a oposição.  
 
O PMDB fez um balanço das eleições municipais nessa última semana, em Brasília. Do Nordeste, só não compareceram os presidentes dos diretórios de Alagoas e Sergipe. A ordem é crescer no Nordeste e o partido quer lançar candidatos ao Governo em todas as 27 unidades da Federação. O Nordeste é prioridade.
 
Hoje, o PMDB, que só tem os Sarney mandando no Maranhão, quer avançar em condições mais orgânicas.  Com a impossibilidade de nova eleição dos atuais governadores de outros partidos e a possibilidade concreta do PMDB, que hoje tem vices no Piauí e Sergipe, assumir esses governos, a expectativa é que o partido seja competitivo em, no mínimo, cinco ou seis estados do Nordeste. A região tem 9 estados.
 
Zé Filho, no Piauí, e Jackson Barreto, no Sergipe, vão assumir os governos e são naturais candidatos à reeleição.  Existe também essa possibilidade no Ceará, com Domingos Filho, no entanto pouco provável.  A tendência é que Eunício Oliveira(CE), nome importante no partido e com mais quatro anos de Senado, vá à luta, com chances reais. O mesmo se daria no RGN, com um possível retorno do senador Garibaldi Alves Filho, outro com mandato de senador recém renovado. Além desses tem as possibilidades de Edison Lobão, no Maranhão, que tem contra si o peso dos anos mais que a força do emergente PC do B de Flãvio Dino -, Geddel Vieira Lima, na Bahia, e a pouco provável mas possível candidatura de Renan Calheiros, em Alagoas. 
 
O PSDB sabe que as dificuldades que a Presidenta Dilma vai encarrar nos próximos 15 meses serão decisivas para seu futuro, mas sabe, também , que estar preparado para um possível bom momento passa por estar bem no Nordeste.
 
O profissionalismo do PMDB é auto explicativo.
 
Nenhum presidente da República chega lá sem o apoio maciço dos nordestinos.
 
Eis o mistério da fé.
 
Por Genésio Araújo Jr, é jornalista
 
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